O caçador de monstros- O medalhão e a bruxa.

Cap 01

Noite de sangue

Uma tempestade se aproxima. A humanidade enfrenta a ruína e a desgraça. O mundo está mudado, mas ainda há esperança nos corações das pessoas. Passamos pela vida cegos as forças que podem mudar nossos destinos para sempre; inconscientes como ovelhas indo para o abate. Essa noite, do ano de Nosso Senhor de 1441 se dá início a nossa viagem juntos; uma viagem a escuridão e a loucura. Você seria o escolhido? Talvez tenha chegado muito tarde... Mas ainda deverá ser posto à prova até os limites da resistência humana... E muito além. Hoje cavalgava em busca dos antigos deuses cavalgava guiado por um amuleto que o trouxe até aqui. Essa noite começa a sua viagem a escuridão.

"A luta por supremacia é eterna inevitável. Prevalecer é o objetivo de qualquer criatura."

O sol estava se pondo, as nuvens estavam começando a serem pintadas de laranja quando cheguei no pequeno vilarejo. A chuva continuava a cair, parecia não querer cessar. Podia ouvir ao longe o crocito dos corvos que ansiavam por comida pousados em árvores mortas onde apenas o brilho dos raios de sol passavam por entre elas.

Tempos obscuros estes que nos põe a viver. Tempo sem esperança... Os homens de fé afirmam que assim Deus pai põe à prova o caráter de seus filhos. Talvez isso seja certo ou talvez não seja mais que uma bela piada. Se isso é verdade, as trevas tem chegado para outrora orgulhosa humanidade e estamos assistindo ao declive do ser humano.

Estava montado em meu cavalo negro, parado, esperando até que todos os moradores do pobre vilarejo saíssem de suas casas, indo para longe. idosos crianças homens e mulheres, todos sem exceção estavam partindo e m suas carroças, carruagens ou até mesmo a pé. Pareciam não terem muito que levar já que era um vilarejo realmente muito pobre ao ermo, a muito largado. Ao passar por eles me fitavam com olhos tristes, alguns com raiva e outros sem expressão, apenas indo.

Continuei seguindo o meu destino, alguns homens, os poucos corajosos que restaram no vilarejo ficaram comigo, segurando suas tochas, enxadas e ferramentas de campo. Desci do meu cavalo caminhando para frente do grande portão de madeira, ao qual todos os homens restantes do vilarejo estavam à espreita.

Armado com minha espada de prata, algumas adaga abençoadas e granadas de água benta era tudo o que eu precisava para acabar com as criaturas da noite. Meu manto negro e comprido cobria meu rosto. Segurei firme minha cruz em minha mão direita, apertando com força, enquanto continuava caminhando até lá. Ao parar a poucos metros de distância do grande portão, pude ouvir os passos pesados de criaturas ao lado de fora. Era fácil perceber que aquele pedaço de madeira podre não seguraria aquelas criaturas muito tempo.

Retirei o capuz de minha cabeça revelando sim meu rosto, pude sentir a chuva que começava a ficar pesada sobre ele. Mas ela não seria pesada apenas para mim, seria bem útil para poder limpar o sangue quando o massacre finalmente começasse.

Eu sou Raizel Beau Fahrenheit, um caçador de monstros.

- Criaturas horrendas esses lobisomens. Estavam aterrorizando essa região há muito tempo. E isso acaba agora!

As criaturas horrendas estavam saltando fácil a barricada que eles haviam colocado sobre os portões.

Lobisomens é claro não poderia ser diferente. Pareciam ter aproximadamente dois metros de comprimento seus corpos curvados, seus olhos vermelhos, suas presas expostas querendo carne fresca. E sim eu estava em desvantagem, um a um foram subindo e saltando, eram cinco lobisomens, estavam parados na minha frente esperando qualquer barulho para fazerem o primeiro movimento.

Os Aldeões estavam me ajudando tentando, bastaram alguns golpes certeiros e precisos para que as cinco criaturas caíssem mortas no chão. A lama que começava se formar pela densa chuva fazia os meus passos ficarem mais pesados e meu corpo ficar mais lento. Finalmente eu parecia ter acabado quando um uivo ensurdecedor tomou conta de nós. Alguns outros lobisomens apareceram, sua fúria parecia estar aumentando. Minha lâmina passava por seus corpos, podia sentir os seus ossos se partindo enquanto o sangue caia sobre mim e sobre o chão. A terra começou a tremer, algo maior estava se aproximando, os aldeões estavam se assustando.

- Fiquem atrás de mim. Disse fazendo um gesto com minha mão para que se afastassem.

A criatura golpeava fortemente o portão. As pequenas estacas de madeira que eles haviam colocado como barricada estavam sendo lançadas longe, até que finalmente cedeu. A criatura entrou vorazmente no vilarejo, não dando tempo para que os aldeões que estavam comigo pudessem correr.

Atacou um deles devorando-o inteiro. Esta era maior, parecia ter mais de três metros de comprimento, ombros largos, corpo curvado, parecia ser feito de puro músculo. Atacou o outro aldeão mas não o devorou, o jogou para cima como um boneco.

Em uma velocidade completamente impossível de se alcançar pulou sobre mim, fazendo-me cair de costas na lama e sujeira. Abriu enorme boca afim de me devorar inteiro com ela, segurei suas presas, pude envolvê-las com minhas mãos completamente de tão grandes que eram. O odor fétido que exalava de sua boca sua baba caindo sobre meu corpo me enojava.

Homem contra fera, talvez ele fosse o líder do bando? Ele continuava forçando suas presas para o meu pescoço até que finalmente consegui subjulgá-lo.

Empurrei ele para o lado esquerdo e consegui rolar para o lado direito golpeando com soco certeiro sua cara deformada. Essa não seria uma luta fácil, pois apesar de seu tamanho ele era rápido e parecia ser mais inteligente.

Podia sentir os golpes pesados sobre mim, não estava conseguindo defender com tanta destreza da mesma maneira que fiz com as criaturas menores. Eu precisaria de uma estratégia diferente contra este. Alguns outros Aldeões que antes haviam fugido resolveram voltar para me ajudar. Armados com tochas alguns arcos e flechas começaram a disparar contra a criatura. Trocamos muitos golpes até que finalmente ela pareceu sentir dor. Começou a recuar e subiu em uma rocha no alto de um casebre do vilarejo. Seus olhos vermelhos pareceram se acender como brasas. A Fera soltou outro uivo ensurdecedor, e neste momento a lua cheia despontava-se atrás dele.

- O que eu poderia fazer? Pensei .

Lembrei-me das estacas que seguravam o portão que a criatura havia destruído, seria a coisa perfeita para perfura-la. Por coincidência havia uma próximo a mim. A criatura encarou novamente, ela parecia saber que era tudo ou nada, estava definida a luta, agora era entre eu e ela.

Um raio caiu sobre solos profanos do pequeno vilarejo. Neste momento a criatura saltou para o golpe certeiro. Mal sabia ela que este seria seu fim. Apoiei a grande estaca que estava próximo a mim no chão e a levantei. A criatura acabou por ser empalada. A estação atravessou seu peito como se fosse de papel. Seu grunhido era forte, mas foi diminuindo, a respiração enfraquecendo até que parou de se debater. O peso era enorme para que eu pudesse segura-la mais tempo suspensa. Tombei a estaca para que caíssem no chão.

Caminhe na direção de um dos velhos aldeões que ainda segurava sua enxada. Eu não havia notado que eram tão pequenos quando cheguei ali.

- Quem é voce? Perguntou o velho.

- Sou Raizel. Viajei até aqui buscando a bruxa . Disse enquanto mostrava o medalhão a ele.

- É uma caçador? Quem te enviou? Continuou endagando.

- Diga-me como a encontro. Perguntei apontando o medalhão em sua direção. Ele pareceu brilhar e o aldeão o reconheceu.

- Ela encontrará você. Nao floresta. Disse apontando em direção ao portão destruído.

Fui até meu cavalo que para minha surpresa estava morto, seu corpo jogado como lixo no chão.

Sem dizer qualquer outra palavra virei em direção ao caminho que ele havia me mostrado.

Atravessei os destroços e segui em direção a floresta para encontrar a tal bruxa.

Pássaro de Hermes
Enviado por Pássaro de Hermes em 29/07/2018
Reeditado em 29/07/2018
Código do texto: T6404084
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