O Caminho da Fé (II)
O fim de semana tinha chegado. Tudo estava preparado para aquela "Caminhada". Na verdade a preparação começara a partir da hora em que todos aceitaram participar desta "Caminhada". Para muitos era algo novo. Uma experiencia nova jamais vivenciada ou imaginada. Mas, enfim já estava tudo programado tudo certo. Naquele sábado um compromisso familiar. E de antemão estava certo uma carona com outro participante que sairia daqui no domingo. Exatamente, no domingo a tarde o inicio de uma viagem rodoviária passando pela Rodovia Fernão Dias até Bom Repouso(MG) uma distancia de 144 km. Uma viagem que demoraria em torno de 2 horas e 30 minutos. Tempo suficiente para chegar exatamente na hora da Missa.
Aos poucos foram chegando os participantes vindos em sua maioria ali mesmo da região. A Missa naquela noite estava programada para as dezenove horas. O mesmo Padre que celebraria a Missa seria o "Mentor Espiritual" daquela caminhada. Naquela noite a leitura do “Evangelho” mexera com todos. Ele dizia que certa vez Jesus entrou num povoado, e certa mulher, de nome Marta, recebeu-o em sua casa. Sua irmã, chamada Maria, sentou-se aos pés do Senhor, e escutava a sua palavra. Marta, porém, estava ocupada com muitos afazeres. Ela aproximou-se e disse: “Senhor, não te importas que minha irmã me deixe sozinha, com todo o serviço? Manda que ela me venha ajudar!” O Senhor, porém, lhe respondeu: “Marta, Marta! Tu te preocupas e andas agitada por muitas coisas. Porém, uma só coisa é necessária. Maria escolheu a melhor parte e esta não lhe será tirada”.
As vezes ficamos a pensar quantas são as vezes em que andamos agitados, inconformados ou preocupados com tantas coisas fúteis. Não temos tempo para a escuta ao que o Senhor quer explicar e nos mostrar sobre as coisas mais simples e necessárias para viver neste cotidiano. Este cotidiano tão agitado e conturbado cheio de apego aos bens materiais e que muitas vezes nos recolhemos com nossos próprios problemas e não queremos saber de mais nada.
Eu já disse, que esta seria uma “viagem espiritual”. Um momento para rever tudo aquilo que fazemos, fizemos ou que ainda iremos fazer após aquela caminhada. Portanto, já era possível dizer que aquela caminhada seria uma lavada na alma por completo. Sendo possível sair dela totalmente renovado.
Ali naquele lugar era o ponto inicial da Caminhada rumo a Aparecida do Norte. Naquela noite o céu estava limpo. A temperatura em torno de 17 graus. Aos participantes fora servido um lanche leve. Após receber as ultimas instruções o Padre abençoou os participantes e em seguida iniciou o Terço. Divino Jesus, eu vos ofereço este terço (Rosário) que vou rezar, contemplando os mistérios de nossa Redenção. Concedei-me, pela intercessão de Maria, vossa Mãe Santíssima, a quem me dirijo, as graças necessárias para bem rezá-lo para ganhar as indulgências desta santa devoção...
Era em torno das 00:00 da segunda-feira o inicio da caminhada. Se tudo corresse bem o primeiro trecho seria de trinta e oito quilômetros saindo de Bom Repouso até o Município de Consolação (MG), com previsão de nove horas de caminhada andando em média quatro quilômetros por hora. Consolação é o menor município do Circuito Serras Verdes, fazendo parte também da Rota do Caminho da Fé. Com uma natureza exuberante salpicada por dezenas de cachoeiras selvagens e matas fechadas, mantém as tradições culturais típicas. A cidade está localizada no sul de Minas Gerais, em uma altitude de 1035 metros, a região abriga muitas florestas e cachoeiras selvagens esperando para serem descobertas. O caminho devidamente marcado por setas indicando o caminho a seguir. Ali seria a primeira parada para descanso...