EM COMPANHIA DAS ESTRELAS

Vivo sonhando encontrar um mundo novo, um mundo diferente do que me rodeia. Mas de repente descubro que estou só.

Folheio jornais, faço buscas, nada encontro a não ser um sentimento de frustração e amargura.

Olho os classificados, inúmeras mariposas noturnas incolores oferecendo afeto. Algumas cismam em volitar estonteantes em meio ao painel soturno a minha frente.

As borboletas diferentes das mariposas, sempre fizeram parte do meu universo, misturam-se às sombras e aos nutrientes que não foram digeridos pelas bactérias anaeróbias.

Gosto de vê-las ao meio dia tremulando ao sol em bandos infindáveis nas areias encharcadas ou lamacentas dos banhados. A beleza do seu colorido esconde o letal veneno que carrega nas entranhas.

Sorriso sarcástico o daquela que prevê o fim do que teve um enigmático começo. Sangue abominável, gozo incompleto.

Tarde primaveril de domingo, cheia de insetos, que cismam em presenciar um choro incontido, irresistivelmente dominado pela paixão. Amor que não deu certo... impávido, incompleto.

Fora estes pensamentos torpes que me fazem tanto mal.

A verdade... a verdade é que eu não consigo dispensar a companhia das estrelas e das borboletas no calor do verão.

AGOOLIVEIRA
Enviado por AGOOLIVEIRA em 12/11/2018
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