SURPRESAS - Parte 2
O Quarteto surge então no Abrigo, vindo do Four Freedom Plaza, que foi parcialmente destruído pela explosão de um artefato de origem ainda desconhecida.
Logo, Reed assume sua função de líder:
- Sue, acomode Val e Franklin, mas não demore, temos muito a resolver.
- Ok, Reed, vamos crianças...
Sue pega os filhos pela mão e os leva. Johnny se joga no sofá.
- É, cunhado...tô sentindo que as coisas vão "esquentar" por aqui. Quem você acha que nos atacou, Reed?
- Não tenho certeza, Johnny, mas é quase certo que teremos problemas pela frente.
Enquanto fala, Reed se dirige a um monitor e começa a digitar freneticamente.
- Estou inserindo alguns dados que estou certo nos ajudarão a identificar o autor do atentado ao Four Freedom.
- Reed, as crianças estão assustadas, não conseguem dormir. - diz Sue, voltando do quarto.
- Eu vou lá brincar com elas, Susie, vou fazer a criançada dormir!
- Não, Ben! - responde Reed. - As crianças precisam aprender a enfrentar os problemas, precisam amadurecer.
- Ô, Borracha, pega leve, só são...crianças!
A conversa é interrompida pela chegada de uma mensagem no comunicador plasmático de Reed. Com apenas um leve toque na tela plana do monitor, a mensagem se abre em um grande telão:
" Olá, Dr. Reed Richards. Como andam suas pesquisas? Adiantadas? Se me permite um conselho, abandone-as enquanto pode...o preço a pagar pode ser caro demais, ou melhor dizendo, o preço pode..."estourar" seu orçamento."
- Putz, Reed! Quem te mandou isso? De que pesquisa o cara tá falando?! - pela primeira vez, Johnny se levanta do sofá.
- Vou explicar tudo a vocês, assim que responder esta mensagem. Reed então digita sua resposta:
"Da próxima vez em que pensar ameaçar a mim ou a qualquer membro de minha família, considere a idéia duas vezes. Eu não serei piedoso, tenha certeza disso!"
Ele tecla SEND e imediatamente várias luzes piscam nos diversos monitores espalhados pelo Abrigo.
_O que está acontecendo? - Sue aparenta estar impaciente com a situação - Reed, explique o que está acontecendo, por favor!!
- Estou rastreando de onde a mensagem veio, Sue, mas está sendo fácil demais e isso me preocupa. Ao enviarem a mensagem, já sabiam que eu os rastrearia. Praticamente se denunciaram...
Bem se levanta, estalando os dedos.
- Então, cê quer dizer que quem detonou o FFP quer que a gente descubra onde ele tá?! Beleza, tamô esperando o que, então?!
- Calma, Ben, apesar de termos que agir imediatamente, temos que ser cautelosos.
_Ah... tá, saquei...erh, mas o que vamos fazer?
_ Agir, Ben, vamos agir...
Sue se levanta da mesa, apoiando nela suas mãos.
_ Desculpem, rapazes, mas eu vou ver como as crianças estão. Ainda estou preocupada...
Johnny segura a irmã pelos ombros.
- Não, mana...eu vou. Descanse, temos uma longa noite pela frente.
Sue volta a se sentar, mas seu semblante é de preocupação.
_ Reed, que pesquisas são essas que você anda fazendo? O que realmente está acontecendo, querido?
Antes que Reed respondesse suas indagações, Johnny volta nervoso.
_ Ei, pessoal! As crianças não estão no quarto...
_ Como assim, não estão no quarto, Johnny?!
Ben ergue o corpanzil:
_ Ô Fósforo, cê olhou debaixo das camas? Elas podem estar brincando de esconde-esconde...
_ Ben, eu não sou mané, nem burro. É claro que olhei e elas definitivamente NÃO estão no quarto.
Sue levanta-se de um salto, fazendo sua cadeira cair para trás.
_ Reed, o que vamos fazer? O que está acontecendo?
_ Calma, Sue...veja! - Reed mostra a Sue um dispositivo rastreador de moléculas instáveis. - _Eu construí isso há algum tempo atrás e coloquei no uniforme das crianças. Sabia que um dia seria útil. Não se preocupe, eles estão NO Abrigo, mas não exatamente aqui.
_ Putz, não tô entendendo nada, Reed! - Ben cochicha no ouvido de Johnny: _ Na viagem pra cá deve ter caído um parafuso da cabeça dele.
_ Ben...eu ouvi isso.
_ Ih, foi mal, Borracha, desculpa aê...
_ O que eu estou dizendo a vocês é que efetivamente as crianças estão no Abrigo mas não neste tempo presente. Eles criaram um portal tridimensional, um universo paralelo...o Franklin adora fazer esse tipo de coisa.
_ Mas eu tinha proibido, Reed! - diz Sue. _ Isso é perigoso! Só faltava essa, alguém tentando nos matar e nossos filhos por aí, soltos no tempo e no espaço, só Deus sabe onde. Quando voltarem, vão ficar de castigo!
_ Se voltarem, né, mana?! OUCH! - a declaração de Johnny é interrompida por um chute na canela. - _ Assim você quebra minha perna, Ben!!
_ Como assim...se eles voltarem? - Sue se volta para Reed. _ Existe mesmo a possibilidade deles não voltarem?
_ Matematicamente, as possibilidades são infinitas, tendo em vista a...
_ Chega! Nem mais uma palavra de nenhum de vocês. Eu quero meus filhos de volta já! Me mande onde eles estão, Reed...agora! Vou trazê-los de volta.
_ Cê tá doida, Susie? Pode ficar perdida pra sempre no espaço atemporal.
_ Eu estarei perdida sem meus filhos, Ben. Reed, por favor... - ela se aproxima do marido e segura em suas mãos. _ Desde aquele incidente no espaço, nossos corpos mudaram para sempre. Meu amor por você não mudou, Reed e jamais mudará, você sabe disso...eu sei que você pode me mandar aonde eles estão. Faça isso, Reed, por favor, faça!
_ Sue, eu lamento, mas não posso. Você também sabe o quanto eu te amo e amo as crianças, mas fazer isso agora, é inviável. Precisamos de você aqui.
_ Mas, Reed...você não entende...?!
_ É minha última palavra, Sue. Por favor, não insista.
Sue solta as mãos de Reed.
_ Mana, calma aí. Eu sei como você fica quando se irrita. Não se esqueça que o cabeça quente da família sou eu...
_ Susie, o Borracha tem razão. Ele sabe o que tá fazendo...
Reed pede calma aos integrantes do Quarteto.
_ Por favor, tenham calma. Eu vou explicar tudo, confiem em mim.
Dizendo isso, Reed estende a mão e os outros entendem imediatamente o que isso significa. É o sinal do Quarteto. Bem então põe sua mão sobre a de Reed, em seguida Sue coloca a sua mão sobre a de Ben e Johnny faz o mesmo colocando a sua sobre a de Sue.
Reed esboça um leve sorriso.