SONHAR VALE A PENA?

Prólogo

Dizem que as metas são as realizações dos sonhos. Outros afirmam que os sonhos são as buscas das metas ou anseios no prelo como se fossem escritos à espera de um reconhecimento justo por meio de uma publicação.

Em meu limitadíssimo conhecimento dos mistérios divinos entendo que sim. SONHAR VALE A PENA! Senão vejamos na explicação simples de quem ousa afirmar ter deixado de acreditar nas promessas hipócritas dos materialistas.

Viver é um desafio constante. Sem querer e/ou talvez querendo todo ser humano caminha pela larga estrada das futilidades materiais e, às vezes, entra no castelo das ilusões que representa a realidade superficial e passageira. Muitas vezes fiz isso. Hoje caminho a passos lentos pela trilha estreita do progresso mais espiritual do que material.

EIS O EXEMPLO DE MEU DEVANEIO

No meu aniversário de 70 anos (13 de abril de 2019), entre as serviçais e convidadas, estarão presentes setenta lindas mulheres, todas em trajes coloridos espargindo o esplendor de seus encantos feminis. A mais idosa terá a mesma idade do aniversariante. A mais jovem, com apenas dezesseis anos, será minha amada neta Nathalia.

Claro que estarão presentes à tertúlia a mamãe Fátima e minha querida filha Bianne, noras e sobrinhas pouco ou nada afetivas. Afinal, a evolução da vida está no perdão do mal e na gratidão pelo bem. Deixo bem claro: Esquecerei as animosidades passageiras e farei questão da presença apenas da família e familiares. Eu sei que essa doce ilusão obscurece minha lucidez. A tão sonhada festa de aniversário é um devaneio irrealizável.

Em meu sonho fútil, no conforto físico e socioeconômico, típico do ser humano fraco, imaginando ser possível ter uma festa só para meu deleite, deturpei situações, inverti valores deixando de convidar mulheres que, mesmo acometidas de sapiofilia, são tão sinceras quanto minha família.

Essas musas NÃO CONVIDADAS certamente abrilhantariam mais ainda, com louvor, minha festa! É fato, deixei-me arrastar para um círculo surreal que poderia evitar. Deixei-me dominar pelas paixões, pelo orgulho e vaidade. Mas essa danosa vanglória despertou-me!

CONCLUSÃO

Em um salto acordei! No quarto de luz negra, em total e tenebrosa escuridão, descobri que tudo não passou de um sonho! A descoberta da realidade dói! As ligações fraternas do dia a dia não me permitirão comemorar meus 70 anos no pedestal de meu castelo e fortaleza dos sonhos. A festa acontecerá, mas será dentro da realidade existencial.

Ao conquistar a vantagem da maturidade em detrimento da juventude posso asseverar sem receio de engano: Essa descoberta entre a realidade existente e o devaneio desejado fez-me entender que estou evoluindo. E os lindos sonhos e boas ações reforçarão meu anseio de querer ser cada vez mais útil e necessário à família e afins.