O lado escuro
O lado escuro
Primeira parte: A criança que olhava para o escuro
Um menino de seis anos chamado Oliver, assim meus pais me batizaram, estou deitado em minha cama à noite pronto para dormir como faço todas as noites, minha mãe me da um beijo na testa como todas as noites, tenho medo do escuro como muitas crianças, então minha mãe deixa o abajur acesso, estou confortável em minha cama com meu cobertor, a janela esta fechada, pois está frio la fora.
Sou um garoto normal, exceto por ver coisas estranhas no escuro, meu abajur é meu escudo, sinto medo e curiosidade para saber o que é tudo isso que vive no escuro, depois de certo tempo olhando para o escuro eu finalmente durmo com aquelas imagens de sombras dançando nas paredes.
Com o sono inocente de uma criança vêm os sonhos estranhos, eu estou deitado em uma cama, em um quarto frio e escuro, acima dele uma moça toda coberta e com uma mascara branca, flutuando, posso sentir o cheiro dela e ver seus olhos através da mascara, olhos de um azul profundo, observo suas delicadas mãos, sem esmalte nas unhas, o manto balança lentamente e é possível ver outro escuro através dele, e sombras de criaturas estranhas dançando em um lugar muito distante.
Então acordo em meu quarto assustado, mas satisfeito por vê la de tão perto e sentir seu poder, eu vivo como uma criança comum, mas escondo meus sonhos de todos, gosto disso.
Pouco se sabe sobre o outro escuro ou como é chamado o verdadeiro escuro, é outro lado, desconhecido pelo homem, mas eu que sonho com a moça de manto estou tendo muito mais contato do que o resto do mundo.
A cada sonho eu me empolgo mais, resolvi sair desse quanto, criança corajosa, eu quero ver a tal moça de manto mais uma vez, então saio para um jardim estranho com flores diferentes e com cores de sangue, arvores com formas de pessoas que parecem me olhar, é sempre noite aqui e frio também, eu caminho pelo jardim me sentindo um grande desbravador, certo de que irei descobrir muitas coisas, e la esta minha moça de manto em pé perto de uma antiga fonte de água.
_ Ola moça, posso ver seu rosto?
Perguntei com receio, ela apenas balançou a cabeça mostrando que não.
Eu comecei a fazer muitas perguntas, mas sem ouvir uma única palavra, eu não entendia se ela queria ser minha amiga, por que me trouxe aqui?
Eu sabia que era um sonho, mas eu tinha certeza que com isso eu iria para outro lugar, então ela se aproximou de mim, senti um grande arrepio e seu cheiro, ela apenas apontou para um velho cemitério.
Caminhei pela rua do que parecia ser um antigo vilarejo, fui até o velho cemitério, quando entrei comecei a ler as lapides, “aqui jaz um herói ignorado” outro dizia “aqui jaz um louco triste” e “aqui jaz um traidor maldito” até que vi um tumulo perto de uma arvore, e lá estava escrito “aqui jaz nossa amada dama”.
Percebi que a tal moça era um fantasma, pensei um pouco e decidi que não iria desistir dela, nesse momento havia vários monstros comedores de ossos olhando para mim, logo vi que aquele era um lugar perigoso, minha moça apenas olhou, nada fez, achei isso uma brincadeira de mau gosto.
Corri como louco, sensação estranha, devo ter visto isso antes, pobre garoto assustado correndo para sua cama, em algum lugar, o vento frio sopra e gritos são ouvidos, é um lugar perturbador para uma criança, mas eu sou diferente de você, eu quero estar ali, sem saber o por quer, eu quero.
Aqui estou um garoto especial, para minha moça se orgulhar, os anos se passam e eu cresci atormentado pelo escuro e minha moça que chamo de Dama do escuro.
Estou ousado, quando estou no outro lado gosto de deixar meu lado animal falar, pela floresta negra eu caminho caçando monstros, na beira do abismo eu desafio a sorte, é um jogo perigoso, mas eu não estou pronto para esse mundo, aqui não é como minha casa.
Embora sem entender eu continuo xeretando, a dama não esta mais comigo, isso me deixa ainda mais curioso.
Estou em minha cama em um quarto meio escuro, quando sou surpreendido por um capitão do exercito.
_ o que pensa em fazer aqui garoto?
_ é minha casa e aqui estou, quem é você?
_Sou o capitão Daniel, estamos em guerra com o escuro.
_ O que tenho a ver com isso capitão?
_ Você anda entre nós como um estranho, cruza as realidades, você é parte disto se quiser saber sobre quem você é de verdade.
Ouvindo essas palavras eu vi que estava preso a essa realidade estranha, senti que não era normal e uma tristeza abraçou meu coração, o medo de ser um mostro escondido tomou minha mente, eu poderia ser um daqueles monstros que dançavam nas paredes no escuro ou aqueles comedores de ossos, ou ainda coisa pior, tonto com tudo isso questionei minha mãe sobre meu pai que nunca vi.
Minha mãe de boa mãe mudou para uma expressão agressiva e disse que meu pai não era daqui, ele era um lunático que queria destruir tudo, ele era uma má influencia para mim, meu pai é apenas uma lenda em uma terra muito longe daqui, não queria saber sobre ele, quis a guerra e morreu por isso, é o preço que ele pagou.
Eu senti saudades do pai que nunca vi nesse momento eu vi que a guerra não acabou.
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Segunda parte: A guerra
Sendo dragado para o escuro, eu não podia controlar isso apenas fui levado para a terra sem sol, uma base militar, no caos sendo atacada por criaturas que já estavam mortas, isso eu nunca vi, era um lugar horrível, suas muralhas faziam fronteiras com um escuro enorme, achei estranho ninguém conhecer o inimigo, chamado apenas de “criaturas do escuro” nada mais, e nenhum dos militares ali sabia o que existia depois do grande escuro.
Um uniforme foi dado para mim, vi que tinhas algumas marcas de sangue, um fuzil e uma pistola e uma faca de combate, meu posto o norte da muralha, o vigia, aquele que olha para o escuro e espera monstros saírem dele.
Sem jeito para isso fiquei em meu posto obedecendo meu comandante, pensando em meu pai, queria respostas, mas não agora coisas estranhas acontecem aqui, o escuro se movimenta e nossos companheiros somem muito frio faz aqui, a fome aperta, até parece que vi isso em algum lugar, o vigia da muralha norte, perdido em um lugar bem longe de tudo que conheço.
O tempo passa devagar e a loucura parece dominar, onde esta o inimigo?
Meus olhos vermelhos olham fixamente para a fronteira do escuro, sem saber por que tudo isso, são minhas ordem e vou seguir.
O capitão Daniel disse que assim vou descobrir quem sou de verdade, uma tristeza cobre meus olhos, e la de longe algo vem, são eles, os monstros do escuro nossos inimigos, o aviso de ataque é dado, então nossas armas falam por nós, o inimigo é feroz, perdemos muitos companheiros, mas eles também caem tudo isso é horrível, como meu pai fez parte disso?
Entre os urros de dor e gritos, todos sangramos e morremos, não vejo sentido nessa guerra, apenas morte, mas meu pai esteve aqui, ele lutou, quero saber por que, contra quem?
Seria a Dama do escuro, ou outra coisa quero saber de sua historia, talvez ele tinha um ideal e morreu por ele, ou era um fascista e morreu pela língua.
O inimigo não da folga avança e avança, estamos atirando feitos loucos, percebo que essa guerra nunca teria acontecido do meu lado.
Eles sobem a muralha, entramos no combate corpo a corpo, a vida parece valer muito aqui, o inimigo cai, olhando em nossos olhos, com posturas de grande guerreiro, respeitamos isso e damos a eles uma morte honrosa, ninguém perguntou o porquê da guerra.
Em um lugar, sozinho estava um monstro agonizando, eu olhei em seus olhos e ele nos meus, por um momento ficamos parados tentando ler a mente um do outro, o que nunca aconteceu, saquei minha 45 para o tiro de misericórdia, ele se sentou e disse:
_Você esta do lado certo da guerra, é isso que ele quer.
_Quem quer? Do que esta falando?
_Seu pai estava certo, ela iria crescer e ser cruel.
Com essas palavras meu inimigo morreu, sem me dar repostas, deixando uma a duvida cruel.
Catamos os cadáveres de nossos amigos, escutamos os urros vindo do escuro, isso não vai ter fim.
Voltamos para a aldeia onde o sol não nasce, e somos recebidos como heróis, é triste dizer que vários morreram, é o preço da guerra, enterramos nossos amigos com tristeza e olhamos para o escuro desconhecido, sem saber para onde vamos, as mães choram por seus filhos mortos, os pais ficam mais velhos e mais tristes.
Estou aqui, talvez seja um sonho, talvez eu esteja louco, isso não pode se real, logo sou acordado e vejo que estou aqui, um pesadelo sem fim, sem sol, quando criança caminhava aqui, mas nada disso existia, uma guerra onde não conhecemos nossos inimigos.
Para taberna vamos beber para esquecer as dores, ela vem ate mim, como a garota perfeita nesta terra de fim de mundo, diz me amar, é um truque para me tirar da guerra, alguém quer que eu saia.
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Terceira parte: a triste historia da Bela
Ela veio à taberna apenas para me desejar boa sorte, uma garota pura e sem pensamentos ruins, minha amiga, seu pai era criador de ovelhas, sua mãe fazia vinhos, boas pessoas, fiquei surpreso quando soube que meu pai era padrinho da Bela, então estou perto, bela era uma garota como nenhuma antes vista, educada, gentil, católica.
A aldeia tinha os vagabundos, mas com a guerra muitos dos guardas foram servir, deixando a aldeia sozinha.
Nos conversamos e adorei a companhia dela, ela conheceu meu pai, isso me deu um aperto no estomago, queria saber tudo sobre ele, mas ela doce como era não sabia de muito, não a culpo, escondem a verdade sobre meu pai, ela me incentiva a passear com ela pela nossa vila, acho isso estranho, mas quero ver.
Bela é uma garota angelical, gente fina, gosta de poesia, através dela descobri que meu pai era poeta, me sinto estranho por não saber nada sobre meu pai, mas a Bela sabe alguma coisa, realmente gosto dela, simpática e verdadeira, uma boa garota, a floresta que cerca sua casa é escura e esconde muitos vagabundos.
Era uma manhã quando a Bela caminhava ali perto e foi pega por um vagabundo excitado, que a levou para o fundo da floresta, então ele mostrou para nossa Bela que o mundo era cheio de mal, trazendo o inferno para uma garota que era pura bondade.
Mas o céu escureceu, mais deles vieram, a pobre Bela ingênua com os estrupadores, nossa Bela sofreu, eles não tiveram dó dela, nossa garotinha ferida assim.
Quando a igreja viu, nada fez, dize estar nas mãos de Deus, nada mais faz sentido, a Bela morreu pelas mãos de vários vagabundos, mas na floresta seu fantasma ainda faz vingança, caçando um por um deles, sem paraíso para ela e para eles, que a vingança seja feita.
Quando estou sozinho, vou ate a floresta para ver o fantasma dela, e tudo que vejo é uma garota morta por covardes, ela me olha com olhos vazios e eu com olhos perdidos, nossa historia foi interrompida, sim parece que vi isso em outro lugar, por muitos anos vi a Bela como um fantasma de tudo que ela era, e me deixou com saudades.
Aqueles cachorros servos da igreja tiveram o que mereciam, em meio à floresta negra, uma jovem morta, o sangue tinha que correr, suas gargantas foram cortadas, e a agonia da morte fez o resto.
Hoje em dia ela esta la, presa em sua morte, assombrando a floresta sem descanso, eu tenho dó, pois era uma ótima garota que merecia um lugar no paraíso com seu Deus que ela tanto acreditava tudo que ela teve foi uma morte brutal e centenas de anos assombrando sua floresta.
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Quarta parte: O homem de duas faces
Depois de ser obrigado a testemunhar a transformação de uma linda e doce garota em lenda de fantasma, fiquei triste e esse mistério todo sobre meu pai esta me deixando louco, sinto-me mau por tudo, um inútil, uma raiva cresce dentro de mim, sinto a guerra chamar, voltei para a taberna onde ficava com meus amigos e a Bela, agora uma taberna triste sem nossa garota.
Em meio à bebedeira um homem senta ao meu lado, ele diz que a guerra deve continuar firme e que precisamos lutar, diz que conhece o lado que eu moro e o sol.
E é isso que eles querem acabaçar com a Dama do escuro para o sol brilhar aqui também, toda essa desgraça é culpa dela inclusive a morte da Bela.
Quando ouvi isso me enchi de raiva e tristeza, sim devo lutar para acabar com o escuro e vingar a morte da Bela.
De volta para o campo de batalha, desta vez nas linhas de frente, cara a cara com o inimigo sentindo seu cheiro de podre e vendo seu olhar vazio, estamos lutando como animais, pois a raiva é tão grande que não pensamos, em meio às matanças vejo algo estranho com Gabriel o homem estranho que parece falar com ele mesmo.
_ Estamos errados, devemos parar é errado enfrenta La!
Ele gritou.
_ Que merda você esta falando? E todo mal que ela fez?
Eu disse.
_ Não há só mal ela me deu a vida novamente, eu já estava morto no Vale dos esquecidos e um dia ela veio ate mim e me deu a vida, Deus não fez isso por mim, mas ela sim.
Então Gabriel começou a trocar de personalidade varias vezes, discutindo com ele mesmo sobre enfrenta La ou não, como se uma parte dele devesse algo para ela, uma cena assustadora é como se duas pessoas ocupassem o mesmo corpo.
Esse conflito de Gabriel atrapalhou nossa missão, e tive que carrega ló para uma casa abandonada, La dentro a Dama se ergueu diante de nossos olhos como um fantasma, minha reação foi atirar com meu fuzil, finalmente estava de frente com ela, mas Gabriel pulou na frente para defende La.
_ Então é assim que morro, Oliver eu fiz meu melhor, me desculpe.
_Não se desculpe seu tolo, devemos a vida a nossa Dama.
Disse o outro Gabriel, então uma discussão começou.
_ Devemos mata La, atire garoto!
_ Não ingrato, saímos do Vale pelo seu carinho, devemos ama la.
_ Mentira ela deve morrer, merecemos a luz assim como seu lado Oliver.
_ Nunca, ela ira levar toda dor embora, assim como fez comigo.
_ Quem diabos é você afinal? Eu nunca concordaria com isso.
_ Eu sou seu lado corajoso, violento, forte, aquele que não aceito o Vale dos esquecidos, Oliver ela pode levar sua dor embora, ela pode libertar a Bela do frio da morte.
Quando ele disse isso senti tontura, então ela pode voltar?
Mas ele continuou.
_ Não acredite nele, tudo isso é errado, ela não ira voltar.
E assim ele morreu como um homem de duas faces, dividido entre o prazer de viver e a angustia do Vale.
De frente com a Dama atirei de novo, mas ela conseguiu se esquivar, me pegou pelo pescoço e finalmente disse algo:
_ Você se parece com seu pai, vocês nunca sentem medo não é?
Dizendo isso enquanto olho nos olhos azuis dela através da mascara branca, uma angustia toma conta de mim, e ela sente isso, me arremessa na parede onde desmaio e só acordo no hospital.
O medico que me atendeu dize que era amigo de Gabriel quando ele era normal, disse que ele morreu de pneumonia há três anos, o medico fez tudo que podia, mas nada ajudou Gabriel que faleceu na sua frente, então um dia ele bateu na porta do medico com um garrafão de vinho, imagine poder beber como seu amigo que estava morto, a sensação foi ótima, Gabriel disse estar vagando em um vale horrível com muitas outras pessoas, estavam tentando achar a saída, mas sem sorte.
Até que a Dama apareceu e estendeu a mão para ele, sem saber como ele estava vivo de novo.
Mas e a dupla personalidade? Perguntei a o medico.
_ Deve ser resultado do terror de estar no vale, dizem que lá é o pior lugar para se estar.
_ Então meu pai deve estar lá não é?
_ Isso não sei garoto, não conheci seu pai, só conheço as historias.
_ que historias?
_ Há bem, dizem que seu pai nasceu aqui, mas quando adolescente conseguiu atravessar um tipo de portal para outro lado que tinha sol... Que coisa.
Então um dia ele voltou cheio de raiva, dizia que estávamos sendo controlados e escravizados aqui, seu pai se tornou amante da Dama do escuro.
_ O que? E ela era casada?
Perguntei sem entender nada.
_ Não, é que não sabemos quase nada sobre ela ou o que ela é de verdade, seu pai se tornou o senhor do escuro, não sei como ele conseguiu tanto poder para desafiar a própria Dama.
Ouvindo essas palavras comecei a entender a guerra de meu pai, já deduzi que na sua aventura pelo meu lado conheceu minha mãe e eu nasci.
_ Mas como fica minha mãe nisso?
_ Sua mãe amava seu pai tanto que até dava dores na Dama, quando ela descobriu sobre sua mãe, decidiu expulsar seu pai daqui, seu pai disse não e a desafiou.
Foi uma luta monstruosa, como se Deuses brigassem entre si, o povo gostava muito de seu pai, ele prometeu o sol, então uma guerra monstruosa começou, a Dama do escuro nos chamou de traidores.
Dizem que seu pai foi o único a magoar a Dama do escuro e ter poder para machuca la fisicamente, mas seu pai caiu lamento garoto, neste dia os antigos diziam que era possível ouvir a Dama chorar, mas são só historias nem sei se realmente aconteceu.
Isso foi bem estranho, pelo menos sei o porquê da guerra de meu pai, sinceramente não sei o que pensar sobre a Dama, meu pai pisou na bola com ela, mas a Dama causa morte e dor, seria por magoa então?
Acho que não ela tem algo em mente, agora que estou bom, vou continuar minha missão de descobrir a historia de meu pai, apesar de tudo aqui ser estranho me sinto em casa.
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Quinta parte: O homem do abismo
Depois de admirar algumas horas de sono aqui, ver as pessoas saindo de suas casas como se o dia estivesse amanhecendo, pois não há sol, às vezes esqueço-me disso, para o trabalho no campo ou nas poucas fabricas que temos, mas temos armas, é incrível ver que até em outra dimensão alguém inventou as armas.
Vou até a mercearia comprar algumas coisas para o café da manhã, o vento que nunca para, o frio que nunca passa mundo estranho esse, mas cheio de segredos, adoro esse lugar, nem sinto falta de casa, digo da outra casa.
Um velho bêbado contador de historias me disse para ir para o velho abismo, disse que lutou na grande guerra com meu pai, ele disse que o que sobrou de meu pai estaria preso la, o resto vivo dele, não imagina o porquê disso, deve ser bem nojento, então minha caminhada começa, indo para o tal abismo que alguém já escreveu talvez meu próprio pai.
Quando chego à beira do abismo sinto uma calma em mim, o vento vem do fundo trazendo os gritos, como quando era criança que vinha provocar a sorte.
Com uma corda começo a descer, não vejo nada apenas escuto, desço até uma pequena capela, construída nas paredes do abismo, tem um pouco de luz dentro, parece que tinha um casamento aqui.
Quando entro na capela, vejo rosas pelo chão, muitos acentos vazios e um silêncio assustador estranhamente aqui o vento do abismo não entra, tudo é uma grande calma, indo mais a frente vejo algo preso à parede.
Então com a luz de meu lampião vejo um homem sem braços e pernas pregadas na parede e ele parece estar vivo, ao me aproximar ele ergue a cabeça e diz:
_ Ola filho, finalmente veio conhecer seu pai.
_ Então é você, o que é este lugar, a Dama, você, por tudo isso?
Sentia-me estranho de conhecer meu pai assim, mas tinha tantas perguntas, sentia pena de vê ló assim como um enfeite, seria melhor a morte.
Olhando em meus olhos e vendo como se pareço com ele, disse:
_ Você esta aqui, mas perdido, se veio até aqui o medico fez seu trabalho junto com o bêbado não é?
Não pude acreditar era tudo um plano para eu descer o abismo e conhece ló.
_ Você me enganou para estar aqui.
Disse com raiva.
_ Sim, não era o que queria a verdade, agora escute Oliver.
Seu rosto ficou serio, então disse:
_ Você deve mata la, essa gente merece o sol, eu prometi a eles, mas falhei a Dama não é caridosa Oliver não se deixe enganar, o vento deve parar o escuro recuar, esta é uma terra triste sem luz, tentei fui poderoso, a fiz sangrar, fui o senhor do escuro disposto a acabar com meu reino para trazer o sol, então aqui estou Oliver meu filho, preso como um troféu por ela é triste saber que esse povo ainda vive no escuro sem fim com uma Dama tão cruel.
_ Por que se envolveu com ela, se queria mata la?
Perguntei.
_ Precisava estar perto para aprender como controlar o escuro, descobri que a raiva te da poder ela chama pelo escuro, e quando se vive de raiva como eu, o escuro vem e traz seus brinquedos.
_ Ouvi dizer que ela ajuda os tristes, alguém me disse que ela não era só mal.
_ Sim filho, ela ajuda para depois levarem eles em seu manto, como fez com Gabriel, um tolo que foi para o lado dela em troca de vida, melhor se tivesse ficado no vale.
_ E você tem um nome? Nem isso minha mãe disse.
Perguntei lembrando-se do dia dos pais.
_ Me chamo Ctasraile, sei que nunca ouviu esse nome, mas aqui é bem comum, a guerra esta em suas mãos filho, termine meu trabalho, traga o sol para nossa gente.
_ Como? Não consigo enfrenta la, ela já quase me matou, e outra coisa, depois que ela morrer se morrer como o sol vira?
_ Não se preocupe filho quando ela cair, o sol se levantara você é meu filho o próximo senhor do escuro conseguira poder para lutar, abandone suas armas, use seus punhos com raiva.
Pois bem tudo esta bem, enfrente uma entidade de mãos limpas, com isso meu pai apagou, simplesmente caio no sono e nada mais disse, tudo parece impossível, mas esta bem diante de meus olhos não há como negar.
E assim ela se levanta do fundo do abismo, ainda fico admirado com sua postura, ela é incrível, seu manto balança e posso ver monstros sorrindo para mim, seu cheiro, adorável cheiro e esses olhos azuis tão profundos, tudo nela é lindo, mas ela traz morte, fico cheio de raiva, sinto que algo me cobre, é o escuro, meu pai estava certo, ela olha para meu pai e arremessa uma lança em direção de seu coração, me movo com o escuro e consigo pega la, e tacar de volta acertando seu ombro.
Posso ouvir seu grito, então digo:
_ Eu Oliver filho de Ctasraile sou o novo senhor do escuro, e você Dama morrera para que o sol nasça.
Ela tirou lentamente a lança e com uma voz doce e calma disse:
_ Finalmente seu pai conseguiu você era uma criança tão doce, agora fala sobre guerra e o nascer do sol, você não sabe de nada criança, seu pai era um louco que se tivesse conseguido o que queria todo aqui estaria morto, eu criei tudo aqui, para pessoas perdidas assim como seu pai e você, mas vocês com raiva e ganância vem e desperta o que há de pior nas pessoas.
_ Você é uma tirana, obriga esse pobre povo a viver no escuro sem fim, você andava comigo quando criança me abandonou para os monstros, você é o próprio mal.
Com minhas palavras deixei a Dama realmente irada, e pude ser testemunha de um poder magnífico, era como se todo o abismo fizesse parte de seu manto, ela levanta os braços e o escuro a cobre toda como em uma peça de balé, fico sem reação.
É a coisa mais assustadora e linda que vi na vida, grandes monstros que saem de seu manto, tudo tão sincronizado e terrível, posso ver seus olhos azuis, o que diabos esta acontecendo? Onde esta minha raiva?
Cercado de monstros estou a Dama tem uma espada que brilha como a luz da lua e é tão fria como a morte, esta empunhando em meu pescoço e nada posso fazer, ela me encara nos olhos, sinto medo, todo o escuro esta atrás dela.
_ Você vive na duvida como pode querer me enfrentar?
Ela perguntou como se estive se vendo minha mente, e continuou:
_ Criança perdida, você não pode continuar essa guerra, ainda vejo aquele menino que gostava de andar no escuro, você não é seu pai.
Nesse momento senti que ela queria chorar, então continuou:
_ Seu pai tinha as melhores intenções, mas quando provou o poder enlouqueceu, você é uma criança para mim, pura e perdida, não seja como seu pai.
Então gritei:
_ Você deve morrer pelo bem da nossa vila.
Foi ai que ela mandou o escuro embora e veio tão perto de mim que minhas pernas tremeram.
_ Pois bem criança me mate, se você acredita que essa é sua vontade faça.
Senti-me um trouxa não tinha a mínima vontade de vê la morta, mesmo depois de tudo e meu pai, sou fraco.
Então ela colocou suas mãos frias em meu rosto e disse:
_ Vá procurar quem tu és de verdade, não à sombra de seu velho pai, você não me mata, pois me ama desde criança, não é?
Com isso fiquei sem chão, ela estava certa eu não queria mata la, mas que diabos, o que há comigo?
_ Seu pai também sentiu isso antes de ficar louco.
Ela disse.
Ela me levou para fora do abismo, apenas me olhou e se foi para o fundo, eu sem pensamentos me sentindo um fraco e agora?
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Sexta parte: o cara que amava um demônio
Sem estomago para lutar, decidi dar um tempo disso tudo, gosto muito desse mundo, mas preciso de uma folga, deito-me na cama fria para acordar no outro lado, o lado que tem sol, no outro lado acordo como se fosse uma manhã qualquer, ainda abatido pelo ultimo encontro com a Dama.
Minha mãe disse que o filho da vizinha o Ed esta passando por momentos estranhos, ele sempre foi amigo meu então tenho obrigação de tentar ajuda ló, ele estava feliz e triste ao mesmo tempo, dizia ter conhecido alguém especial, ele estava diferente, dizia que as pessoas não gostam da sua relação.
Então Ed começou a me contar, em mais uma noite sem sentido em seu quarto escuro que fedia chulé, ele estava se drogando como sempre fazia, reclamando que sua vida não tinha sentido, suas lagrimas caiam em silencio sem nenhuma testemunha, ele olhou para o escuro e chamou por alguém que o fizesse feliz, alguém de muito longe ouviu seu chamado e se comoveu.
Do escuro de seu quarto uma mulher com assas e chifres aparece, ela tem o olhar vazio e calmo, ele a olha assustado, mas quando vê aqueles olhos de imenso vazio se apaixona, ela chamada Lucia, viu nesse humano algo especial.
Eles gostavam das mesmas coisas destruição, ele assumiu seu romance com um demônio o que deixou nosso bairro perturbado, mas esse amor cego é poderoso, ela lhe deu poder para causar destruição, e então foi o que teve Ed, namorando um demônio e causando a destruição, uma guerra começou.
Ed mostrou seu lado mal e ela o amou, cheio de ódio ele destruía tudo ao seu redor, seu demônio estava disposto a fazer tudo por Ed, é um amor doentio, como pode um demônio antigo como ela se entregar assim para um humano?
Em seu coração escuro ela via apenas ele seu maldito humano, seu amor, sua obsessão, e por ele tudo faria, Ed via sua garota com chifres como a solução para sua vida e a cura do mundo, ele se tornou um tirano, odiado por todos, mas ele acreditava estar certo, seu demônio sempre em sua sombra o protegendo, ele a amava, dormir com um demônio pode ser excitante, mas a igreja não gostou.
Ed deixava seu corpo e viajava com ela, um momento especial para um casal especial, tudo estava bem, Ed era poderoso, mas um anjo veio a terra, eles lutaram muito, o sol havia sumido o mundo parecia dar o ultimo suspiro, mas vendo essa luta épica, Ed sentiu um aperto no coração, seu demônio estava gravemente ferida, ele não queria mais guerra, só queria ela viva.
Diante da vontade de Ed ela sussurrou algo para ele, os dois fugiram como um casal que não podia se amar.
À noite vieram no meu quarto, aparecendo como um talento de demônio, Ed queria minha ajuda para fugir para o lado escuro com ela, fiquei admirado com o amor deles, dispostos a qualquer coisa, e aqui estou vendo meu vizinho e seu demônio desesperados para fugir e ficarem em paz, é claro que demônios conhecem o lado escuro, por isso precisam de mim.
Meu vizinho Ed, acariciando as assas de um demônio, lambendo seus chifres deixando ela excitada, transando com uma criatura do inferno e a amando, talvez seja tudo isso que ele tenha sua única chance de ser feliz mesmo que com um demônio.
Olhando fixamente para o escuro consegui abrir um portal, os dois sorriram para mim e caminharam para uma nova vida felizes na escuridão.
O lado escuro
Sétima parte: Luna
Em meio às loucuras de minha mente, sendo fraco por amar minha inimiga, sem coragem de atacar, ao olhar aqueles olhos azuis sem vida, sai de minha guerra como um covarde, para beber e esquecer.
Ouvi disser que meu pai gostava disso, então decidi sair da Linha por um tempo, não ligo preciso me divertir, ir para a taberna e beber com meus amigos, paquerar nossas amigas, um pouco de coisa de humanos, nada de monstros e ela, meu desespero, a Dama, quero ser como antes um aventureiro sem responsabilidade, que se foda!
Entre uma bebida e outra nem sei para onde fui, afinal, o que importa o destino de um covarde que ama sua inimiga, ninguém liga.
Desde criança a admiro, mesmo sabendo que foi ela quem acabou com meu pai, o antigo senhor do escuro, ainda assim gosto dela, não sei por que.
Em uma taverna mais afastada eu estou sozinho, o velho me serve sua cerveja, eu bebo, não ligo para nada comprei uma guerra que acho que não posso ganhar.
Já estou bem bêbado, do jeito que queria.
O velho do balcão me olha e diz:
_Você procura vingança não é filho?
Eu respondo:
_Como é que você sabe velho, meu desespero ultrapassa meu rosto?
_Sim, você esta diante de um inimigo que não pode vencer, que pena seu pai ao menos tentou como um verdadeiro herói, você parece apenas um covarde com varias duvidas.
_Meu pai? Ele esta no fundo do abismo sem os braços e pernas, parecendo um troféu para a Dama do escuro.
_Sim é ruim, mas ele lutou, apesar de também tela amada, seu pai tinha um propósito, você só esta aqui a passeio.
_ Que merda velho, vou ter minha vingança, vou libertar esse povo era o que meu pai queria, vou fazer custe o que custar.
_São palavras bonitas que agradariam nossos trabalhadores rurais, perdidos na imensidão do escuro plantando e colhendo ou nossos lenhadores nas florestas cobertas pelo escuro sem fim, mas para mim que lutou com seu pai não é nada garoto!
_O que? Você também conheceu meu pai? Parece que só eu tive o desprazer de velo como esta hoje, tudo bem velho, então me de uma saída para minha cova.
_Há uma espada perversa de um poder imenso, uns acham que é uma lenda, mas ela é real e vai consumir sua alma, uma espada que pode se transformar em mulher.
_Que merda é essa?
_seu pai a encontrou em terras muito distantes, ela é incrível traz a destruição em um piscar de olhos, mas a noite ela vira mulher, sua amante se quiser e acredite ela é mais perigosa como mulher, seu pai a teve como espada e amante e foi consumido por ela, o poder e o prazer tem um prezo muito alto garoto, seu pai não pode pagar.
_Então ele abandonou a espada?
_ele teve que abandonar, sua mente estava turva, a cede por vingança e poder o consumia, e a espada não deixa nada passar, ele estava virando escravo de seu poder, destruía enorme exércitos em um dia, mas a noite um pedaço de sua alma era levado, então ele a deixou para não morrer, ela só quer destruição, um ano depois seu pai foi vencido.
_Legal, então existe uma espada muito poderosa que pode matar a Dama?
_Você não me ouviu filho, ela vai te matar antes de achar a Dama.
_Bem esse risco devo correr, tenho que ganhar essa guerra.
_Seu pai não iria gostar disso filho.
_Eu sei, mas preciso fazer alguma coisa, quero ajudar esse povo como meu pai tentou fazer.
_Seu pai que me perdoe, o nome dela é Luna.
_Que bom, onde acho a Luna?
_Não precisa, ela já o achou.
_Como assim?
_Eu a guardo, em segredo do seu pai, embora minha esposa não goste de uma espada que pode virar mulher, mas ela esta aqui.
O velho me levou para o fundo da taberna e me mostrou uma caixa, disse que daqui para frente o problema era meu e que não aceitava devolução, olha só!
Eu sei que nesse lado tudo é muito louco, mas acho que uma espada mesmo que vire mulher, sempre existe o dialogo.
_Então Você pensa que é psiquiatra?
Uma voz doce saiu da caixa, em seguida a tampa simplesmente saiu pelos ares e uma linda garota se levantou.
_Oi pequeno senhor, como vai sua luta contra seu coração?
_O que pensa que esta dizendo, cale a boca você é somente uma arma, quero vingança e libertar esse povo, você vai me ajudar espada!
_Seu tolo! Meu nome é Luna, seu pai era muito mais educado, não sou obrigada a nada, escolhi ajudar seu pai, ele tinha olhos vazios, tenho queda por isso!
_Então me desculpe, me ajude, quero continuar o sonho de meu pai.
Foi então que ela se aproximou, caminhando como a Dama, suas mãos tocaram meu rosto e mais uma vez senti o frio na barriga, bem perto de meu rosto ela esta, é incrível sua beleza realmente ela é demais, ela olha no fundo de meus olhos, lembro-me da Dama porem vejo esses olhos vermelhos me chamarem.
Ela me abraça, e diz:
_Garoto do escuro, temos que conversar, você tem potencial, talvez maior que seu pai, posso te ajudar com sua guerra, mas quero uma boa parte do resultado.
_Que seja Luna, eu aceito, mas antes de tudo quero uma noite com você, eu mereço.
_Assim seja pequeno senhor, estou aqui para fazer o que quiser.
Nessa noite vi toda minha raiva e tristeza se transformarem em desejo pela Luna, estou tentando ser forte, mas meu espírito esta fraco e ela é tão carinhosa.
O lado escuro
Oitava parte: o gosto do poder
Minha visão pode me cegar, mas tenho o poder, e a Dama morrera, um dia, pois agora estou ocupado com Luna, embora toda vila me condene, estou com ela, é a companhia perfeita, a espada que vira mulher, então estou de folga.
Estou empunhando ela de dia, sentindo o gosto do poder, realmente ela é incrível, a melhor espada que existe, com ela posso atacar um exercito sozinho e ainda ouvir seu sussurro a cada golpe, me pergunto por que meu pai tinha medo dela, é puro poder, é só olhar empunhar e atacar como um selvagem e ela faz o resto, o sangue jorra longe e cabeças não param de sair dos corpos, sim estamos destruindo.
Em poucos dias eu esqueci meu ódio pela Dama, estava destruindo com Luna, isso não importa há muitos inimigos por ai. Estou fazendo um favor, em uma manhã, acordei com ela em meus braços, me jurando amor, logo depois se transformou em espada e lá estávamos lutando mais um dia, que parecia não ter fim.
Luna é ágil, mas esta ficando pesada, não sei por que, a noite ela é minha amante me conforta com palavras suaves e bom sexo, ela é linda e poderosa.
Sinto que estou morrendo, minha raiva se vai, assim como minha tristeza e força, estou perdido, deito em minha cama com ela e tudo que quero é morrer em paz, ela é sanguinária, me convenceu a destruir uma vila próxima apenas por prazer, ela e eu queríamos sangue, e assim fizemos.
As noites são um tormento, ter uma espada que vira mulher, ela quer sua banheira cheia de sangue de virgens, o dia é puro ódio, não posso mais entender, não sei o que odiar, odeio tudo e todos, minha vontade é de parti lós ao meio, acho que estou cego pelo poder, já não penso em atacar a Dama, só quero sangue para Luna, ela gosta disso.
Em uma manhã cinzenta um herói jurou me matar, Luna em meu ouvido disse para acabar com ele, então eu fui, o bravo herói lutava com o coração, coisa que não me lembro, tentou e tentou, ate me ferir na costela, foi quando Luna ficou brava, nesse momento vi o olhar do tal herói, sincero e gentil, me perguntei o que eu fazia ali, Luna logo disse que estávamos mostrando quem é mais forte.
Sem saber o que pensar baixo Luna, ele ataca com suas ultimas forças, é quando o varo, ele sem forças cai, diz que morrera como um herói que sempre foi ignorado assim como seu pai foi, tentou me impedir e conheceu seu triste fim, me pergunto onde esta meu triste fim?
Minha carne se fecha, não morrerei aqui, me preocupa se terei descanso depois de morto.
Luna me consome dia e noite, é a arma perfeita e a amante perfeita, eu a amo, estou fraco, é ela meu pai disse uma vez, ela me torna uma marionete, matando por prazer dela, sugando minha vida lentamente enquanto me cega os olhos com amor e sexo.
Já não posso mais me levantar, mas ela continua aqui, espalhando sangue e sendo a boa amante.
Agora vejo que fui um tolo, procurar poder para minha guerra, fui seduzido por seu poder e pelo seu lindo corpo.
Vejo que minha guerra acabou aqui, não posso respirar, vejo Luna feliz, dando risadas, agora na beira da morte vejo como fui tolo, me deitei com uma espada amaldiçoada, matei inocentes somente para vê la feliz.
Na angustia da morte posso vê la sorrir como uma serpente, mas eu aceitei seu poder, mergulhando para o fundo eu estou, é uma queda sem fim, do alto mãos frias me agarram e de repente sou puxado, sou salvo sem merecer, voltando à vida e a razão como em um susto, tremendo como um covarde.
É quando a vejo, linda como sempre foi, minha Bela esta aqui, uma parte do escuro de meu coração se vai, ela carrega uma espada, e diz que é meu dever empunha la, coisas ruins estão vindo, o escuro pode trazer coisas que nem a Dama gostaria.
Vendo seu fantasma aqui na minha frente, sinto vontade de chorar, mas ela não deixa, diz que minha missão esta começando.
Depois de seu cheiro doce e um abraço, estou pronto para qualquer coisa, ela fica feliz, diz que sempre acreditou em mim, e com uma força que não conheço pude cravar Luna no chão para que ali fique para sempre, como sua historia diz.
O lado escuro
Parte final: A vela no escuro
A espada que carrego vem da montanha mais alta, um lugar que gela os corações dos homens, é conhecida como montanha da agonia, todos loucos aventureiros que subiram nunca mais desceram, o que existe no topo da montanha ninguém jamais ira descobrir.
Caminho pelo deserto das sombras onde elas tentam me amedrontar, mas até uma sombra pode ser cortada com esta espada.
Envergonhado por quase ter morrido nas terríveis garras da espada Luna, como um garoto que perde a virgindade no puteiro, onde o deserto começa a perder forma uma leve vegetação começa a ganhar vida, logo a frente uma floresta medonha, fria e silenciosa, tenho que atravessa La para meu destino completar.
Logo na entrada existe um pequeno monte de pedras com cartas de pessoas que aqui tentaram serem livres e felizes cartas de lamentação.
O silencio da floresta parece sussurrar em meu ouvido, e uma sensação de estar sendo seguido por essa trilha macabra, mas a frente onde se perde a noção de onde se está, perto de uma grande cachoeira que consegue cair sem fazer barulho, era chamada de cachoeira silenciosa pelos velhos da vila.
Uma grande fogueira ali perto, com criaturas que só existem aqui, monstros que não gostaram de me ver aqui, então eles atacam com fúria, e logo seus horríveis corpos são cortados e caem no cão com seus olhos vazios.
Olhando para a fumaça da fogueira que segue como uma serpente para o céu escuro tentando desafiar os limites do escuro, me lembro de quem é esse mando que esconde o Sol, me apreço para sair da floresta negra.
Atravesso o que um dia foi uma grande cidade que nasceu dos ossos de um grande Deus antigo, mas seu povo como todos mais queriam, então os irmãos do grande Deus amaldiçoou o povo, que foi enterrado junto com a cidade.
Seus corpos podres e sem vida tentam me segurar, alguns golpes e eles voltam para seu sono infernal.
Um grande castelo esta a frente e ele parece ser o centro de tudo, como se o mundo fosse nascendo ao seu redor, um grande pântano é sua entrada é um aviso que visitas não são bem vindas, mas irei atravessar a dona gostando ou não, afinal estou aqui para mata La.
Em seu fundo podre muitas pessoas dormem como uma antiga promessa de vida nova, o triste é que nunca será feita, foram enganados por um ladrão de almas.
Já estou na entrada do castelo, gigante como um colosso, monstruoso e velho como o mundo, onde uma dama controla o escuro com mãos de ferro.
Olhando para traz observo o imenso escuro que cobre o mundo enchendo o coração de tristeza, mas esta para terminar, de longe eu vim para enterra la para sempre, tão fundo que sua voz nunca mais será ouvida.
Dentro de seus domínios sou atacado por seus escravos, homens que viraram monstros para agradar o prazer dela.
Lutamos como ferras, a cada golpe lembro-me de minha missão e da Bela, tudo acaba esta noite, a ideia de morrer aqui também me passou pela cabeça, mas decidi que se a Dama do escuro morrer então eu também posso, livrar esse mundo do escuro é meu trabalho, meu pai não pode eu devo conseguir.
No fundo do castelo existem perigos que enfrento para chegar ate a Dama, sinto o perfume doce dela, ela não ira se esconder ela me espera, assim será escrito o futuro do mundo.
No salão mais alto com teto de vidro, onde a Lua esta bem perto e será nossa testemunha, ela esta bem no centro parada como a dama que é.
A ultima luta começa medonha e cruel como deve ser, seu manto ganha vida e tudo engole, minha espada brilha como se fosse à luz do fim do túnel.
Seu mando é cortado e sangra como gente, a Dama então grita pelos seus monstros e do fundo do escuro eles vem, bestas horríveis com três metros de altura, enfurecidos eles atacam, a luz da espada os cega e a lamina canta sua musica.
Vejo o manto se mover atrás de mim, cravo minha espada o mais fundo possível e todo seu escuro é rasgado, a luz atravessa o escuro e o mando sangra pela ultima vez.
É uma cena diabólica, o manto hurra como uma besta vinda do mais fundo inferno, se contorce e vai perdendo o escuro, esse é o momento, corro para dar o golpe final, a Dama tenta impedir, mas com um soco ela é jogada para o lado.
A espada é cravada ate o fim, então vejo o manto morrer e virar um trapo velho, agora é a vez dela que luta como uma guerreira.
Vejo seu longo cabelo preto e aquele maldito vestido preto, ela desvia dos golpes da espada e ataca com socos bem fortes, então do meio do longo cabelo ela puxa uma espada que é fria e sem vida.
Lutamos com os antigos Deuses, o mundo esta em silencio esperando o primeiro cair, vejo seus lindos olhos azuis que sempre me fascinaram cobertos por esta mascara branca sem expressão, onde sua beleza é esquecida e coberta pelo terror.
Em um momento escuro sou varado pela espada dela, com um grito de dor e pavor por ser tocado pela lamina morta eu lanço um golpe em sua cabeça, onde a mascara é quebrada e a dama jogada no chão.
Com muito esforço retiro a espada dela, sinto meu sangue escorrer ate o chão. Com passos tortos caminho ate ela, aqui deitada como uma linda dama.
Enfim posso olhar seu rosto angelical, desde criança espero por isso, ela tenta atacar, mas é impedida por um golpe que atravessa seu coração, olhando nos fundos dos olhos dela digo que tudo acabou, deixe o sol vir.
Então vejo o que o mundo sempre sonhou a Dama morrer, seus lindos olhos fecharam para sempre, seu rosto tão lindo visto por poucos.
Uma alcateia carrega o cadáver da Dama, em um lugar sagrado e secreto ela é enterrada, então eu também posso morrer, pois já cumpri meu destino.
E finalmente o Sol toca esse mundo esquecido por Deus e toda escuridão se vai para sempre, o povo vive feliz afinal, como queria meu pai e eu, morto e enterrado estou no mesmo lugar sagrado onde a Dama dorme, para todo sempre, esquecidos pelos anos e uma vela no alto do escuro castelo foi acesa, por quem ninguém sabe.
Escrito por Cristiano de Siqueira
07/08/17