A CASA DA ALEGRIA // CONTO FANTASIA

A CASA DA ALEGRIA

“Meu coração é uma avozinha que anda

pedindo esmola às portas da Alegria”

Álvaro de Campos

Caminhava eu nas trilhas desta vida e enquanto caminhava, não me conformava com as coisas que via.

Eram tantas crianças que choravam, mostrando que em desconforto se achavam... eram tantas mães que lamentavam não haver mais pão pra suas mesas e mais agasalho para os filhos... eram tantos pais que protestavam por não haver um trabalho mais rentável... eram tantos mestres que queriam mais condições de transmitirem o seu saber... eram tantos jovens que sem norte, não sabiam o que fazer...eram tantos que na rua se (des)abrigavam, procurando uma qualquer terrina cheia pra comer...eram tantos que, doentes e fracos, não achavam onde seus males aplacar e suas doenças curar...eram tantos que de medo dos ladrões e assassinos, se escondiam e nem um mero passeio podiam fazer... E além de tudo, eram tantos que maltratavam animais e feriam a Natureza tão bonita e benfazeja...

Era tanta maldade, tanto sofrer, que meu coração de repente, pareceu envelhecer e ficou tão cansado como uma velhinha.

E avistando ao longe um grande e lindo palácio todo iluminado, procurei ali chegar. Todos riam e comiam à larga. Ali, muitos cânticos havia. E danças e poesias. Também sons de instrumentos musicais de extraordinária beleza. Ninguém chorava. Ninguém lamentava. Era a casa da Alegria. Deus Estava por ali. Fui ficando e meu coração foi colhendo um pouco aqui, outro ali, algumas migalhas daquela festa toda, daquele contínuo banquete. Por fim, consegui pedir Ao Dono do palácio que Mandasse Seus empregados a resolverem as tristezas que eu havia encontrado nas minhas andanças. E que cuidassem da aridez na vida dos que já nem ousavam sonhar. E que suprissem a escassez no entusiasmo dos que já não cantavam mais.

Foi aí que compreendi que todos os que estão na trilha têm a sua parcela de responsabilidade. E que eu até estava fazendo um pouco, já que intercedia pelos desgraçados. Mas há outras maneiras também, como denunciar e agir em favor dos que precisam, além de conscientizar as pessoas para que lutem pelos direitos e que estes, não sejam usurpados nem pelos governantes . E que todos também cumpram os seus deveres. E votem certo.

Para o meu coração que já se alegrara um pouco, O Dono da festa Disse que existe uma força que muitos desconhecem. E que para os desesperados, eu deveria dizer que muralhas são derrubadas, ermos são habitados, rios secos se enchem e os campos esturricados se renovam, com a força da Fé e a alavanca da Esperança .

E todos devem ajudar sempre. Solidariedade é a palavra de ordem. Assim como, corrigir e fazer, em si e Em Deus confiando. E chegarão à casa da ALEGRIA.

Reedição

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Esther Lessa
Enviado por Esther Lessa em 01/10/2017
Reeditado em 01/10/2017
Código do texto: T6130337
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