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TROV DA CAVERNA 09


     A mulher da sua tribo veio em seu socorro e espantou os meninos e num gesto amigo deu uma olhada no seu amigo de baixo. Depois pegou óleo de algum tipo de vegetal e passou nas suas genitálias, sentiu um alivio imediato e agradeceu a mulher que depois disto ficou próximo a ele, guardando-o e ao seu maltratado pinto. Depois de algum tempo o pajé voltou, reuniu todos da tribo e falou durante algum tempo, depois mandou a mulher da sua tribo de pele parda e partes cabeludas repetir para o rapaz o que disse e mais algumas coisas, ela disse. - O pajé disse que você é prisioneiro e ao tentar fugir será morto, eles entendem e respeitam quando um jovem está se preparando para se tornar homem, o fato de você parecer com eles evitou que fosse morto, mas não tente fugir. Ele anuiu concordando e o pajé usando uma faca cortou as tiras libertando-o, mas mandando-o entrar na caverna.

     Sempre acompanhado da mulher da sua tribo, ele penetrou na caverna, estranhou... A caverna não tinha o mesmo cheiro da caverna do povo bonito. Cheirava a alecrim e compreendeu quando viu os feixes de alecrim amarrados a guisa de vassouras e usadas para limpar o chão. Notou que a distancia regulares havia um espaço delineado com pedras colocadas em círculos que ele não entendeu de imediato. Mas sentia o corpo todo ardendo pelos beliscões e não quis fazer perguntas, a caverna era enorme e só quando chegou à parte mais profunda é que a mulher o mandou parar. Mandou que ele se sentasse e ficasse quieto, saiu e voltou depois de algum tempo com uma vasilha de água e outra menor com alguma coisa dentro que cheirava a ungüento. Ela foi passando água nos seus ferimentos e limpando o sangue seco, depois de lhe assear todo o corpo, ela aplicou o ingrediente da vasilha menor, sentiu que seu corpo se refrescava e mentalmente agradeceu a mulher por seus cuidados.

     Quando terminou, a mulher começou a fazer perguntas sobre sua tribo, ele foi respondendo, já que ela tinha sido boa com ele, não via por que não tratá-la como amiga. Após dar detalhes dos seus irmãos bonitos, ela reconheceu os nomes de alguns mais velhos com alegria incontida. Quando ele lhe falou que sua mãe se chamava Dip ela levantou e iniciou um dança que se resumia a saltar sobre os próprios pés, levantando os dois de uma vez, numa série de pulos e depois fazia uma corrida formando uma roda e rodopiava o corpo por algumas vezes voltando a saltar novamente. Algum tempo depois mais calma, tornou a se sentar e agarrou suas mãos e começou a esfregá-las na cabeça ao mesmo tempo em que falava com doçura e demonstrava sua alegria abraçando e lhe fazendo cafuné.

     Quando finalmente ela voltou a falar, seus olhos tinham lágrimas e após dizer-lhe para esperar, saiu novamente e depois de algum tempo retornou com um guerreiro alto e muito forte que ela puxava pela mão. Atrás vinha o pajé e mais alguns guerreiros velhos e mais atrás quase toda a tribo, foi fazendo uma grande roda e sentando-se ou de cócoras esperavam o desenrolar de alguma coisa que parecia de suma importância. Quando todos fizeram silencio absoluto, ela começou a narrar o que sabia sem que ele entendesse, pois ela falava na linguagem do povo feio. Quando terminou, o guerreiro que ela trouxera repetiu os mesmos gestos de alegria com as palavras carregadas de grande emoção, os companheiros, mulheres e crianças começaram uma grande algazarra comemorando.

     Como não entendia, ficou um pouco assustado e parece, percebendo isto, o pajé falou com todos e pediu para se retirarem. Permaneceu só ele, a mulher, o guerreiro e o pajé que deu instruções à mulher e depois deixou que ela falasse permanecendo junto ao guerreiro e prestando atenção esperaram a mulher terminar. Ela disse: “há muito tempo, os guerreiros desta tribo, tinham um chefe mau, assaltaram a sua tribo que também é minha e mataram muitos dos nossos guerreiros, roubando as mulheres para trazer como escravas para sua tribo. Quando duas noites depois este guerreiro, “disse apontando para quem tinha trazido pela mão”, que tinha raptado sua mãe, “minha irmã,” e se deitara com ela, descuidou-se e dormiu e ela tirando sua faca, cortou as cordas e fugiu para a mata. Não a encontrando no outro dia, os guerreiros partiram e agora sabemos que retornou para o nosso povo e com certeza prenhe deste guerreiro que eu creio e ele também, ser o seu pai.

     Quando terminou ele perguntou, como ter certeza, se ele não estava perto da sua mãe para perguntar? A mulher que se dizia sua tia falou ao guerreiro expondo a dúvida que ele expressara. Na mesma hora para seu desespero o brutamonte que se dizia seu pai o agarrou com as grandes mãos e por mais que ele se debatesse ele o virou de bunda para cima e abriu suas pernas metendo a mão no seu traseiro. “Trov arrumou o maior berreiro falando na língua do povo feio: - “blog log sorotog big tod mirigob e seletog vou traduzir só esta vez”: - mesmo sendo pai, pode tirar a mão do meu rabo, o pai respondia: - “(bog log sorotog dea sa, sea sutante tea) tradução: note bem, rabo era a mesma coisa nas duas línguas com mínima variação. - Eu posso provar olhando se ele tem como minha família, uma pinta no rabo e depois de constatar a marca no rego da bunda do menino, parecendo um coração escarlate, ele virou o bundão para o lado dos outros e abrindo as bandas da bunda mostrou a mesma marca. Foi motivo de festejo para os três, menos o menino que ainda não tinha entendido muito bem e depois que sua tia explicou, fez que nem idiota quando demora a entender a piada, riu sozinho.

     Depois de muito deliberar e explicar, ele entendeu e aceitou o que se decidira sobre ele. Teria que ficar na tribo três vezes a quantidade de dedos dos pés e das mãos de lua grande para ter liberdade total e decidir se queria voltar a viver com a tribo do povo bonito. E assim ele iniciou sua nova vida, acostumando-se rápido com a nova família que mostrava ser muito superior à sua antiga tribo. Na limpeza, organização, nos meios de caçar os animais com armadilhas que ele, esperto não só aprendeu como criou novo tipo mais eficiente que deixava seu pai orgulhoso e fazia dele um guerreiro respeitado. Mas no início, ainda teve um arranca rabo com a loura endiabrada. Quando um dia dormindo num dos locais cercado com as pedras e que demarcava o território da família do seu pai, a mulher dele, sua tia que o pai tomara a seus cuidados, três irmãs e dois irmãos pequenos que viviam com o pai. Acordou com a loura metendo a mão no seu pinto, ele deu-lhe uns tabefes e se armou o maior aranzel.


 
23/11/2018 19:44

Chora fazendo berreiro
Se do cafetão ela apanha,
Velha não ganha dinheiro
Tadinha desta piranha.

 Só fiquei com saudades. Bjs linda
Para o texto: 
TROVA (T6218158)
De: 
Aila Brito
Trovador das Alterosas
Enviado por Trovador das Alterosas em 22/11/2018
Reeditado em 23/11/2018
Código do texto: T6509525
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