Toda a dor
Quando a chuva começou a cair densamente, parecia querer dizer que chorava a morte das 18 crianças do sacrifício. Todas com menos de um ano e plenas de vigor foram colocadas no altar do holocausto em honra aos deuses. Sabiam por mais dez anos aquela dores ainda seriam profundas no seio das famílias, mas, suportariam, pois graças esses sacrifícios a tribo tem sido forte pelo tempo que eles podem se lembrar. Terras férteis, caças abundantes, clima sempre favorável, seus curandeiros conseguiram obter os favores dos deuses e mantinham a saúde de toda a tribo bem cuidada. Todos sabiam após essa chuva viria uma colheita abundante. Tão logo o oráculo confirmou o sacrifício, os cílos foram expandidos. Alegria e pesar. Fartura e berços vazios. Cantar para as quatro divindades ao redor do altar na caverna sagrada, deixar as crianças no centro da grande pedra... Aumentar o ritmo do canto, a velocidade da música é da dança, batidas no peito e no corpo no ritmo dos tambores até que um clarão invade o ambiente. Um raio entra na abertura do dono da caverna e pulveriza as crianças, deixando apenas poeira no lugar de onde havia bebês enrolados em amor e saudades que se vão para uns, mas que ficam no coração de outros.