Desapareceu após a taça da tristeza pedindo sorriso

Não amanheceu de colo e de rima...

Tinha dormido na pedra, entre os gestos que desenham o enfado...

Um pouco de água tornou a limpar a noite que a descrença embalou...

Qual a taça que se harmoniza com poesia?

A do vinho ruim por falta de preparo do dia ou a escolha intempestiva com quem dividir a hora?

E, que poesia seria essa, inspirada na cegueira teimosa por não querer ver?

Mas a vida muda o entalhe dos olhos postos no que tem valor, como as vinhas, ao toque de seus mestres.

O tempo ensina os fantasmas, bêbados por acidente ou sóbrios por devoção.

As taças, na alegria ou no desespero, seguem seus rumos. São prumos substantivos do que carregam e adornam de elegância quem as conhece o fundamento.

Em noites de entrega verdadeira , os lábios secos pelo vento tão antigo como as sombras dos dragões velhos conhecidos, servem de esmola, revelando " o gosto na boca apertada de sangue" !

Mas, em tudo há compreensão...

No aroma de sentimentos tão próximos, entre um momento e outro de reflexão, há lugar para tão expressivo carinho...

E, quando menos se espera, o medo de encarar a " única música " , aquela que só os ébrios choram em noites de angústia, a verdade pune o transgressor. A vida é muito curta para entender o que nos mata!

Marcos Palma
Enviado por Marcos Palma em 13/02/2020
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