KLAUS IND 13 ANOS MEDIO
KLAUS
- O que foi?
- Não esperava.
- Assustado?
- Um tanto sim.
- Mais foi você que me chamou.
- Sim, eu sei, só não sabia que viria.
Otávio ali suando bicas em medo por estar de frente a um ser, uma criatura.
- Posso saber como chama-lo?
- Klaus.
- Klaus?
- Sim, este é meu nome em sacro batismo.
- Você foi batizado?
- Não dá forma como deve estar pensando, mais sim, durou 9 dias, sendo que no nono dia me foi jogado 9 litros de água com enxofre.
- Entendo, é o odor predileto dele.
- Sim, afinal, o que quer?
- Sabe, preciso que me auxilie.
- Em quê?
- Vou te dizer.
O rapaz ali começa suas delongas para a criatura com chifres de carneiro, cara de bode, corpo de touro.
- E então Klaus, vai me ajudar?
- Desde que fique em acordo com o trato.
- Sei, quer minha alma?
- Isso mesmo.
- Mais saiba, quero tudo conforme eu pedi.
- Fique em paz.
- Quer que eu morra?
- Não, ainda não, somente goze de seus frutos, depois venho para cobrar.
- Aceito. Otávio fura o dedo anelar esquerdo e risca uma folha dada por Klaus, logo o papel é incinerado.
- Trato feito.
- Obrigado. Quinze anos depois, Otávio ali em sua mansão, 8 carros esportivos, uma mulher que fora top model internacional, 3 filhos lindos, ele empresário no ramo de sorvetes, tendo fábrica até fora do país.
- O que sente amor?
- A perda.
- De quê?
- Leônidas, o filhote de tigre.
- Ainda não entendi por que tanto queria aquele filhote.
- Eu sim, entendo, entendo e de tudo.
- No que você se meteu?
- Nada mulher.
- Fala logo, é outra, diz logo quero saber quem a vagabunda da vez?
- Não amor, Bia, você é a única em minha vida.
- Então por que esta assim tão pensativo, olha, amanhã vou ver salão, não se esqueça, te quero ás 4 aqui para irmos.
- Ás 4?
- Sim.
- Não posso não.
- Por que, tá vendo, é outra.
- Tenho compromisso.
- Com quem?
- Negócios amor, negócios.
- Pois amanhã teus negócios vão ter que esperar.
- Não posso amor. Bianca tão linda ali em sua frente acaba por vence-lo.
No outro dia, Otávio chega na sede, entra dando os bons dias, segue para sua sala e logo sente um forte odor, coloca sob a mesa crucifixos, alho, banhos energéticos.
- O que foi sr Otávio?
- D. Vanda, alguém entrou aqui antes de mim?
- Não sr.
- Obrigado, pode deixar os papéis na mesa e ir.
- Obrigado sr.
A mulher deixa ali na mesa alguns documentos e segue para a porta.
Dali da porta olha para Otávio com lasciva e seus olhos escurecem.
- Não se esqueça, nos vemos no horário combinado.
- O que quer?
- Aquilo que me prometeste.
- Desconheço.
- Te lembrarei.
Falta 15 para ás 4 da tarde, dona Vanda fora dispensada junto dos outros empregados mais cedo.
Otávio termina seu trabalho e desliga o computador, quando sai de sua sala olha para aquilo com certo ar em angústia.
Entra no elevador e pressiona ao térreo.
Quando o elevador chega no destino ao abrir a porta, ali a sua frente, Klaus.
- Você é bem pontual.
- O que não posso dizer de você, estava querendo fugir?
- Longe disso, vamos.
Os dois seguem para o carro de Otávio, minutos depois param ali na orla de Presidente Epitácio SP, olham para o lago Sérgio Motta.
- Que lindo lugar.
- Pois é, então virá comigo?
- Acho que sim.
- Se jogue.
- É assim?
- É. Otávio prepara-se para pular quando ouve ao longe uma voz conhecida.
- Pai, o que sr vai fazer?
- Filho.
Ali vindo a ele, a mulher e os filhos.
- O que faz aqui?
- Não vou deixar que faça bobeiras.
- Eu não quero fazer.
- E então.........
- Eu preciso.
- Não precisa.
- Por favor Bia leve as crianças, eu quero ter esse momento.
- Momento para quê, morrer.
- Você não sabe de nada.
- Posso te ajudar. A mulher lhe diz aquilo, Otávio vê a criatura se aproximar dela.
- Por favor Bia, vá embora.
- Não, eu te amo.
A criatura chega a respirar em cima dela.
- Faça isso por mim, vá embora e leve nossos filhos.
- É isso que quer?
- Sim.
Bianca pega as crianças e segue de volta para o carro.
- Agora vou.
Otávio se joga no lago e volta 3 vezes a superficie, vinte anos depois, Bia assina a ultima folha de cheque.
- Agora posso descansar.
- Obrigado senhora.
Ela termina de vender a ultima loja do grupo, passa o ultimo cheque para cobrir as contas e ali sentada na poltrona faz uso de um cigarro e champanhe.
- Mais alguma coisa?
- Não Klaus, pode ficar ai na sua.
- Tem certeza?
- O que quero agora é me preparar para curtir os ultimos dias.
- Gostou de tudo?
- Você fora a melhor coisa, de longe que me aconteceu.
- Só procuro atender bem a quem me faz pedidos.
- Mais para mim você fora muito além disso.
- Já tem o lugar?
- Acho que Maldivas.
- Boa escolha.
- Lá poderá me levar.
- Será ótimo.
- Não se esqueça, acabe com tudo quando for o tempo.
- Farei como me ordenou.
- O pior ja fora cuidado.
- Com certeza que sim. Risos.
Ela sai dali, deixando na mesa o jornal de data há 3 semanas atrás com a morte dos seus 3 filhos.
FIM.
06022020........