Diário de férias

Diário de férias

Hoje acordei com a disposição de um menino.
Como sou casado acordei namorando. Fomos na padaria, meu cunhado e eu e trouxemos pão e leite.
Eles comeram pão com ovo. Eu, sem ovo.

O dia de hoje foi planejado ontem. Quer dizee: as atividades. Combinamos irmos a um açude. Ilha Bela na cidade de Guaiúba.

Nesse instante estou rindo do Sílvio Santos, afinal, meu dia ainda não acabou.

Pois bem. Fomos todos pra Ilha Bela. 10 pessoas.

Como estou com minha namorada, não posso olhar pras outras. Mas tá valendo.

Felizmente chegamos bem e separamos nosso espaço. Amaram 3 redes e me deitei numa. O clima muito agradável e o vento bem frio. Estava disposto a não tomar banho, hoje, devido o clima. Mas a Ilha, realmente, é bela. Dá vontade de não mais sair.

A maioria das meses são de pneus. O limite da ilha é beijada pelas águas do açude. Os patos de pedais navegam, sossegadamente, sem atropelos. É muita água pra pouco pato. Também tem os caiaques. Gosto de caiaque. Planejava brincar de caiaque depois do almoço.

Passamos uma hora tirando fotos. Meu amor e eu muito mais. Eu gosto de fotos. Que me conhece sabe disso, mas minha namorada gosta muito mais. Aí não dá outra. Cada convite dela eu compareço e a gente faz o maior charme pra câmera.

Tiramos fotos até na casinha de pneus.

O dia passa normalmente e a hora do almoço se aproxima. Pra três famílias um peixe, uma galinha e carne de sol.

Hoje, o Américo não foi comigo. A Bagaceira ficou sozinha em casa. Soledade deve ter sentido minha falta. Mas não podia levar Soledade. Estava com minha beldade e hoje dispensaria qualquer Soledade. Soledade, já sabem. É a paraibana de A Bagaceira. O Américo que me fala dela.

Deitei um pouco antes do almoço e o punho da rede rebentou comigo. Nem sou tão pesado assim. A rede que está velha.

As crianças se divertem no chuveiro coletivo. Na piscina das crianças.

As famílias chegam uma após a outra e a Ilha fica lotada. Não há mais espaço.

Finalmente chega o almoço e todo mundo racha o bucho de comer.

O garçom retira os pratos e diz que é o Queiroz. Aquele que sumiu depois de ficar famoso pagando empréstimo à primeira dama. Mas depois diz que temos de ser gratos porque, apesar das roubalheiras ainda podemos escolher o que queremos comer. Hoje peixe, amanhã, galinha e depois uma carne. Pior, disse ele, são aqueles que fogem de seu país atrás de comida. Bela colocação. Bela reflexão.

A mesa fora tirada, mas ficamos ali. Meio com preguiça e esperando o bucho baixar pra tomar banho. Eu estava pensando no caiaque en quanto a gente conversava.

Perto de uma da tarde um inseto entrou no meu olho esquerdo e deu uma ferruada. Tentei expelir o inseto, mas senti que ele entrou debaixo de minhas pálpebras. E parecia que ferruava cada vez que mexia no olho. Enquanto isso eu ciscava os pés no chão. A dor e o ardor eram intensos. A cabeça já doía toda e pedi uma rede.

Nesta altura toda a Ilha olhava para mim. Virei a atração do momento. Com espanto, claro. Perguntaram se queria ir pro hospital. Disse que sim e saí com os dois olhos fechados pq o inseto ferruava toda vez que mexia os olhos. Entao, se abrisse o outro ia mexer no doente.

Lavaram com água e colírio, mas não adiantou. Ninguém conseguia ver o inseto. Saí guiado pelos dois braços. Como os cegos sofrem!

O médico demorou meia hora pra me atender, mas o olho melhorava. Só não podia mexer. Pensei que o inseto tivesse morrido. Finamente o médico olhou e disse que não havia nada no meu olho. Só uma lesão como se fosse uma pancada. Passou duas medicações. Uma na hora e a outra comprar na farmácia.

Fui pra enfermaria e esperava algum procedimento local, mas minha esposa me disse que era uma injeção.

Adoro injeção na bunda dos outros. Na minha não. Mas a bunda da vez era a minha mesmo.

Entao chegou a hora de ser penetrado por aquela agulha fina e aguda. Mas a mão da enfermeira foi muito suave. Pensei que tava enfiando, mas já tirava. Porém, a dor na perna foi intensa. Saí mancando. Mas sou um pouco frouxo. Até uma mulher me faz chorar.

Meu dia terminou numa rede. As dores começaram a passar e pouco a pouco voltei a abrir os olhos.

Graças a Deus que melhorei. Parece que tenho areia no olho, mas já consigo usá-lo.

Fico devendo as fotos no caiaque e o ensaio com o violão. Íamos cantar na Ilha Bela.

Professor Carlos Jaime


Guaiúba 21/07/2019
CARLOS JAIME
Enviado por CARLOS JAIME em 22/07/2019
Reeditado em 24/07/2019
Código do texto: T6701589
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