O primeiro conto e que narra à história da primeira encarnação do Trovador, foi escrito exatamente para descansar a cabeça dos leitores de problemas deste mundo tecnológico e onde é difícil imaginar uma pessoa vivendo numa floresta sem conforto e sem os meios modernos. Vão dizer que é muito juvenil, ótimo esta é a intenção, afastar o pensamento do complicado mundo globalizado.



                                    CAPITULO 01

                              Trovador das cavernas 
                                                   01

 
     Nos tempos recuados da inteligência nasceu numa certa tribo lá para os lados das partes altas de onde é hoje as Minas Gerais, um pequeno e feio garoto que mais se parecia com um macaco branco do que um filhote de homem. Ainda bem que nasceu sem pelos, senão poderia até ser confundido com um sagui e assado na fogueira e servido de jantar para os irmãos troglos. Sua linda mãe uma troglodita charmosa e cheia de manhas, ficou meio espantada quando viu aquela coisa desengonçada, ficou relembrando com quem tinha se deitado tão feio assim para gerar aquele filhote mais feio que trovoada em dia de tempestade.

     Bem... Filhote é filhote, vamos cuidar do bichinho e esperar para ver se sobrevive. O tempo foi passando o filhote crescendo e aos poucos ganhando formas mais parecidas com seus irmãos: questão de convivência, que nem marido feio casado com mulher bonita, com o tempo os dois ficam se parecendo, ela só vai ficando feia. Isto é um fato, pois é muito melhor ser feio do que bonito, a beleza com o tempo só vai diminuindo e a feiura com o tempo só aumenta. Era difícil para o Trov, "nome do filhote", arranjar quem quisesse brincar com ele, seus olhos eram grandes e azuis, cabelo amarelo, era magro, mas não esquelético, tinha os peitos largos, as pernas esguias e os pés, credo, brancos que nem pé de sapo.

     . 
         Como eles tomavam banhos todos os dias o Trov descobriu um meio de ficar mais parecido com os outros moleques da tribo. Ele rolava na lama, deixava o barro secar e depois esfregava até a sujeira grossa sair, ficando a pele escura. Até sua mãe passou a tratar dele com mais carinho, e assim ele foi crescendo sossegado, sem que os outros implicassem tanto. Quando completou a idade de provar que era adulto, ele foi viver só na mata, enfrentar as onças, queixadas, e todo bicho que aparecesse, além de se alimentar, ele tinha de cuidar das peles dos animais caçados para mostrar à tribo quando retornasse... Se retornasse.
Trovador das Alterosas
Enviado por Trovador das Alterosas em 11/11/2018
Reeditado em 13/11/2018
Código do texto: T6500357
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