Sonhando acordado/ O monstro
Batidas na porta. E um som estranho vinha do outro lado. Parecia ser o vento, mas não, não era. Apertei-me debaixo das cobertas buscando me esconder de algum tipo de monstro. Estava uns quinze graus lá fora, mas a sensação do meu corpo era de menos cinco, eu tremia. Meus lábios já arroxeados mal conseguiam se mover, e meus olhos, esses eu não queria abrir de jeito nenhum; bastava abri-los para me deparar com o monstro.
As batidas continuavam e junto delas uma voz aguda e esganiçada chamava pelo meu nome. Rapidamente me escondi debaixo da cama, precisava me proteger de todas as formas. No escuro do meu quarto tateei o chão e lá encontrei uma espada de plástico e um escudo, ambos brilhavam no escuro. De cueca e suando nervosamente sai lentamente de baixo da cama.
E a voz aumentava e as batidas na porta também. Posicionei o escudo na altura do meu rosto e empunhei a espada com firmeza. Com bastante cautela fui me aproximando dela, a porta. Encostei meu ouvido nela e senti um arrepio gelado entrar pelo meu corpo, suspirei fundo. Minhas mãos tremiam, mas eu precisava ser corajoso, girar aquela maçaneta e enfrentar o monstro que estava a me esperar detrás da porta.
Então eu girei de uma vez e ela lentamente foi se abrindo. Ao abrir o monstro me atacou com raios lasers, no entanto, eu me protegi com meu escudo, porém o monstro foi mais esperto e me pegou pelo braço. Foi então que o monstro me disse:
- Sonhando acordado de novo meu filho? – A voz aguda e esganiçada era da mamãe, que a duras penas tentava me tirar da cama para ir para a escola.