O DIA EM QUE A CIDADE PAROU. -Texto escrito em Julho/2012.

Ele caminhava desolado sem saber nem mesmo que rumo tomar,apenas caminhava levado pelo vento do Inverno. Um Hospital à frente. Gritos,correrias,rostos estarrecidos,pessoas em macas e corredores,um desalento total. Os médicos não sabiam o que fazer,nem as enfermeiras. Não havia eletricidade,nada funcionava,nem o gerador próprio. Os médicos sentiram a impotência transparecida em seus rostos. Enfermeiras choravam,pessoas gritavam desesperadas.Nada a fazer. Não havia como fazer exames e diagnósticos.Ambulâncias não trafegavam por falta de gasolina. E cada vez mais pessoas se aglomeravam na porta do Hospital. Vândalos saqueavam casas de comércio,fechadas pelo Apagão Geral. Turbas caminhavam em busca de um não-sei-o-quê.A Polícia estava impotente,pois não tinha como se locomover,apenas alguns soldados se arriscavam,em turmas,a andar pela cidade. Bancos tinham suas portas de vidro estouradas e caixas estouradas pela turba ensandecida.Não havia Governo mais. Grupos se organizavam com armas para defenderem estabelecimentos e casas e condomínios. Uma sujeira total. Ratos e baratas passeavam por sujeiras humanas e restos de alimentos estragados atirados pelas ruas e praças.Ele,solitário e indeciso, via todas as agruras e viajava em sonhos acordado ,lembrando da época da infância ,da água na bica,do correr livre por quintais e campos.Sonhava porque a Realidade era muito triste e desoladora. Não havia nada a fazer. Em determinado ponto da andança,percebeu um Templo Religioso.As pessoas cantavam muito alto e choravam.Pessoas tentavam arrancar os cabelos no desespero que pairava sobnre a cidade. Não havia dinheiro,nem comida,nem água.Locais onde havia foram todos saqueados. Pelo menos,orar era uma forma de amenizar o temor e o Medo do desconhecido.Algumas carroças que tentaram que tentaram se movimentar foram paradas e seus animais sacrificados para fazer comida a bandos amalucados. Pessoas andavam a esmo sem rumo nem direção.Não havia o Tempo. Nenhum relógio funcionava mais.Qualquer noção de Tempo estava perdida ou desvairada,já que o Sol não aparecia coberto por densas nuvens e um negror se espalhava pela cidade.Ele observou tudo aquilo e sentou-se num banco da Praça,respirando um pouco de Verde que ainda restava num ambiente quase morto. E dormiu...

Chico Chicão
Enviado por Chico Chicão em 25/03/2020
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