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                              TROV DA CAVERNA 05


 

     Quando a noite caiu, deitou-se e antes de ser vencido pelo sono contemplou os olhos dos bichos que ficavam no céu. Eram tantos que ele não conseguia vê-los de uma vez, todos piscavam e ficavam acordados à noite toda e só dormiam de manhã como explicava o velho feiticeiro. De vez em quando um bicho descia para a terra e era mais um bicho que vinha se juntar aos outros, deixando um rastro de fogo por onde passava. Dormiu e sonhou com o grande jati-biú, sonhou com sua mãe e com as vezes que ela fazia um cafuné e o mimava com palavras doces, até ele dormir no seu colo.

     Acordou com a algazarra dos bichos saudando o novo dia, permaneceu quieto, era assim que os mais velhos ensinavam: “quando na mata, ao acordar permaneça quieto até ter certeza de que nenhum bicho está de tocaia”. Quando o dia ficou totalmente claro ele se moveu lentamente, examinou a própria árvore, depois olhou os arredores, de cima do galho fez suas necessidades e se limpou com gravetos e folhas, olhou novamente para todos os lados e depois desceu indo banhar-se nas águas limpas da margem do rio. Era outra estratégia, evitar que o corpo exalasse muito cheiro para não atrair predadores. Os mais temíveis eram as panteras que estavam em toda parte, mas como tinha muita caça e elas já tinham suas presas favoritas, só atacavam se fossem acuadas ou estivessem com muita fome, mas eram traiçoeiras e mereciam cuidados constantes.

     Depois de comer goiabas, viu uma ave marinha se assustar quando ele pisou num galho seco provocando um estalido. Ela voou e ele foi até o local e descobriu-lhe o ninho cheio de ovos grandes. Fez uma lauta refeição e quando terminou, tomou água do rio e recomeçou sua caminhada, sempre com atenção e evitando caminhar por baixo das árvores, seguiu a margem do rio onde era fácil caminhar. Às vezes sobre pedras ainda frias ou a areia macia, às vezes parava para contemplar pequenos animais que nadavam ou caminhavam como ele e pastavam a relva verde da beira do rio.

     Sua lança curta ficava pendurada por uma corda junto com a pele surrada de onça na altura dos ombros e encaixada entre as omoplatas. Na mão direita carregava um porrete em forma de clava que ele sabia manejar com destreza em caso de perigo imediato. Na cinta também segura por uma tira de pele, tinha sua faca feita de pedra dura e cortante, engastada num cabo de osso. Na mesma tira um saquinho de peles onde carregava pedra de fogo e algodão de paineira que ele ainda não tinha usado, pois, sua alimentação até então era de vegetais, raízes, frutas e brotos que ele conhecia.

     Caminhou por vários dias sem nenhum incidente, nenhum susto com animais ferozes, e sua memória ainda não tão desenvolvida, substituía as imagens da tribo pelas novas imagens que ele ia descobrindo. Assim durante o dia nem se lembrava das pessoas e até a imagem da mãe deixava sua cabeça, preocupado com a sobrevivência e os perigos da viagem que merecia toda sua atenção. Num dos meandros do rio, onde ele fazia uma curva maior, a encosta era de um paredão de pedra muito alto e chamou a sua atenção. Uma furna no alto da pedreira com acesso difícil, mas que ele curioso e usando toda sua grande energia de jove
m, alcançou com facilidade.

REEDIÇÃO

 
No domingo é de graça
Tentarei dar o que queres
Homem ganha cachaça
E flores é para mulheres.
 
NÃO TE QUERO MAIS
 
É difícil crer que me ama ou mesmo que tu venhas a lembrar
Deste poeta caipira com desejos sensuais que deixastes no ar.
 
O que senti nos teus versos, não era para mim teu sentimento,
Era para outro com certeza, à poesia saída do teu pensamento.
 
Não fiquei triste nem escrevo agora este poema para lamentar
Creia, estou desiludido, eu fiquei surpreso ao ouvir-te confessar,
 
Eu não esperava mais que sairia do teu proclamado isolamento...
Mas viestes a mim com promessas de amor feitas com juramento.
 
De repente teu brilho de fada e tua beleza iluminaram o meu olhar.
Eu te senti, senti tua alma, senti teu cheiro e teu coração a palpitar.
 
Apenas por alguns dias à esperança deste amor foi o meu alimento
Como antes vi juras nos teus versos, hoje neles só sinto o tormento...
 
Mas aprendo com isto e decoro as entre linhas aí poderei te imitar
Ter sempre meia dúzia de amores e não ficar só quando um me faltar.

 
NÃO TE QUERO MAIS
 
 
 

 
 
 
Trovador das Alterosas
Enviado por Trovador das Alterosas em 18/11/2018
Reeditado em 18/11/2018
Código do texto: T6505691
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