Um Conto de Espíritos Selvagens

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Sob as estrelas, mestre e aprendiz puseram-se à encarar o enorme e reluzente lago que dava de encontro com a cidade élfica. Mas antes que pudessem alcançá-la, Fukuwa resolvera descansar, sentando-se à margem do riacho junto a Kazeo. O gélido e cortante vento noturno deu lugar a uma brisa suave e calma, e o jovem pequenino logo se apressou para acender uma fogueira.

Voyd, também conhecido como Akizuki Fukuwa, era um sujeito de longas madeixas negras, que por vezes caíam sobre seu rosto, e eram interceptadas na altura dos ombros. A imortalidade corria às suas veias, e cintilava em seu olhar carmesim. Dono de uma aparência jovem e forte, vestia trajes bem comuns para um viajante, junto a sua espada que, pendurada nas costas, contrastava as roupas de couro batido e botas de cano alto.

Embora tivesse suas próprias razões para ter adotado o garoto de rua, ele podia enxergar a verdadeira natureza solitária no âmago de Kazeo. Uma pobre criança atormentada por fora, mas um vampiro sedento e ganancioso por dentro, repleto de todas as intenções de ir além para adquirir poder. Akizuki já notara isso no primeiro instante em que lhe vira, e talvez fosse esse o motivo por levá-lo consigo em sua jornada até os confins do mundo.

— Kazeo .. . —

Repentinamente, o sossego promissor em que a vida corria, deu lugar a um sentimento de angústia e desesperança que, embora não pertencesse à eles, permeava toda a região. Com um olhar afiado, imediatamente guiado por seus instintos, Akizuki avistara através de centenas de obstáculos a capital dos elfos, a cerca de quinze quilômetros dali. Tudo, estava morto ...

Kazeo
Enviado por Kazeo em 27/05/2017
Reeditado em 27/05/2017
Código do texto: T6011261
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