A Guardiã
A GUARDIÃ
“Em um tempo incomensuravelmente remoto no passado, a luta entre o Bem e o Mal principiou. Poucos se lembram como foi naqueles tempos heroicos, antes que os verdadeiros heróis começassem a desaparecer.”
— Que estranho — murmurou ela, recostada nos travesseiros da sua cama, segurando a antiga brochura encapada, cuja capa quase despencava. —Como é que o autor sabe dessas coisas?
Era uma noite de tempestade e a garota, cansada de assistir devedês, escolhera um dos livros salvos dos sebos que enchiam as suas estantes. Às vezes ela pensava que só iria ler todas aquelas obras quando estivesse com oitenta anos; mas ia fazendo o possível.
Bateram na porta.
— Entra! — disse ela.
Entrou uma mulher baixa e ainda bonita, com uma bandeja de chá.
— Espero que a sua dor de cabeça passe — augurou com um sorriso meigo.
— Obrigada, mamãe — e a garota se levantou e pegou a bandeja com a xícara e o sachê, colocando-a na mesa de cabeceira. — Não sei o que faria sem você.
— Você estuda e trabalha muito, Tulipa. Em casa é melhor relaxar.
Tulipa era uma menina de 18 anos, morena, magra, de sobrancelhas grossas, olhar forte e penetrante, gestos suaves e dedos sutis. A sua voz era doce, cálida e serena; a sua expressão parecia falar de sentimentos ocultos e profundos.
— Você não costuma sentir dor de cabeça — observou, preocupada, a mãe da jovem. — Se achar melhor, nós chamamos o Dr. Yamamura...
— Ora, incomodá-lo por tão pouco? Não é preciso, mamãe...
Ivete se retirou, após beijar a filha. Tulipa bebericou o chá, que ainda fumegava, e então pensou em dar uma olhadinha no espelho, o grande espelho da porta do camiseiro.
Observou calmamente os seus próprios reflexos. Seus olhos não ostentavam olheiras ou qualquer sinal de congestionamento ou conjuntivite. Sua expressão doce refletia-se na superfície espelhada.
Foi nesse momento que ela enxergou a sombra atrás de si. Não estava lá há um instante e parecia ter saído do nada. Tulipa viu o machado ser erguido em sua direção e, horrorizada, pulou no único caminho de fuga que se lhe ofereceu. Saltou para a frente e, quando a lâmina do machado desceu, o corpo da moça, fundindo-se com o próprio reflexo, atravessou o vidro espelhado que subitamente amolecera como uma névoa...
O que tinha acontecido?
Caída no chão em meio à névoa, sentiu um corpo qualquer que a cobria; ouviu uma voz aguda gritar algo incompreensível e quando tentou se erguer vislumbrou uns dedos finos e compridos lançarem um pó brilhante como gotas de prata que explodiram sobre a sombra misteriosa; imediatamente, numa reverberação, ela sumiu.
Tulipa se levantou; diante dela estava uma mulher de túnica escarlate curta, cabelos negros como asfalto, que a olhava atentamente.
— O que aconteceu? Onde é que eu estou? — quis saber a garota.
— Você está no vestíbulo das Terras Infinitas, a encruzilhada dimensional dos séculos — disse a mulher, impassível.
— O que?
— Você é Tulipa Velocino, eu sei. Eu a esperava, mas a sua chegada foi antecipada pelas circunstâncias.
— Circunstâncias? Do que você está falando? — Tulipa estava estupefata.
— As forças que nos são antagonistas intentaram a sua eliminação física, pura e simplesmente; mas você teve presença de espírito para escapar.
— Ah, bem... — disse a garota, sem compreender nada. — E o que era aquilo, ainda há pouco?
— Aquele pichelingue... uma sombra maligna, apenas isso.
Tulipa analisou aquela estranha mulher à sua frente. Parecia jovem, tinha os braços e os pés nus e um grande medalhão pendurado sobre o peito, com a figura de uma ampulheta em alto relevo, esculpida num material que parecia bronze.
— Quem é você, pode me dizer?
— Eu sou a Guardiã das Dimensões, chamo-me Vima.
— Você disse Vima? Que nome estranho!
— Eu conheço muitas línguas, inclusive a sua — e Vima sorriu agradavelmente. — Mas é evidente que o meu nome não tem nada a ver com o português.
— Imagino que não. Mas me diga, como é que eu volto para a minha casa?
— Lamento, mas no momento isto será impossível.
Tulipa, sentindo-se encafifada, fitou aquela mulher misteriosa, reparando em seus grandes e penetrantes olhos negros:
— Como assim? Eu estava em casa agora mesmo! — e voltou-se para o grande espelho fixo numa parede cor de caramelo — Foi daqui que eu saí?
— Isso mesmo. É o espelho dimensional, e está conectado com o outro espelho, do seu guarda-roupa.
— Mas isso parece coisa das Crônicas de Nárnia! O que quer dizer isso afinal? Por que eu?
— Você é uma alma escolhida, é uma messias destinada a nos salvar de um perigo cósmico imensurável.
Tulipa voltou-se para a mulher:
— Messias, você diz? Somente Jesus Cristo é o Messias.
— Você deve entender essa palavra como simbólica de todas as pessoas que Deus suscita para grandes missões redentoras. Evidentemente Jesus não é “um messias” mas “o Messias”.
— Eu até entendo essa distinção que você faz mas não me sinto como tal. O que desejo realmente é voltar para casa! Mamãe vai se desesperar se eu simplesmente sumir...
— Não creio que você possa retornar agora. O seu caminho de retorno será longo e sinuoso.
— Mas eu não posso sumir! Tem mamãe, papai, os meus irmãos, o meu cachorro, tem as minhas aulas, os colegas... — e ela se voltou com dois estilicídios na face: — Essas histórias de ficção esquecem frequentemente que as pessoas têm ligações, sentimentos... e que a separação é uma coisa horrível...
— Acalme-se, Tulipa — e Vima pôs a mão direita em seu ombro esquerdo. — Não adianta ficar apalpando esse espelho. Acontece que o tempo entre as dimensões é variável. Após percorrer a sua “via-crucis” você poderá retornar ao seu quarto, no minuto seguinte após o ataque do qual foi vítima. Isso, porém, eu não posso garantir cem por cento; será preciso que tudo dê certo e que você saia vitoriosa em sua missão sagrada.
— O que você quer de mim?
Tulipa encarou a sua anfitriã. Esta devolveu o olhar e respondeu:
— Você atravessará o oceano dimensional e irá em peregrinação de mundo a mundo, identificando as causas da desestabilização; em cada caso você terá de destruir uma base do inimigo e quando obtiver sucesso total, voltará ao seu mundo.
— Eu vou fazer tudo isso sozinha?
— Não. Haverá uma equipe e eu tratarei de reuni-la; só me dê o tempo suficiente.
— Deve haver algum jeito de sair daqui — murmurou a garota, e pôs-se a procurar em volta algum caminho de escape. Mas aquela sala tinha apenas uma porta e nenhuma janela; e a porta dava para outros aposentos sem janelas, mas com camas, guarda-roupas, uma cozinha com fogão industrial, um banheiro luxuoso... e em várias paredes encontravam-se espelhos.
— Pode procurar à vontade — observou a guardiã. — Mas este lugar fica entre as dimensões e só passando para uma delas você pode sair. Em breve você deverá partir para a sua missão.
— Assim como estou, descalça? De pijama?
— Eu lhe arranjarei roupas adequadas.
Assim dizendo a guardiã abriu um duplex de cerejeira e examinou algumas roupas extravagantes, enquanto Tulipa, incrédula, dava expansão às suas dúvidas:
— Eu não posso acreditar que você viva num universo tão fechado e apertado. Como é feito o arejamento? Não tem nem um quintal ou jardim por aqui?
— Ah, sim, dá para passear um pouco mas não dá para ir muito longe. Aqui é a bolha dimensional ligada ao planeta Terra. Ela está ancorada numa das Terras infinitas, mas em meio à rocha para não ser percebida. Todavia não há razão para você se preocupar: os espelhos abrem para infinitos mundos.
— Você não pode ter um número infinito de espelhos!
— O sistema tem uma alta complexidade, menina; nada que eu possa esmiuçar agora. Não quer examinar o seu fato?
— Fato?
— Ah, desculpe. Falei o português de Portugal. Eu quero dizer roupa, traje, indumentária.
— Deixa eu ver.
Tulipa examinou uma túnica repleta de desenhos orientais: katanas, grifos, dragões, basiliscos, o monte Fuji... a manga era média e havia umas pantalonas cinzentas acompanhando.
— Por que eu tenho que me vestir como japonesa?
— Você vai inicialmente para uma terra de costumes orientais.
— Hum... pelo menos eu tenho empatia com essas coisas. Vivo lendo mangás...
— Vista-se, por favor. Tem esse vestiário aqui.
Tulipa entrou no pequeno compartimento, similar aos que existem nas lojas de departamentos, e mudou de roupa. Vima não esquecera as peças íntimas. A garota porém sentia crescer a preocupação. Precisava de uma mochila grande, roupas para trocar, livros para ler e, com certeza, armas. Só que ela não possuía experiência de lutas e combates.
O que poderiam estar querendo dela?
Por que ela?
Tulipa afastou o cortinado e encarou sua anfitriã:
— O que irei calçar?
— Recomendo sapatos orientais confortáveis. Você ficou muito bonita com esse traje.
— Pareço até a Sakura naquelas fantasias que a Tomoyo arranja...
— Bem vamos reunir a equipe.
Tulipa acompanhou aquela mulher misteriosa pelos arredores até que chegaram a uma porta que dava para o ar livre. Espantada, sentiu o perfume de flores tropicais e escutou o trinado de pássaros canoros.
NOTA: o texto acima é a introdução da saga de fantasia "TULIPA - Terra Infinita", que se encontra EM CONSTRUÇÃO. A publicação de seu início visa obter impressões prévias e quem sabe, até sugestões.
imagem pixabay
A GUARDIÃ
“Em um tempo incomensuravelmente remoto no passado, a luta entre o Bem e o Mal principiou. Poucos se lembram como foi naqueles tempos heroicos, antes que os verdadeiros heróis começassem a desaparecer.”
— Que estranho — murmurou ela, recostada nos travesseiros da sua cama, segurando a antiga brochura encapada, cuja capa quase despencava. —Como é que o autor sabe dessas coisas?
Era uma noite de tempestade e a garota, cansada de assistir devedês, escolhera um dos livros salvos dos sebos que enchiam as suas estantes. Às vezes ela pensava que só iria ler todas aquelas obras quando estivesse com oitenta anos; mas ia fazendo o possível.
Bateram na porta.
— Entra! — disse ela.
Entrou uma mulher baixa e ainda bonita, com uma bandeja de chá.
— Espero que a sua dor de cabeça passe — augurou com um sorriso meigo.
— Obrigada, mamãe — e a garota se levantou e pegou a bandeja com a xícara e o sachê, colocando-a na mesa de cabeceira. — Não sei o que faria sem você.
— Você estuda e trabalha muito, Tulipa. Em casa é melhor relaxar.
Tulipa era uma menina de 18 anos, morena, magra, de sobrancelhas grossas, olhar forte e penetrante, gestos suaves e dedos sutis. A sua voz era doce, cálida e serena; a sua expressão parecia falar de sentimentos ocultos e profundos.
— Você não costuma sentir dor de cabeça — observou, preocupada, a mãe da jovem. — Se achar melhor, nós chamamos o Dr. Yamamura...
— Ora, incomodá-lo por tão pouco? Não é preciso, mamãe...
Ivete se retirou, após beijar a filha. Tulipa bebericou o chá, que ainda fumegava, e então pensou em dar uma olhadinha no espelho, o grande espelho da porta do camiseiro.
Observou calmamente os seus próprios reflexos. Seus olhos não ostentavam olheiras ou qualquer sinal de congestionamento ou conjuntivite. Sua expressão doce refletia-se na superfície espelhada.
Foi nesse momento que ela enxergou a sombra atrás de si. Não estava lá há um instante e parecia ter saído do nada. Tulipa viu o machado ser erguido em sua direção e, horrorizada, pulou no único caminho de fuga que se lhe ofereceu. Saltou para a frente e, quando a lâmina do machado desceu, o corpo da moça, fundindo-se com o próprio reflexo, atravessou o vidro espelhado que subitamente amolecera como uma névoa...
O que tinha acontecido?
Caída no chão em meio à névoa, sentiu um corpo qualquer que a cobria; ouviu uma voz aguda gritar algo incompreensível e quando tentou se erguer vislumbrou uns dedos finos e compridos lançarem um pó brilhante como gotas de prata que explodiram sobre a sombra misteriosa; imediatamente, numa reverberação, ela sumiu.
Tulipa se levantou; diante dela estava uma mulher de túnica escarlate curta, cabelos negros como asfalto, que a olhava atentamente.
— O que aconteceu? Onde é que eu estou? — quis saber a garota.
— Você está no vestíbulo das Terras Infinitas, a encruzilhada dimensional dos séculos — disse a mulher, impassível.
— O que?
— Você é Tulipa Velocino, eu sei. Eu a esperava, mas a sua chegada foi antecipada pelas circunstâncias.
— Circunstâncias? Do que você está falando? — Tulipa estava estupefata.
— As forças que nos são antagonistas intentaram a sua eliminação física, pura e simplesmente; mas você teve presença de espírito para escapar.
— Ah, bem... — disse a garota, sem compreender nada. — E o que era aquilo, ainda há pouco?
— Aquele pichelingue... uma sombra maligna, apenas isso.
Tulipa analisou aquela estranha mulher à sua frente. Parecia jovem, tinha os braços e os pés nus e um grande medalhão pendurado sobre o peito, com a figura de uma ampulheta em alto relevo, esculpida num material que parecia bronze.
— Quem é você, pode me dizer?
— Eu sou a Guardiã das Dimensões, chamo-me Vima.
— Você disse Vima? Que nome estranho!
— Eu conheço muitas línguas, inclusive a sua — e Vima sorriu agradavelmente. — Mas é evidente que o meu nome não tem nada a ver com o português.
— Imagino que não. Mas me diga, como é que eu volto para a minha casa?
— Lamento, mas no momento isto será impossível.
Tulipa, sentindo-se encafifada, fitou aquela mulher misteriosa, reparando em seus grandes e penetrantes olhos negros:
— Como assim? Eu estava em casa agora mesmo! — e voltou-se para o grande espelho fixo numa parede cor de caramelo — Foi daqui que eu saí?
— Isso mesmo. É o espelho dimensional, e está conectado com o outro espelho, do seu guarda-roupa.
— Mas isso parece coisa das Crônicas de Nárnia! O que quer dizer isso afinal? Por que eu?
— Você é uma alma escolhida, é uma messias destinada a nos salvar de um perigo cósmico imensurável.
Tulipa voltou-se para a mulher:
— Messias, você diz? Somente Jesus Cristo é o Messias.
— Você deve entender essa palavra como simbólica de todas as pessoas que Deus suscita para grandes missões redentoras. Evidentemente Jesus não é “um messias” mas “o Messias”.
— Eu até entendo essa distinção que você faz mas não me sinto como tal. O que desejo realmente é voltar para casa! Mamãe vai se desesperar se eu simplesmente sumir...
— Não creio que você possa retornar agora. O seu caminho de retorno será longo e sinuoso.
— Mas eu não posso sumir! Tem mamãe, papai, os meus irmãos, o meu cachorro, tem as minhas aulas, os colegas... — e ela se voltou com dois estilicídios na face: — Essas histórias de ficção esquecem frequentemente que as pessoas têm ligações, sentimentos... e que a separação é uma coisa horrível...
— Acalme-se, Tulipa — e Vima pôs a mão direita em seu ombro esquerdo. — Não adianta ficar apalpando esse espelho. Acontece que o tempo entre as dimensões é variável. Após percorrer a sua “via-crucis” você poderá retornar ao seu quarto, no minuto seguinte após o ataque do qual foi vítima. Isso, porém, eu não posso garantir cem por cento; será preciso que tudo dê certo e que você saia vitoriosa em sua missão sagrada.
— O que você quer de mim?
Tulipa encarou a sua anfitriã. Esta devolveu o olhar e respondeu:
— Você atravessará o oceano dimensional e irá em peregrinação de mundo a mundo, identificando as causas da desestabilização; em cada caso você terá de destruir uma base do inimigo e quando obtiver sucesso total, voltará ao seu mundo.
— Eu vou fazer tudo isso sozinha?
— Não. Haverá uma equipe e eu tratarei de reuni-la; só me dê o tempo suficiente.
— Deve haver algum jeito de sair daqui — murmurou a garota, e pôs-se a procurar em volta algum caminho de escape. Mas aquela sala tinha apenas uma porta e nenhuma janela; e a porta dava para outros aposentos sem janelas, mas com camas, guarda-roupas, uma cozinha com fogão industrial, um banheiro luxuoso... e em várias paredes encontravam-se espelhos.
— Pode procurar à vontade — observou a guardiã. — Mas este lugar fica entre as dimensões e só passando para uma delas você pode sair. Em breve você deverá partir para a sua missão.
— Assim como estou, descalça? De pijama?
— Eu lhe arranjarei roupas adequadas.
Assim dizendo a guardiã abriu um duplex de cerejeira e examinou algumas roupas extravagantes, enquanto Tulipa, incrédula, dava expansão às suas dúvidas:
— Eu não posso acreditar que você viva num universo tão fechado e apertado. Como é feito o arejamento? Não tem nem um quintal ou jardim por aqui?
— Ah, sim, dá para passear um pouco mas não dá para ir muito longe. Aqui é a bolha dimensional ligada ao planeta Terra. Ela está ancorada numa das Terras infinitas, mas em meio à rocha para não ser percebida. Todavia não há razão para você se preocupar: os espelhos abrem para infinitos mundos.
— Você não pode ter um número infinito de espelhos!
— O sistema tem uma alta complexidade, menina; nada que eu possa esmiuçar agora. Não quer examinar o seu fato?
— Fato?
— Ah, desculpe. Falei o português de Portugal. Eu quero dizer roupa, traje, indumentária.
— Deixa eu ver.
Tulipa examinou uma túnica repleta de desenhos orientais: katanas, grifos, dragões, basiliscos, o monte Fuji... a manga era média e havia umas pantalonas cinzentas acompanhando.
— Por que eu tenho que me vestir como japonesa?
— Você vai inicialmente para uma terra de costumes orientais.
— Hum... pelo menos eu tenho empatia com essas coisas. Vivo lendo mangás...
— Vista-se, por favor. Tem esse vestiário aqui.
Tulipa entrou no pequeno compartimento, similar aos que existem nas lojas de departamentos, e mudou de roupa. Vima não esquecera as peças íntimas. A garota porém sentia crescer a preocupação. Precisava de uma mochila grande, roupas para trocar, livros para ler e, com certeza, armas. Só que ela não possuía experiência de lutas e combates.
O que poderiam estar querendo dela?
Por que ela?
Tulipa afastou o cortinado e encarou sua anfitriã:
— O que irei calçar?
— Recomendo sapatos orientais confortáveis. Você ficou muito bonita com esse traje.
— Pareço até a Sakura naquelas fantasias que a Tomoyo arranja...
— Bem vamos reunir a equipe.
Tulipa acompanhou aquela mulher misteriosa pelos arredores até que chegaram a uma porta que dava para o ar livre. Espantada, sentiu o perfume de flores tropicais e escutou o trinado de pássaros canoros.
NOTA: o texto acima é a introdução da saga de fantasia "TULIPA - Terra Infinita", que se encontra EM CONSTRUÇÃO. A publicação de seu início visa obter impressões prévias e quem sabe, até sugestões.
imagem pixabay