O amor era verdadeiro... ou era falsa ilusão?


Era tarde de domingo, o tempo estava cheio de nuvens escuras, mas parecia uma tarde de inverno; de certa forma aquela jovem estava tentando esconder seu medo, suas dúvidas por entre aquelas nuvens, mas era impossível, tudo aquilo estava em sua alma em seu coração. Seu relacionamento conjugal não estava bem, tentava consertá-lo há muito tempo, sem muito sucesso. Procurava um só raio de sol, para iluminar sua tarde e trazer um novo alento ao seu coração, mas não conseguia enxergar. E saiu a caminhar, naquela praça próxima de sua residência, onde tantas pessoas caminhavam, fugindo do sedentarismo do cotidiano, mas naquela tarde para ela era diferente, estava revirando em sua memória, alguns fatos, algumas palavras que pudessem esclarecer e nortear seus pensamentos. Sinceramente ela queria isso. Não era de sua índole precipitações. Era de natureza pacata, sensata! Mas tomara a decisão, não voltaria mais para aquela situação, não da forma que estava vivendo ultimamente. E de repente, ouviu passos apressados a segui-la, sentiu um arrepio desses que percorre todo o seu ser, e não se atreveu a olhar para trás, e apressou mais seus passos, e quanto mais apressada caminhava mais aqueles passos a acompanhava. Pensava ser alguém para fazer-lhe algum mal. E pôde sentir uma mão forte sobre seu ombro e uma voz forte te falar: pare! E estarrecida parou! E quando se voltou era seu companheiro, ele a havia seguido. Coisa que jamais tinha feito, a surpreendeu realmente. E nesse momento, ele a convidou para sentarem-se num banco disponível que havia logo à frente, na pequena praça em que caminhava. E vieram as lembranças de quando namoravam, era naquela praça que costumavam encontrarem-se; naquele tempo não havia os perigos que hoje nos rodeia, era um tempo de paz e tranqüilidade.
E ele começou a interrogá-la porque estava sozinha a caminhar, e ela resolveu dizer-lhe tudo o que acontecia em seu íntimo. O momento era oportuno para abrir seu coração, ela estava cansada, a monotonia invadia-lhe o coração e ela não era mulher para viver assim, tinha muita energia, estava viva, e desejava compartilhar aquela vida com ele, caso contrário iria se consumir naquela chama, mas que para isso teria que ter certeza de seus sentimentos, pois ela não sentia segurança que o amor que ele dizia sentir fosse verdadeiro. E ela não queria viver com alguém que não a amasse de verdade, porque o seu sentimento era verdadeiro, de tal forma, que faria qualquer sacrifício com ele por esse amor. A única coisa que ela não aceitaria era ser usada como um objeto, que a qualquer momento pudesse usar e ao mesmo tempo descartar. Isso não! Ela tinha auto amor! Precisava que ele fosse mais explicito em sua forma de amar. Transmitisse mais segurança. Precisava de uma prova de que realmente a amava. Ela não conseguia ver esta certeza. E nesse momento, às lágrimas rolavam em seu rosto, estava fragilizada, estava sensível. E ele ouvindo tudo aquilo, também se fragilizou e confessou-lhe que também sentia o mesmo por ela e de tantos desencontros quando tinham tudo para estar mais próximos, se distanciavam. Mas se ela o ajudasse, ele seria tudo para ela. Faria o que ela pedia. E poderiam transformar suas vidas com muito amor. Não poderia perdê-la, ela era uma referência para a sua vida. Reacenderiam a chama da paixão que estava até então sob cinzas espessas. E a convidou para retornar a casa. Ela aceitou. E de mãos dadas caminharam lentamente, com pensamentos voltados para uma nova vida, novas perspectivas, seria possível? Aquele discurso de amor era verdadeiro? Como podemos saber? Talvez, nunca!
Cellyme
Enviado por Cellyme em 13/08/2007
Reeditado em 05/07/2011
Código do texto: T606017
Classificação de conteúdo: seguro