Eles ainda não usavam "black tie"
Era os anos 80.
Há mais de 18 anos o Regime era militar por aqui. Linha dura! Caça aos "Comunistas". Os "Anos de Chumbos".
E foi assim desde de março de 1964 o mando era dos generais.
Não havia mais eleições livres.
Não havia mais o projeto de “Reforma Agrária”. O homem do campo abandonou o campo agrícola e tomou rumo as grandes Cidades como Campinas, Jundiaí, São Paulo, Santo André, São Bernardo do Campo e Guarulhos.
No entanto, com este inchaço populacional nas Cidades aumentou os grupos dos “sem terras”, dos “sem tetos”, dos “descamisados” e dos sem estudos e sem qualificação profissional. Que em sua maioria eram agricultores que venderam suas pequenas propriedades e foram embora. Aliados a este fato também era grande os conflitos agrários pela posse da terra lá no “Bico do Papagaio” e em todo Pará. A colonização em massa estava chegando na Amazônia legal. A "Transamazônica" estava saindo do papel.
O Congresso Nacional fora fechado por um Decreto. O Ato Institucional nº 5, de 13 de dezembro de 1968, marcou o início do período mais duro da ditadura militar (1964-1985). Editado pelo então presidente Arthur da Costa e Silva, ele deu ao regime uma série de poderes para reprimir seus opositores: fechar o Congresso Nacional. Não existia tantos partidos políticos como hoje. Restou o ARENA e o PMDB. Não havia “fundos partidários”. Mas, já havia quem financiasse grandes campanhas politicas em consonância com a "Politica do Café com Leite" e dos seus interesse prioritários e partidários.
Os segmentos representativos do povo reclamavam por eleições livres.
Eu tinha acabado de sair da minha cidade do interior.
Chequei em São Paulo naquele ano.
A política estava fervendo no Rio, Minas e São Paulo.
O Presidente era João Baptista Figueiredo, governo militar. O último!
Os políticos de oposição estavam em plena campanha pelas eleições livres e diretas.
O Presidente dos EUA era Ronald Reagan.
O período foi chamado de “entulho autoritário”.
O povo ansiava pelo fim do Regime Militar.
Eram 300 mil nas ruas pelas “Diretas Já”. Grandes Comícios!
Grandes lideranças políticas se uniram neste momento.
Grandes políticos como Leonel Brizola, Ulysses Guimarães, Tancredo Neves, Franco Montoro, Fernando Henrique e Luís Inácio Lula da Silva, José Sarney e tantos outros todos unidos e juntos querendo as “Diretas Já”.
A principal bandeira era o resgate da plena democracia e o pleno direito do povo escolher seus próprios governantes.
Assim como hoje, o povo queria o restabelecimento da plena democracia e da plena governabilidade em pról do povo brasileiro.
A gasolina custava 564 e o álcool 332...e o "Petróleo ainda era nosso" e Eles ainda não usavam "black tie".