TROV DA CAVERNA 10

 


 
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     A loura com a cara queimando fugiu para seu canto e no outro dia era motivo de gozação de toda a tribo. Sua tia numa longa conversa com ele andou explicando os motivos da loura e ele apesar de ter entendido bem, ainda ficou com um pé atrás e não deu muita importância a loura. Mesmo por que a mulher sempre estava submissa ao homem e ele não podia nunca demonstrar fraqueza em relação ao sexo oposto. Com seis meses já falava e entendia a língua da tribo. Foi então designado para acompanhar junto com mais seis guerreiros e um líder às mulheres ao rio onde elas além de pescar, lavavam as peles se banhavam e fabricavam panelas com o barro de boa liga tirado da margem do rio.

     Assim, nos dias que as mulheres iam ao rio ele junto com os guerreiros designados acompanhavam e cuidavam da segurança das mulheres. Cuidados mais por precaução o barulho das crianças e mulheres espantavam os predadores, os mais temidos eram as grandes cobras e os jacarés que volta e meia apareciam. Mas sendo água de correnteza e pedras, sempre apareciam em apenas um no máximo três animais que eram espantados dali a gritos e pedradas, onças eram vistas sempre, mas nunca se aproximava muito, de certo modo o serviço era fácil. Quando as mulheres não desciam ao rio, eles podiam se quisessem juntar-se aos guerreiros que saiam à caça ou simplesmente em expedições para procurar rastros de invasores ao território.

     Trov tinha se tornado um guerreiro muito forte e um pouco diferente dos demais guerreiros da tribo. Sua pele embora clara era um pouco mais acentuada e uma pelagem marrom cobrira seu peito dando-lhe um ar mais temível do que os outros, suas pernas também eram peludas, mas o rosto, em comparação com os outros, era quase imberbe. De qualquer forma ele se distinguia dos outros mais por sua força e destemor. Os anos que ele ficou isolado dos outros garotos na sua primeira tribo tinham desenvolvido mais seu cérebro, pois sempre tinha de estar pensando em defesa, ataque e meio de sobreviver, procurava observar todos os animais, por isto sabia como se defender e atacar melhor, conhecia as manhas e jeito que: “principalmente as onças usavam no momento do ataque”.

     Um dia desatentos prestando atenção nas brincadeiras das crianças, os guerreiros não viram quando uma pantera negra enorme estava pronta para atacar justamente a loura sapeca. Ela estava em cima de uma árvore já coleando e pronta para o bote, iria cair em cima da moça que estava num plano mais baixo atingindo-a na nuca com um golpe de sua poderosa pata que mataria a presa sem qualquer reação. Depois a abocanharia com suas mandíbulas fortes e pularia para a floresta onde numa questão de minutos, ninguém mais a alcançaria, quando se sentisse segura, subiria com sua presa para uma árvore e a devoraria tranqüilamente.

     Trov por algum motivo se sentia atraído pela loura, sempre estava mais perto dela, embora fizesse tudo para demonstrar falta de interesse e até desprezo pela garota, olhando quando estava certo de que ela não notaria. Assim foi que vislumbrou a cena do ataque da pantera e percebendo o perigo se atirou com a clava em riste, gritando e correndo em direção a moça assustada. Ela pensou que ele ia matá-la, ele atingiu o ponto onde ela estava antes da pantera, confusa com os gritos tardara por alguns segundos o salto. A moça apavorada pensando que ia ser morta se agachou e colocou as mãos na cabeça a guisa de proteção. Ele parou com suas pernas fortes e compridas de forma que o corpo da garota ficou entre elas e estacou.

     Seus pés estavam bem firmes no chão e quando o corpo esguio, negro com as manchas quase invisíveis quadriculadas num salto formidável veio em sua direção. Com sua clava na posição de golpe, ele foi preciso, a pesada massa encontrou a cabeça da pantera moendo-lhe o crânio, mas o corpo que se projetara com toda força não se desviou totalmente e o atingiu a cheio derrubando e ferindo seu peito profundamente fazendo o sangue sair aos borbotões tingindo de vermelho seu corpo. A garota e a fera que caíra sobre ele. Sem se importar com o sangue ele se colocou de pé novamente e com golpes potentes acabou de liquidar o animal, quando os guerreiros chegaram, o bicho estava já sem vida, e ele com a mão comprimia o ferimento doloroso e profundo.

     No mesmo instante as mulheres mais velhas o agarraram e o levaram para a água lavando o ferimento enquanto outras corriam para o mato e logo voltavam com folhas que elas a golpe de pedra maceravam fazendo uma massa pastosa e aplicando em cima da ferida. Como por encanto o sangue na mesma hora estancou e um coro de uga bug torobug e rusurug, foribug notbug e mintibug, que deveria querer dizer: este caboclinho é macho mesmo sô, uai! Com o acontecido, e como já estava próximo à hora de voltar, a comitiva imediatamente iniciou o regresso para a caverna, entre gritos de júbilo carregando o corpo da pantera e auxiliando Trov que passara a ser um herói


 
24/11/2018 16:40


É COMADRE DESISTI DE LUTAR.

Estive como esta tal menina
Medico diz é coma, ta na toca,
A maldita vizinha da esquina
Chegou lá doida para um fofoca.

Comade to sabendo ele tá mar
Fica triste não isto acontece,
Pede para Deus para despachar
Logo logo vancê passa e esquece.

Trovador lá em coma, escutando
Comade ocê percupe não querida
Hora quele morrê vô tá judano.

Nóis sai do cimitéro na certeza
Só virá na dereita na avenida
Nois vai dançá forró e cabá a tristeza.


 
          Pois é minha querida comadre Aila, aconteceu ainda bem que a dona morte também estava escutando e riu muito e só por desaforo resolveu atrapalhar o plano das duas e me reviveu de novo. Gostei do seu soneto como sempre e como sempre só sei fazer bobajol rsrs bjs linda.
Para o texto: 
ALUTAPELASOBREVIVÊNCIA (T6504783)
De: 
Aila Brito
Trovador das Alterosas
Enviado por Trovador das Alterosas em 24/11/2018
Reeditado em 25/11/2018
Código do texto: T6510894
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