Desapareceu após a taça da tristeza pedindo sorriso
Não amanheceu de colo e de rima...
Tinha dormido na pedra, entre os gestos que desenham o enfado...
Um pouco de água tornou a limpar a noite que a descrença embalou...
Qual a taça que se harmoniza com poesia?
A do vinho ruim por falta de preparo do dia ou a escolha intempestiva com quem dividir a hora?
E, que poesia seria essa, inspirada na cegueira teimosa por não querer ver?
Mas a vida muda o entalhe dos olhos postos no que tem valor, como as vinhas, ao toque de seus mestres.
O tempo ensina os fantasmas, bêbados por acidente ou sóbrios por devoção.
As taças, na alegria ou no desespero, seguem seus rumos. São prumos substantivos do que carregam e adornam de elegância quem as conhece o fundamento.
Em noites de entrega verdadeira , os lábios secos pelo vento tão antigo como as sombras dos dragões velhos conhecidos, servem de esmola, revelando " o gosto na boca apertada de sangue" !
Mas, em tudo há compreensão...
No aroma de sentimentos tão próximos, entre um momento e outro de reflexão, há lugar para tão expressivo carinho...
E, quando menos se espera, o medo de encarar a " única música " , aquela que só os ébrios choram em noites de angústia, a verdade pune o transgressor. A vida é muito curta para entender o que nos mata!