O visitante indesejado
Naquele sábado, Maldonado e Arlete acordaram bem cedo e saíram para as compras no supermercado, pois tinham a intenção de ficar com o resto do dia livre para outros afazeres.
Quando voltaram já o encontraram refastelado em sua varanda. Parecia até que a casa era dele, tal a maneira como os recebeu.
Não disseram nada, devido à surpresa do momento, e ele também não, obviamente. Mas logo que abriram a porta foi inevitável, ele adentrou sem nenhuma cerimônia e se instalou.
O que fazer?
Diz a boa educação que deveriam receber bem o visitante, pois é a partir desse ato que saberiam se ele voltaria ou não a visitá-los. Entretanto, o casal não fazia a mínima questão de que voltasse.
Decidiram então cortar o mal pela raiz, mesmo que isso fosse de encontro aos seus princípios. Mas como?
Gritar não seria de bom alvitre, pois chamaria a atenção dos vizinhos e eles poderiam interpretar mal tal atitude.
Uma boa comida é claro que o levaria a visitá-los outras vezes, já uma de pior qualidade provavelmente não mais o deixaria tão seguro em retornar. Tinham de ser rápidos na decisão, pois poderiam perder o controle da situação e com certeza se arrependeriam amargamente.
Assim o fizeram:
Que gritar que nada! Comida? Nem boa e nem ruim.
Cada um pegou uma vassoura e meteram a porrada naquele rato safado que achou que ia se dar bem na nova mansão, mas o trataram com o máximo respeito pós mortem.
Enterraram-no bem fundo no belo jardim da casa e colocaram uma pequena placa avisando aos futuros visitantes da espécie. “Se não fores o Super Mouse, acabarás aqui.”