A procissão

Era um feriado de Semana Santa.

O costume era participar das celebrações da Semana Santa.

A igreja estava linda.

Naquela quinta-feira a noite fui à Missa do Lava-Pés.

«Antes da festa da Páscoa, sabendo Jesus que chegara a hora de passar deste mundo para o Pai, tendo amado os seus que estavam no mundo, levou até ao extremo este seu amor. Levantou-se da mesa, depôs as vestes e tomando uma toalha pô-la à cinta. Depois de lhes lavar os pés, disse-lhes: ‘Compreendestes o que vos fiz?

E o Padre também repetiu este gesto e lavou os pés de algumas pessoas.

A celebração foi muito bonita.

A igreja estava lotada.

Tinha muitos visitantes de fora.

Vieram visitar seus familiares e parentes.

O feriado era prolongado.

Se estenderia de sexta-feira a domingo de Páscoa.

Ao termino da Missa veio o momento de adoração.

Iria até a madrugada.

Era o momento de oração.

De terços e de silencio.

No dia seguinte, já na sexta-feira após a celebração da Palavra era a hora da Procissão.

A Procissão do Enterro do Senhor ― de todas a mais solene e comovente; levava pelas ruas da Cidade o esquife do Senhor morto. Era precedido por um andor com a cruz despida e seguido pelo da Senhora das Dores.

"Prova de amor maior não há que doar a vida pelo irmão".

Em silencio de oração e de cântico.

Eu segui a procissão que começara em frente a Paroquia Nossa Senhora das Graças na Rua Dr. Paulo Antônio Ribeiro Fraga e seguiria inicialmente pela mesma rua indo em sentido a atual rodoviária.

Passamos em frente ao antigo Colégio Comercial de Pacaembu que já não funcionava a muito tempo.

Viramos a esquerda e descemos a Rua Amador Rodrigues e passamos em frente ao Kaikan até a Avenida Vereador José Gomes Duda.

A procissão virou novamente a esquerda e passamos em frente ao Ikeda e ao Cine Pedutti.

Tinha muita gente em frente ao cinema.

Provavelmente aguardando a próxima sessão que exibiria a “Paixão e Morte de Jesus Cristo” em preto e branco. Filme este que ainda emocionava a quem assistia.

A vela estava acesa e os pingos queimavam os dedos.

Mas, nem isso tirava o brilho daquela manifestação religiosa de fé naquele momento único.

"Vitória tu reinarás, a Cruz o Salvarás".

Eram muitos os fiéis que cantavam louvores ao Cristo.

O andor do Cristo seguia na frente.

E a procissão seguiu em frente pela avenida até a rua da igreja onde encontraria com a outra procissão.

Já era a noite.

As velas acesas clareavam os caminhos percorridos...

Benedito José Rodrigues
Enviado por Benedito José Rodrigues em 25/09/2018
Reeditado em 25/09/2018
Código do texto: T6458887
Classificação de conteúdo: seguro