As Crônicas de Vahl Hallen

I - A Escuridão


Prelúdio
 
   Há séculos o mundo testemunhou uma guerra que devastou todas as raças. Os humanos, defendiam seu território, os magos e bruxas, uniram-se na busca pela soberania absoluta.
   Theodor, o rei dos magos, percebera seu grande erro, e assim tentou acabar com as batalhas que se estendiam por todo o planeta. Todo o sangue derramado pesava sobre seus ombros, mas, a procura por paz, acabou criando um conflito com seu próprio irmão, Zerthor.
– Exilarei suas mentiras de nosso povo. – Gritou Theodor.
– Minhas mentiras, cresceram com suas ordens. – Respondera.
   Ambos duelaram pelo trono, feitiços e encantamentos que não feriam apenas seus corpos, mas também, suas almas. A tentativa de redenção de um, deu-lhe forças para vencer a escuridão do outro.
– A paz jamais será conquistada através da guerra. – Theodor tentava fazê-lo refletir.
– Nosso povo é superior, qual o sentido de vivermos nas sombras, enquanto eles têm direito de dominar o mundo? – No fundo, Theodor, compreendia a visão do irmão.
– Sei que as sombras jamais foram o nosso lar, por isso, Vahl Hallen é o caminho certo. Não a destruição, não a miséria de cada espírito. – O grande cajado de Theodor projetou um imenso castelo. – Este será nosso lar, estas serão nossas montanhas. Adeus. – Ele evocou uma grande onda de poder que arremessou Zerthor para longe.
   A construção daquele imenso refúgio mágico tomou tempo, enquanto prosseguia, magos e bruxas enfeitiçaram humanos, fazendo com que esquecessem o acontecido. O passado sangrento, era algo que os mestres tentavam apagar para seus herdeiros.
   O grande castelo, no Sul das terras, empossou Theodor, como seu grande rei. As bruxas tomaram o Norte, aumentando seu clã consideravelmente. Os necromantes, surgiram algumas décadas mais tarde, Theodor lhes presenteou com um grande território ao Leste. Um enorme escudo formava a proteção e ocultação de Vahl Hallen.
   Após alguns séculos, Theodor entregou seu cajado a grande câmara e o reino nas mãos de Estefan, um de seus fiéis seguidores. Uma nova era surgia aos poucos.
   As bruxas, começaram a criar um certo tumulto, sem a imponência de Theodor no trono, suas ambições tornaram-se individualistas, utilizando magia das trevas, até então, proibida em Vahl Hallen.
   Uma patrulha de seis magos, fora emboscada no Norte, algumas semanas depois, a notícia de suas mortes revoltou Estefan.
– Vosso Rei, imploro que me deixe ajudar. Existem tantos riscos. – Victor ficou de joelhos diante de seu pai.
– Você é meu herdeiro, filho, suas instruções diplomáticas não ensinaram nada?
   Victor convenceu alguns dos guardas do castelo a formarem uma nova patrulha. Os sete, correram pela floresta ao oeste, atravessando a fenda de Jorgen.  
   Uma emboscada estava preparada, duas bruxas aguardavam o grupo entre as montanhas de Killian, lançando feitiços que continham cada um de seus movimentos, em seguida, uma delas proferiu uma maldição do velho livro negro.
   Enquanto cada um dos magos se contorcia no chão, os olhos de Victor foram invadidos pelas trevas, seu corpo libertou-se facilmente, um poder diferente fluía em seu ser.
Alli-fõem – Conjurou o jovem, estrangulando ambas as bruxas a medida com que fechava seu punho.
   O jovem príncipe, tomado pela escuridão, começara a ouvir pensamentos de um velho mago das trevas, Zerthor.


 
Publicação em maio - 2018
 
 
 
Johan Henryque
Enviado por Johan Henryque em 11/01/2018
Reeditado em 11/01/2018
Código do texto: T6223573
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2018. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.