Bom dia!

-Bom dia! Sussurrava ao meu ouvido enquanto me envolvia com os braços, se aproximando mais do meu corpo, me dando aquele abraço de espreguiçar. Eu entreabria os olhos devagar, mas nem acordava, fingia continuar dormindo. Me mexia um pouco, mas não me virava, então você já vinha beijando meu rosto de levinho, me chamando de preguiçosa, me mimando até eu despertar. E desvencilhava-me dos teus braços e entrava no banho. Tempo depois, você entrava no banheiro pra tomar banho comigo e, mesmo se eu já estivesse saindo, você me segurava pra tomarmos juntos. Deixava eu lavar teus cabelos, tuas costas, seu peito. Você segurava minhas mãos e me virava de frente, me abraçando, pra sentirmos o corpo nu e molhado um do outro, sentindo o abraço e os carinhos ficarem maiores que os braços. Sentindo a água quente escorrer por nossos corpos.

Eu gostava de, depois de tudo, repousar minha cabeça no teu peito, e sentir só a água cair e você acarinhar meus cabelos molhados, descendo com os dedos, da cabeça até as costas, às vezes, abraçando e me apertando um pouco contra seu corpo, como uma forma de dizer “eu te amo” sem ter que falar nada. E eu retribuía, ti abraçando mais forte, acarinhando também as suas costas, até você desligar o chuveiro, e me enrolar com uma toalha grande, me secando com carinho. Essa tua maneira de cuidar de mim, de querer me fazer bem, de ter tanto zelo, me fazendo querer ser sempre parte de você. Assim como já somos, um a parte que faltava do outro.

E tarde, depois do café, sentar no sofá da janela, com todas as almofadas e o cobertor azul, pra sentir o sol esquentando. Pra contarmos dos sonhos da noite, dos planos um do outro, e até das coisas que nem sabíamos se chegariam. E depois do almoço, sair pra fazer uma caminhada no parque perto de casa, voltar pro “refúgio” e recomeçar nossa rotina outra vez. Café, porque quase nunca jantávamos comidas pesadas. Era sempre um lanche, nada demais.

Depois do banho e tudo, ir pra sala, ligar a tv, colocar um filme, estourar pipoca, beber coca-cola, tentar dormir e o outro não deixar, esperar o sono chegar, ver você adormecer e deixar, tarde ficava e eu tinha pena de acordar, e gostava tanto de ver você dormindo leve, de ver a boca abrir de dormir, aí então acordar com cuidado e convidar pra ir dormir no quarto, pra acordar bem e dormir melhor e mais.

Ai rotina boa de bons dias.

Dias bons. Sempre. Mesmo os ruins. Sempre bons.

Sempre bom dia!

Gabibis
Enviado por Gabibis em 11/08/2007
Código do texto: T602747