A Flor de Cactos e o Passarinho
O dia era quente, o sol castigava o sertão e suas flores. Mas uma resistia bravamente e fazia do calor do sol inspiração para suas tardes de amor e paixão. E foi assim, resistindo às adversidades e amando o sol de sua alma que a Flor de Cactos conheceu seu grande amor. Um pássaro de canto envolvente, suave e tão marcante que ela não resistiu e logo se apaixonou.
Tudo começou tão rápido, o pássaro de longe viu a Flor, se envolveu com suas cores, seus mistérios e se aproximou. Mas mal pode chegar perto, pois ela era protegida demais, os espinhos que a rodeavam eram como flechas prontas para machucar. E ela, ela se envolvia com aquele pássaro insistente, belo e cheio de sedução. Sabia que era um amor impossível, mas iam se querendo através dos espinhos, do sol ardente.
Exótica Flor, viveu dias mágicos com seu passarinho sedutor. Exalou perfume e néctar, foi mais além e experimentou a dor. A dor de amar. Mas não se importou e amou, amou o passarinho galanteador que também lhe jurou amor. Que a amou com os olhos, mas nunca tocou a Flor. Tocou sua alma, fez queimar sua pele, de sua pétalas escorreu o mais doce necta, mas ele não o provou. Não descobriu seu sabor, apenas o imaginou, mas nunca se deliciou. Ele arrancou dela suspiros de desejo e prazer, experimentaram juntos a loucura do amor.