Elementary, my dear Watson...
Quando o Bis, escalado como reforço pelo Zé Emídio, contra o nosso timeco que o desafiava, além de fazer a diferença, passou a gritar fiçaide a cada jogada nossa de ataque, vi que estávamos perdidos. E com efeito levamos de dois a um, graças ao ardor futebollingüístico daquele valente meu ex-colega de primário, José Luís, Bis.
Sem balançar a rede, que se colocava só nas partidas oficiais, eu lograra furar o gol nosso, naquele vazio, numa cobrança de falta, metendo a bola entre o travessão e as pontas dos dedos do atlético Pedrinho. Um feito quase singular, que a crônica da Revista do Esporte vergonhosamente omitiu. Ou fez que não viu. E aquele seria o meu segundo, e até agora, penúltimo gol no Estádio Iracy Severino. Parece pouco para quem almeja a chegar à contagem de um Romário - Pelé é absolutamente hors-concours nesse divino métier, como decretou Pepe, o Canhão da Vila Belmiro,que com seus 405 gols se considera o maior artilheiro do Santos Futebol Clube...
Voltemos ao fiçaide, que é a manifestação mais viva de como está vivo o inglês em nosso mundo da bola, que muito menino, como eu que ouvia a Nacional do Rio, achava que era só coisa de Antônio Cordeiro... Naquele jogo-desafio nosso contra o reputado cascudinho do team do Zé Emídio, com os halfs e backs tão atentos, o único avanço substantivo que cometi, como center-forward foi quando, encoberto por um quique da ball, o center-half indriblável Evandro - que viria a ser nosso Mayor, décadas mais tarde - não hesitou e cometeu hand...Como não havia nem yellow nem red-cards nos pockets ou mesmo na head do Zé Emídio que arbitrava o jogo de seu próprio team, Evandro continuou em campo.
Eu só tive o trabalho de take the free kick e colocar a ball no ângulo sem que o goal-keeper Pedro pudesse espalmá-la para corner...Short-lived joy:
Bis would soon spoil our game...scoring the winner for the Emídio's boys...