Luz branca do luar
Existe no mais profundo do âmago de cada um de nós algo que nos especifica especiais, identidade que só pode ser compartilhada com outra pessoa de mesma compatibilidade, o espírito que nunca morre ou envelhece, é apontado para o equilíbrio e a constituição do ser, a construção simbólica feita da personalidade.
Em meio a este mistério espiritual, desvencilha-se uma observação. A rosa branca num lago azul, bem azul. Diz respeito a alguém. Subjetivamente a rosa é delicada, branca como o luar, é gloriosa por ter luz. O lago é um plano superficial, é a imagem de alguém que tem como face a rosa branca, pois o reflexo em sua magnífica imaginação é uma ilusão, já que não pode ser alcançado, apenas visto. Essa memória representa a alma de uma pessoa. Refletido por um espelho sua voz ecoa: -eu não existo, sou apenas um reflexo seu. Esta planificação que propaga o clímax do secreto, misterioso, surge com alguém que dá vida a passos leve, frequência rítmica compassada, fria e tranquila. Este alguém nasceu com uma missão especial, que ainda precisa descobrir. Ela reconhece a si mesma ao recordar da paisagem, os elementos que representam, o estar destinada ao seu dono, reconhecida e aceita por ser única, já lhe está revelado.
Em meio a esta afável fantasia, acontecem mudanças quanta a linda imagem da rosa branca no lago azul que está localizado em uma gruta, a fortaleza rochosa possuía em sua composição um metal tóxico. Certa vez por toda aquela região, fazendo com que algo estranho transformasse o lindo cenário num dejeto inorgânico. Com o tremor, lascas de rocha se desprenderam, lançando-se ao lago, liberando uma substância que enegreceu todo o manancial. As muitas águas, antes cristalinas e límpidas, tornaram-se turvas, sujas, enfeando também a rosa branca. Se alma se entristece, o espírito se abate, o rosto transparece o sentimento. A alma do lago está triste, a face da rosa, inerte, pálida e sem luz.
Este acontecimento veio para destruir a rosa, atingindo o que a nutre. O mal é todo o contrário às qualidades e delicadeza perfeitas da rosa, sendo assim: insensibilidade, desprezo, injustiça, maldade, engano. A rosa luta para sobreviver, enquanto que o mal tenta lhe destruir, sufocando-a, maltratando-a. Tudo que acontece é sempre um aviso, um sinal, isso sucede a glória.
A força ressurge na luz do luar, que ilumina a rosa branca, canalizando-lhe vida. Em sua outra expressão, a história agora vincula a jovenzinha um semblante vazio, à visão de alma carregada de males, melancolia e desalento. A rosa está com a vida por um fio, porém relutando com todas as forças, para que a alma transcenda para as características iniciais, dando a ela o direito de viver.