Duas fadas amigas
- Certo dia, duas fadas amigas estavam juntas. A primeira chamava-se Belinda, e a segunda chamava-se Aurelina. Conforme todas as outras fadas, elas tinham o costume de voar incansavelmente, levando brilho e fabulosidade por todos os arredores, fazendo isto sempre a transbordar felicidade. Só que um dia, a fada Aurelina encontrava-se triste, e por consequência seu brilho ia perdendo-se aos poucos, e o seu voo já não era mais o mesmo. As outras fadas percebiam isso, mas nada faziam. Até que a Belinda, envolvida por uma luz ao seu redor, aproximou-se e perguntou-lhe:
- Por que tens andando com um semblante tão fúnebre, tão sem alegria? O seu sorriso já não é mais o mesmo, o brilho perdeu-se, e o voo desacelerou-se.
Aurelina, comovida por enfim alguma fada vir se aproximar e se preocupar, respondeu-lhe:
- Estive a andar em sombra de dúvidas, quis muito saber se todas aquelas que voam ao meu lado realmente estão comigo, até nos momentos que não tenho força nem brilho para isto. Até nas situações que a minha purpurina venha a se esgotar. Não fiquei muito feliz com o resultado, pois vi que foram poucas que se atentaram para isto.
Belinda, com lágrimas nos olhos cristalinos típicos de uma fada, respondeu-lhe:
- Eu sei que é difícil, porque até no nosso universo de fadas nem todas as que voam junto a ti, estão contigo nos momentos que você se sente impotente para abrir as asas. Mas, apesar de eu ser a única, eu me importarei e te ajudarei a voar novamente, até você reconquistar seu brilho. Vamos juntas!
Vivemos em um mundo assim, repleto de pessoas que veem a alegria e a força do próximo ao seu redor esgotar-se, e nada fazem. Não se aproximam, não liberam uma simples palavra amiga, não o encorajam, porque não se compadecem e estão centradas em si mesmas. Mas ainda há Belindas que saem da zona de conforto e encorajam o outro a recuperar seu próprio brilho. Antes de mais nada, que sejamos constantemente como a Belinda.