NATUREZA.

A NATUREZA

Outro dia, estava em minha casa quando um colega convidou-me para um passeio. Pensei um pouco e decidi: Está bem, nós iremos à esse passeio.
No dia seguinte pela manhã ele passa e me apanha em casa, e lá vamos nós para um passeio pelos campos verdejantes. Não demorou a viagem, logo, passamos a desfrutar de todas as maravilhas e encantos da natureza. Aos fundos do sítio passava um lago azul, um convite para uma pescaria como manda o figurino. No entanto, apesar da beleza do lugar, a pescaria não me atraia, então deixei o amigo a pescar só e fui me deitar numa relva macia. O silêncio me levou a apreciar as belas coisas criadas por Deus e que nos cercava. Não sei ao certo quanto tempo fiquei a meditar e apreciar aquelas obras que me impressionavam e faziam-me sentir um desejo incontrolável de saber tudo a respeito de tudo aquilo que via: Matas, pássaros, rio e aquele céu de anil.
Um pensamento passa a ocupar minha mente: O que fizemos nós para merecer tanto? E a conclusão foi a seguinte:
Nós nada fizemos, mas, um Ser de amor puro e poder incomparável, tudo criou em nosso benefício, esperando talvez, uma simples palavra de gratidão e um mínimo de amor por toda essa obra divina construída. É triste perceber que até isso nós lhes negamos, vez que, o ser humano de modo geral não sabe apreciar com os olhos do amor esse quadro tão lindo. Há sempre a lhes ofuscar a visão, ódio, mágoa, avareza, sede de poder e outros males humanos, tudo isso contribuindo para que o mundo não seja o verdadeiro paraíso. Não posso precisar quanto tempo permaneci pensando ou sonhando, só sei que um leve toque trouxe-me de volta à realidade, era o amigo chamando para a viagem de volta, pois já anoitecera.
O retorno foi bom, cheio de piadas e gargalhadas, mas no fundo minha alma restava entristecida, pois sabia que voltava para a rotina do dia a dia, sem tempo nem espaço para meditação, com a fumaça da poluição a encobrir o encanto das estrelas, e com os olhos avermelhados mesmo sem querer chorar, mas com a certeza absoluta de que além da confusão urbana, há um mundo de belezas a ser descoberto, basta procurar.

Milton Jorge da Silva
Milton Jorge da Silva Escritor
Enviado por Milton Jorge da Silva Escritor em 13/10/2018
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