Surgimento da Agricultura

Muito antes de eu e você, antes até mesmo das tribos se tornassem tribos, existia um jovem Takukan, Chamado Takun. Todos os dias, sob o primeiro raio de sol, Takun avistava nas planícies distantes um enorme dinossauro. Assim que se munia de sua lança e escudo, se punha a caça da criatura, voltando ao recolher do ultimo feixe de luz, sempre portando o corpo de sua presa.

Durante dias e mais dias, meses e mais meses, a vida de Takun prosseguia a mesma.

Anos se passaram e Takun que antes era forte, agora se tornou sábio, e um mestre na arte da caça, deixando para trás seus músculos e agilidade.

Em um amanhecer, ao avistar o primeiro raio de luz, Takun se mune de sua lança e escudo se põe em direção as infinitas planícies. Chegando lá, se depara com uma enorme criatura, como nenhuma outra jamais vista. Ela possuía penas coloridas em sua face e olhos verdes como esmeraldas.

Takun, ao perceber o poder do dinossauro, largou suas armas, se pondo assim, de volta a sua morada.

Neste momento, com uma voz delicada e macia, que ao mesmo tempo era forte e segura, a enorme criatura perguntou a Takun.

- Bravo Takukan, eu me chamo Gahashiran e lhe pergunto, porque estás a largar suas armas? Por que se recolhes antes da luz do sol?

Então Takun, se vira na direção da sagrada besta e lhe responde.

- Durante anos venho a esta planície, durante anos cacei com bravura, retornando sempre vitorioso e com o corpo de minha caça, porém hoje, me deparo com um novo Takukan, e me vejo como a caça, talvez seja esse o fim de meus dias.

A sagrada besta Gahashiran observa o sábio Takukan, que se põe em retirada, e o chama novamente dizendo:

- Vejo que os anos lhe trouxeram sabedoria Takun. Sua força física se esvaiu e seus reflexos se foram, porém, o tempo em troca lhe muniu com sabedoria e espirituosidade. Faça como mando, vença-me em um duelo, faça dessa sua ultima caçada. Ao me retirar a vida, corte-me a cabeça e retire dela meus olhos, leve-os consigo a sua casa, seu lar. Na escuridão da noite irás enterra-los em bom solo, e não haverá mais caçadas durante seis sóis, ao surgir o sétimo vá ao local de meu sepultamento e observe. Nada mais deves fazer, apenas obedeça a minha vontade.

Ao ouvir as palavras da sagrada entidade, Takun alcançou uma ultima vez, sua lança e escudo se pondo a caçada. Nunca antes ouve batalha como essa, ambos, Besta e Homem lutaram com todas suas energias, porém, sob o ultimo raio de sol, Takun retornava a sua morada, munido dos verdes olhos de Gahashiran.

Fez como lhe foi ordenado, os enterrou sob bom solo e esperou. Assim como profetizado, após o surgimento do sol seguinte, não havia mais nada sob as planícies, então Takun, se, pois, a esperar.

A cada novo sol a fome do sábio Takukan aumentava, porém como lhe foi ordenado, nada fazia, apenas aguardava pelo sinal.

Ao nascer do sétimo sol, Takun, já quase sem forças para se mover, dirigiu-se para o local do sepulcro, e lá se deparou com uma enorme e frondosa arvore, coberta de todos os frutos da vida. A apanha-los, Takun percebeu que em seu centro havia um pequeno objeto preto e redondo. O sábio então nomeou o objeto como semente, a partir daquele momento, Takun, que viveu sua vida como Takukan, passou a se tornar Gashiran.