A Princesa e o Poeta
Era uma vez, pois todos contos de fadas começam assim... Era uma vez em um mundo repleto de magia e criaturas fantásticas, ok, não tão magico assim e nem com tantas criaturas fantásticas tão logo. Mas neste mundo havia quatro grandes reinos que a alguns séculos lutaram entre si, o reino de Stallia, reino de Calide, reino mon-o-nok e o reino Makore. O reino de Stallia com seu rei imortal ganhou esta guerra facilmente, mas ao invés de anexar os outros reinos ao seu como era de costume, ele exigiu uma compensação severa aos outros reinos perdedores, a cada quinze anos cada um dos três reinos deveria entregar a ele uma jovem para ser sacrificada em nome da paz, além e claro de tributos em ouro e joias. Por várias vezes os reinos derrotados tentaram lutar pela sua soberania, mas sempre sem sucesso, tanto que depois de várias jovens serem entregues em sacrifícios, eles apenas aceitaram, já que as perdas em guerra eram maiores do que de entregar alguma jovem do povoado e um pouco de ouro.
Hoje, as vésperas de escolher mais um sacrifício, no reino de Calide vive uma princesa alheia a tudo isso, morando no castelo ela apenas tem olhos para seu príncipe que ela julga ser encantando, o príncipe que ela tanto sonha e sucessor do rei do grande reino de Makore, nesta data o príncipe está em viajem para que eles possa se encontrar novamente, e a princesa ansiosa por este novo encontro se diverte no pomar do castelo, mas não sozinha, ela está em companhia de seu velho amigo, que todos chamam apenas de Poeta solitário.
- Ah! – Suspira a princesa – meu amigo poeta, como estou feliz!
- Diga-me minha princesa – fala o Poeta enquanto saboreia uma maçã – do por que esta felicidade, que a tanto faz sorrir e a suspirar, acaso seria, amor!
- Sim – diz a princesa a sorrir – é o tão falado amor, que em rimas e canções você expõe tão bem em seus preciosos livros.
- “Amor tão belo, sublime amor
Que reluz em teus olhos
Trazendo este querer bem
Em meu coração fatigado
Esta luz que me faz tão bem
Oh! doce aurora, traga logo meu príncipe
Para que ele possa repousar... seu corpo cansado...
(Em meio as minhas pernas) ”
- Pare – diz a princesa séria – pare de caçoar de mim poeta ou farei os guardas cortarem sua cabeça... além disso hoje você me disse que me ensinaria a fazer algo diferente
- Sim – diz o Poeta com um sorriso matreiro – irei te ensinar a fazer um corpo pegar fogo em meio a suas mãos...
- Olhe – diz ela já fingindo chamar os guardas – olhe bem o que ira dizer a seguir!
- O que eu disse de mais – Fala ele indignado pegando um graveto do chão– apenas vou lhe ensinar um truque de mágica, você pega este graveto, concentra sua energia nele, mentalizando...
Enquanto o Poeta segurava um graveto em suas mãos e se concentrava de olhos fechados, a princesa o observava admirada quando o graveto começou em sua ponta emitir uma fumaça, e logo depois a brasa e o fogo.
- Além de Poeta – diz a princesa – ainda é um mago, além de meu amigo e claro.
- Não sou um mago – diz ele em tom de escarnio – odeio magos, na verdade eu sou alguém que..., realiza desejos, e quando a princesa precisar que eu realize um desejo, basta pedir do fundo da sua alma que eu irei realiza-lo.
- Bravo – ela ri alto, enquanto se senta no grama macia – mas eu não tenho mais desejos, já que em breve irei me casar com meu príncipe.
- Príncipes, que assim seja minha princesa, em seu coração você já realizou seu maior desejo, só posso dizer que espero que seja realmente muito feliz!
- Eu serei meu amigo – diz ela sorrindo – eu serei...
Semanas depois o príncipe chega ao castelo, onde a princesa que o tanto ama o aguarda, o reencontro deles e um evento grandioso na capital, com direito a um baile aonde o rei ira fazer uma proclamação importante. A princesa em felicidade aguarda que seu pai de sua mão ao príncipe para que seus sonhos se tornem mais do que simples sonhos e sim uma realidade mágica. E na noite do baile, a princesa em seu lindo vestido prateado, dança sorridente com seu amado príncipe. O Poeta solitário, não tão solitário assim declama suas poesias para algumas jovens damas que a cada verso, sorriem coradas. Todos os convidados dançam e bebem com seu ar aristocrático, mas o grande burburinho que se faz presente aqui e acola, e sobre o que o rei ira falar, assim antes das doses badaladas da torre da grande igreja, com todos os convidados satisfeitos e alegres o rei se dirige com seu caminhar lento até a princesa, a levando consigo até o centro da sala, e com um sorriso jovial ele diz:
- Como todos sabem – diz o rei em tom cordial, mas ainda sim muito altivo – está e minha filha, a primeira princesa de Calide, se apresente filha...
- Eu sou – diz ela em reverencia a todos no ambiente – a primeira princesa de Calide, Frida.
- Muito bem-diz o rei sorrindo, mas em um tom mais grave – como todos sabem, a cada quinze anos, devemos ofertar ao rei imortal uma jovem e tributos em ouro, mas neste ano, será diferente, eu a cerca de dois meses atrás foi pessoalmente tratar com ele um novo acordo, e pelo período de cento e vinte anos a contar deste ano, não precisaremos entregar mais nenhuma jovem ou tributo a ele.
Neste momento todos os convidados sorriem, por admiração ao rei, já que poucos emissários voltavam com vida, e agora o rei não apenas foi até o reino de Stallia, mas conseguiu um acordo notável para seu reino.
- Sendo assim – continuou o rei – este ano apenas devo entregar uma oferenda em ouro e a primeira princesa em sacrifício.
Todos no salão ficam em silencio.
- Pai – diz a princesa – como ...
- Silencio – diz o rei impassível – sua vida ira salvar outras vidas, e como não teremos que pagar por um pouco mais de um século, o reino poderá vir a ser um dos mais ricos entre os outros reinos subjugados.
- Pai! – Grita a princesa em lagrimas.
- Guardas – grita o rei – preparem a princesa, ela partira amanha
Rapidamente vários guardas cercam a princesa e a levam a força para seus aposentos, enquanto os convidados olham a cena sem esboçar reação alguma. O olhar da princesa cruza com seu príncipe que como os outros não demonstra nenhum tipo de ação, assim seus pedidos de socorro, logo acabam em lagrimas.
Já em seus aposentos, a princesa apenas chora por seu destino, ainda sem compreender muito o que ocorrera com ela, o porquê de seu pai ter feito isso com ela, de tê-la jogada assim para ser sacrificada por conta de um pouco mais de riqueza. Tão longo ela começa a se desesperar pensando em uma forma de fugir/escapar desta situação ela escuta a porta de seu quarto se abrir, e portando uma espada em punho seu príncipe entra no quarto.
- Vamos – diz ele em tom baixo – vamos fugir, eu vou te tirar daqui.
Frida sorri alegremente.
- Sim vamos!
Pelo caminho o príncipe explica que subornou alguns guardas e que alguns cavalos estão esperado por eles fora dos portões da cidade, assim furtivamente encobertos pelas sombras da noite, passando por becos e ruas escuras, hora ou outra se escondendo em pilhas de lixo para não serem pegos pela guarda da cidade, assim os dois fogem do castelo até a entrada da cidade onde próximo à entrada da floresta dois cavalos já os esperam.
- Pronto minha princesa – diz o príncipe ajeitado os cavalos – logo estaremos longe desta loucura, apenas eu e você.
- Sim meu herói – brinca a princesa – apenas eu e você e a lua.
- Alto lá – diz um sujeito saindo das sombras próxima a eles – aonde vocês pensam que vão?
- Quem está aí? - Esbraveja o príncipe sacando sua espada.
- Apenas um poeta – diz o Poeta saindo das sombras.
- Não se preocupe – diz Frida – ele e meu amigo.
- Aprece-se – diz o príncipe – não temos tempo.
- Poeta meu amigo – diz Frida rapidamente em meio as lagrimas – terei que deixar você para trás assim como todo o reino, você ouviu o que meu pai o rei disse, eu serei sacrificada se ficar aqui, por isso meu príncipe me salvou e agora estarei indo com ele.
- Se esta e realmente sua decisão – diz o Poeta – assim o será, só desejo que este caminho a leve a felicidade...
- Ele levara meu bom amigo – diz a princesa acenando um adeus.
Depois de algumas horas os dois encontram a escolta do príncipe, assim a viajem até o reino Makore ocorre sem problemas, Frida ainda sente um pouco de medo, mas o príncipe a conforta sempre que ela lhe conta seus medos, e os dois fazem muito planos para quando estiverem casados. Depois de alguns dias de viagens eles chegam ao seu destino. O príncipe leva sua princesa até o castelo de seu pai e a apresenta a ele.
- Este aí e a vadia – diz o rei Pai do príncipe – que você foi pegar.
- Sim meu pai!
- Como assim vadia? – Diz indignada a princesa
- Bem simples Frida – diz o príncipe sem demostrar emoção – seu pai prometeu você em sacrifício, assim ele não teria que pagar mais tributo ao rei imortal por vários anos, assim o reino de seu pai se tornaria mais rico e importante entre os reinos subjugados, mas com a condição que você fosse o sacrifício, caso ele não cumprisse este termo, o rei imortal destruiria todo o seu reino, e como o reino de Makore e o mais bem armado, será fácil invadir seu reino e o reivindicar para nós, assim o reino de Makore se tornara o reino mais grande e rico entre todos os reinos, assim, você foi apenas um joguete.
- Muito bem meu filho – diz gargalhando o rei – e como brinde, nos levaremos você como sacrifício para o rei Imortal.
Os dias que s seguiram passaram rápido, a princesa Frida presa em seu calabouço, o reino de Calide destruída pelas forças do rei imortal, o sol nascendo, a lua em seu caminho triste, e as lagrimas secas no rosto da princesa, o escárnio do príncipe quase todos os dias, o guarda levando embora sua comida quase intocada, no último dia dentro do calabouço, algumas mulheres jogaram baldes de agua fria para lavar seu corpo e a vestiram com uma túnica branca, logo ela estava em uma carruagem, logo ela fora arrastada até a sala do trono do rei imortal, lá ela ficou no chão até a chegada dele.
A primeira impressão que ela teve do rei imortal, e que ele era um homem já de meia idade, mas seus olhos exprimiam uma pressão de alguém que já tinha vivido centenas de anos.
- Se levante – diz o rei imortal a Frida – deixe-me a ver melhor
- Sim, vossa majestade – diz Frida lentamente enquanto se levanta.
- Esta garota – diz um dos ministros do rei que se encontrava lá – ela é a centésima trigésima segunda oferenda vossa majestade.
- Desculpe – diz Frida – sei que sou apenas uma oferenda, mas ainda assim eu tenho nome...
- Silencio – diz irritado o ministro se preparando para bater nela com a mão – só fale quando for lhe permitido.
- Ministro! –diz o rei – saia!
- Vossa majestade...
- Saia – grita o rei – ousa me desobedecer?
- Não vossa majestade – diz o ministro saindo da sala
O rei caminha até a princesa
- Qual é o seu nome?
- Pode me chamara de Frida – ela responde sem levantar o olhar
- Muito bem Frida, de hoje em diante serei seu rei e você minha súdita.
- Sim – ela diz respeitosamente – vossa majestade.
O rei Imortal então chama algumas damas de companhia para que levem Frida até seu novo aposento e a digam seus novos afazeres. A princípio tudo que Frida tem que fazer são coisas simples, como ajudar as damas de companhia a cuidar do jardim, e a levar comida até o quarto do rei. Certa noite enquanto ela estava arrumando a mesa de refeição do rei, ele a pediu que o acompanhasse em sua refeição.
- Diga – disse o rei se alimentando – por que ainda não tentou fugir?
- Para onde eu iria – ela respondeu sorrindo – não tenho mais para onde ir, nem mesmo família, e a pessoa que eu pensei que me amava me traiu, por que iria fugir, já que aqui tenho um teto, comida e roupa e o trabalho que me deram a fazer e bem tranquilo.
- E o que você acha de mim já que já passou algumas semanas em meu castelo?
- Sempre que escuto alguém falando de vossa majestade e sempre com respeito e admiração, nunca ouvi nada de ruim de vossa majestade.
- Muito bem – continua o rei - e do que você gostou do que pode ver em meu castelo?
- Seu jardim – responde rapidamente Frida.
- O que gostou nele?
- Ele e bem agradável, com várias flores que eu nunca vi, com fragrâncias que eu nunca senti, me faz sempre que eu estou nele sentir muita paz. A sim, e de sua biblioteca, a tantos livros que eu nunca imaginei existir, tantas histórias diferentes...
- Dos que você leu, qual você gostou até o momento?
- Das mil aventuras de Sirnra – diz a princesa empolgada – ele até o momento e meu livro predileto, tudo o que ele fez e passou e maravilhoso.
- Sim – diz o rei imortal sorrindo – ele também e um dos meus preferidos.
Assim os dois passaram não só esta noite, como varias noites conversando sobre assuntos diferentes, sobre seus dias ele contando sobre as rivalidades, brigas e intrigas dentro dos reinos e ela contando sobre livros e as coisas novas que ela descobrira no castelo e em seus arredores, de como todos estão sendo tão boa com ela por todo estes meses. Até que em uma certa noite a princesa descobre estar apaixonada pelo rei Imortal. Nesta noite ela vai até o aposento do rei levar sua refeição.
- Entre Frida – diz o rei sorrindo em afeição.
- Sim vossa majestade – diz Frida envergonhada.
- O que aconteceu Frida? – Pergunta o rei curioso
- Nada vossa majestade.
O rei Imortal se aproxima de Frida lentamente a pega nos braços e a joga na cama, e a beija, a princesa sente seu corpo ficar fraco com o gosto do beijo do rei, e ela o retribuiu com outro beijo.
- Diga – diz o rei Imortal – quem você ama?
- A você meu rei Imortal, apenas você!
O rei a beija ainda mais forte, a pegando ainda mais forte em seus braços, tão logo a princesa solta um suspiro sentindo o rei invadir seu peito com suas mãos, arrancando seu coração ainda batendo, e em seguida devorando ele a sua frente, rapidamente enquanto ela perde a consciência horrorizada desejando que isso nunca tivesse acontecido.
- Este e meu segredo de ser imortal princesa - Diz o rei rindo.
Frida acorda nua em uma estrada noturna e a sua frente ela observa três caminhos, ela rapidamente passa suas mãos por seu peito, onde percebe que seu coração ainda bate.
- A princesa – diz uma voz atrás dela – até que e bem linda nua, sempre imaginei como você era sem roupas!
- Quem – vira-se rápido a princesa – Poeta! como? O que houve? Eu ... eu morri?
- Olá – diz o Poeta – sim e não...
- Por que! Eu estou sem roupas?
- A sim – diz o poeta estralando os dedos e no corpo da princesa aparece um lindo vestido de cor esmeralda – pronto, assim acho que você se sentira melhor. Bem, não temos muito tempo, então serei breve, aqui onde nós estamos e a fronteira entre a vida e a morte, sim você morreu, mas como eu disse a você eu sou alguém que realiza desejo e você desejou algo diferente antes de morrer.
- Então você vai me mandar para o passado para eu mudar ele?
- Não, eu realizo desejos, não faço milagres
- E agora?
- Simples, a sua frente – aponta o Poeta – a três caminhos, o primeiro te levara para uma vida na qual você conquistara quase todos seus sonhos e desejos, terá centenas de amores, com várias decepções, mas poderá até mesmo a vir a ser uma rainha, o segundo caminho, e o caminho pela qual você vivera uma vida rica, com várias festas, com poucos amigos e rodeado de coisas boas, o terceiro e um caminho mais simples, onde você vivera uma vida tranquila com pessoas, amizades e amor verdadeiras, sendo o terceiro caminho o único que eu poderei lhe acompanhar. Então qual caminho ira seguir?
Frida respira fundo, e segue firme no caminho que ela escolheu...