O Conto das Taiobas: Origem do nome Taiobeiras
O Conto das Taiobas
Conta-se que há muito, muito tempo atrás, um certo lavrador que era um senhor muito sério e trabalhador, queria se casar. Mas onde ele morava não havia nenhuma moça disponível. As mulheres que lá havia ou já eram comprometidas ou eram muito crianças ainda. Como o lavrador já estava numa certa idade, ele queria urgência. Então resolveu sair pelo mundo a fora à procura de sua amada. Andou... Andou... Andou... Chegava num lugar, perguntava e nada. Chegava noutro e perguntava e nada. Assim foi passando dias e noites, noites e dias e o pobre lavrador ainda não tinha conseguido encontrar a sua amada e terem os seus filhos que ele tanto sonhara.
Certo dia, quando já estava quase desistindo de tudo, parou perto de um pequeno córrego para beber água e descansar. Percebeu que por ali tudo era muito triste como ele também se sentia. As poucas árvores que lá havia estavam secas, sem folhas, sem frutas, sem vida. Mesmo assim, resolveu se deitar perto de uma árvore, se escorando numa pedra que havia por perto. Começou a cochilar e logo adormeceu de tão cansado.
Enquanto ele dormia, acabou sonhando. Sonhou que estava correndo e nunca conseguia chegar aonde ele queria. No momento que estava bastante ofegante de tão cansado ele viu uma linda moça no meio de uma plantação bem verde, com folhas grandes que balançavam, balançavam produzindo uma deliciosa brisa fresca.
A linda moça estava com um lindo e longo vestido verde da mesma cor da plantação. Tinha os cabelos negros, longos e cacheados, soltos ao vento e repleto de flores perfumadas. Chamava-o para perto dela. As suas pernas se acabaram e quando se assustou, percebeu que havia algumas flores perfumadas do cabelo daquela moça encima da pedra em que ele estava escorado, descansando. O lavrador esfregou os seus olhos e ficou ali sentado imaginando encontrar realmente aquela moça: “Aquela sim era a moça que eu sempre sonhara para viver o resto de minha vida”.
Depois disso, resolveu que iria fazer a sua morada perto daquele pequeno córrego na esperança de um dia encontrar a moça de seus sonhos. Passou a cuidar das águas e das plantas que ali havia. Construiu a sua casinha exatamente ao lado daquela pedra onde adormecera. Quando chegou o período das águas, naquele lugar começou a brotar uma planta igual àquela que ele havia sonhado; folhas grandes e verdes. Deu-lhe o nome de “taioba”. Sua batata (raiz) foi entremeando pelo solo úmido, se espalhando à margem do córrego e se tornou uma grande plantação verde, muito bonita.
Tempos depois, estava passando perto dali uma linda moça, morena, de cabelos longos e cacheados. Ao ver toda aquela plantação de taioba sentiu-se atraída e encantada pela beleza desta planta. Ela se aproximou da casa do lavrador, os dois se apaixonaram se casaram e ela ficou por lá morando com ele.
Perceberam que aquela planta era comestível. Poderia comer tanto as suas folhas quanto a sua batata (raiz). Foi assim que passaram a fazer delicioso ensopado de taioba com carne de sol, biscoitos com o polvilho da taioba, caldo verde com torresmo e muitas outras guloseimas...
Dizem que quanto mais o amor deles aumentava, a plantação de taioba aumentava mais ainda. Foi assim que por algum tempo, toda essa região ficou conhecida como “Sítio Bom Jardim das Taiobeiras”. Muitos tropeiros, viajantes que passavam por aqui se sentiam também atraídos pelo lugar, gostaram tanto que muitos foram ficando. Muito tempo depois este mesmo lugar se tornou uma linda cidade que recebeu o nome de TAIOBEIRAS.
(Este conto foi baseado em muitas outras estórias que já ouvi de meus pais e avôs quando ainda era criança)
MARILEIDE ALVES PINHEIRO.