O NEGÃO E A BRANQUINHA
Eram como dois pombinhos! Ao menos durante o namoro. O casal vivia rulhindo pelos cantos, como dois pombinhos enamorados pelos fios elétricos da cidade... Lindo! Era um beija-beija, um sarra-sarra fuderoso! Discretos na medida do tesão, mais sempre muito intenso! Um tal de pega aqui, Enfia o dedo ali, o negócio era de quente a fervendo, sempre!
Maaasss... diz o povo que namoro longo demais termina por perder o viço, e acaba morrendo na praia, porque o casal quando resolve casar, já tá todo enjoado um do outro, já no tempo de dá no pé, partir para outra, sair a francesa ou a "fuleragem" mesmo.
Foi mais ou menos isso, “porque quem ouviu e me contou, não pôde garantir” o que se deu com um casal lá por trás das serras que namorou... “Vixe Maria...” “Ômi”, tempo de fazer a primeira comunhão de um menino!
Diziam que a moça, era linda! De um corpão de fazer inveja a tudo e a todos. Tinha uns seios pequenos, porém proporcionais, lindamente redondos e roliços, um verdadeiro convite a uma deliciosa mamada! Seus cabelos, de um loiro de cegar a vista, batia na cintura, que ela sempre penteava, de forma contada, cerca de cem vezes de cada lado da espessa cabeleira, todos os dias.
O rosto da “Bella Donna” era de uma beleza singular. Seus olhos chamavam a atenção pelo brilho, uma coisa mágica e magnética, meio machadiano, lembrando a fome de vida existente no olhar de Capitú.
Seu amado, mais velho que ela pouca coisa, apenas o suficiente para saber um pouco mais das putarias da vida, só para saber o que fazer com uma bela mulher em seus braços na cama e não ficar feito menino novo punheteiro... Só sonhando...
Não demorou mais que o tempo regulamentar que se deve dar, quando se namora com uma moça cabaçuda, e cerca de três meses de sarros de rasgar a calça jeans de tão dura que a pica ficava e... comeu! Meteu a rola!
A verdade é que, foi uma tirada de cabaço com tantos cuidados, tanto amor, tanta paixão... Que, depois de alguns anos, quando a intimidade do casal apaixonado já misturava até as suas almas de amantes, ela confessou, delicadamente, com uma cara de safada estampada no rosto, que só lá pela terceira trepada no motel calango e só quando, seu amado a tratou como ela tanto sonhava, como uma rameira, uma mulher de zona, uma mulher da vida, uma puta mesmo, foi que gozou gostoso!
Acreditava ela que, por ter lido muitas revistas em quadrinhos de sexo durante sua infância escondido, foi ficando cada vez mais safada. Era uma revista mais safada que a outra, presente dado por um prestamista que vendia na região do Cariri e para agradar os pais da meninada, sempre dava uns gibis aqui e acolá... Deixa que para ela, ele dava era revistinha de sacanagem, doido que tava para desflorar aquela flor. O pai e a mãe, analfabetos também de pai e mão nem tinham ideia do que tava ali. Enfim, ela recebia a revista com cara de cínica e sempre escondida dos pais, corria para ler perto da parede do açúde onde botava o dedinho na xoxotinha de ralos pelos e bulinava seu grelinho... E assim foi se fazendo mulher... Ela ficando linda... O prestamista ficando feio... Ela se deliciando na siririca e sonhando... O prestamista se acabando na punheta, até que um dia viu ela, sentada na parede do açúde de pernas abertas, agora já adulta, com aquele bucetão cabeludo entre as pernas, deu uma sufocação no véio tarado e morreu, ali mesmo.
Foi assim, desse jeito. Agora, ela, para não dizer que era desalmada, foi depois do enterro a cova do véio, acocorou-se, deu uma mijada e deixou uma calcinha sua lá enterrada, pra ele levar pelo menos o gostinho da coisa...
Foi ai; aí sim! que ela veio a saber, a sentir, o que era um orgasmo. Porque até então, nem saber quando estava gozando ela sabia...
_”Foi bom demais!” Costuma dizer, quando lembrava da pombada que seu negrão lhe deu que a fez literalmente, arranhar as árvores que rodeavam o motel calando, no meio do mato, ladeado por duas Ubaranas gigantes, que deu pela primeira para ela sentir o que seria o tal do orgasmo... Que tanto suas amigas saídinhas falavam. Tão intenso, segundo ela, que a sensação era que estava se mijando toda, enquanto a rola do negrão entrava e saía de forma mecânica e frenética, coisa de nêgo!
Depois desta gozada histórica, a alto estima da galega, ex-cabaçuda, mudou duzentos e setenta graus, aquela moça pudica, casta, recatada...” _Já era menino!”, dizia o negrão de origem nordestina mas que havia morado no sudeste de país a muito anos e carregava um sotaque que nem era uma coisa nem outra.
Namoraram, sempre foram apaixonados, até que depois de conhecerem todos os belos lugares de suas cidades, de comerem em todos os bons restaurantes, freqüentarem shopping centers a vontade, irem a teatros, cimenas, festivais musicais e principalmente a muitos motéis, dos mais chic’s aos mais reeiras, este por sinal já depois de casados, a fim de quebrar a rotina, o que no máximo proporcionou uma bela risada pois o motel era considerado o melhor da cidade onde foram morar e na verdade não passava de um pardeeiro pulguento, com uma placa logo de cara dizendo: “ Não fazemos Vale...” uma referência ao fato de que não deixavam conta no prego, fiado, de grança enfim... O mais interessante foi que só deu tempo de dá uma rapidinha porque logo que a carne se satisfez houve um bleckout, que deixou o quarto todo no maior breu... A risada da situação era inevitável e foi a melhor parte!
Enfim casaram, aliás, já não era sem tempo, tiveram uma lua de mel e melaço daquelas! Numa cidadezinha de contos de fadas. Sabe aquela lua de mel perfeita, em tudo? Pois foi esta a lua de mel que este casal teve... Simplesmente mágica, o prenúncio da felicidade eterna.
No entanto, a vida imita a arte, ou será o contrário? É, como em um conto Rodriguiano, as coisas tomaram um rumos, no mínimo Freudianos...
No retorno da lua de mel, foram para sua maravilhosa casa, detalhadamente decorada com esmero por ambos, ou seja, um verdadeiro paraíso na terra, um ninho de amor!
Infelizmente, diz um ditado muito comum que depois de pôr o banbolê de otário no dedo que tudo muda em uma relação entre homem e mulher. Fato ou verdade, só saberá que um dia ousar casar...
Segundo diziam as bocas malditas da cidade, o casal era um exemplo de virtude. Todos os domingos, pontualmente a noite, o casal de apaixonados estavam sentados na primeira fileira de bancos da igreja para assistir a missa, aliás, uma missa ao velho estilo, longa, demorada e conduzida por um padre cujo as batinas, davam para esconder pelo menos meio dúzia de freiras, todas confeccionadas no vaticano, com uma cauda mais longa que cauda de noiva filha de coroné, com certeza, com mais de quinze metros e sempre conduzida por pelo menos quatro coroinhas, igualmente ricamente vestidos.
Depois, iam tomar um lanche nos lugares mais badalados da cidade, indo em seguida porá casa com o negão, já de rola pronta para uma deliciosa noite sexo e perversão... No entanto... Nada! “ Como assim nada?” O negrão bruchava? Batia catolé? Vai saber... Nunca saberemos... O fato é que percebia-se que o fogo do casal, aquela tremenda fogueira de São João já não passava de um fogo fátuo...
Depois de algum tempo, o negrão, como todo bom maladro nas artes do amor e percebendo que havia alguma coisa de diferente em sua branquela, resolveu perguntar diretamente o que estava ocorrendo e para sua surpresa, teve como resposta: _ Amor, é que a obrigação de me procurar a noite é do marido... O negrão não pôde acreditar no que estava ouvindo! Depois de anos de intensa intimidade, de cumplicidade amorosa, sentiu-se perdido em ver que sua amada esposa, uma dama na sociedade e uma messalina na cama, sonho de todo homem, havia tornado-se uma beata so século XVIII. “Assim era foda...” pensava o negrão toda noite quando tinha que aliviar as tensões esfolando o ganso, debaixo de um bom banho de água fria, gelada mesmo para poder aliviar a circulação sanguínea no falo preto.
Um dia, vendo que seu casamento estava por um fio, ouviu de um amigo um conselho: _ Cara! Deixa de procurar infelicidade a toa... casamento é assim mesmo! A gente casa e tudo muda, vira uma merda... A gente finge que ta tudo bem, arruma uma amante para nos fazer feliz e tocamos a vida, pô! Que tu quer mais poxa?!
Quero ser feliz, dizia o negrão, de certa forma quanse inocente... recusava-se a trair sua esposa. Recusava-se a acreditar que a dinâmica de um casamento teria que ser esta para se ter a felicidade... Não, não, não! Tinha que haver outra maneira de fazer ressurgir dentro de sua amada aquela esposa perfeita. Misto de amante, esposa e mãe.
O negrão, fiel a seus princípios, manteve-se fiel na base da oração e da punheta, “Deus perdoe a citação profana”... e tratou de caçar um meio de descobrir o que diabos havia ocorrido com sua esposa... Um amante? Não... Ela não era assim. Uma doença? Também não... Isso ela falaria para ele... Um catimbó, uma macumba, feita por alguma amiga invejosa ou por uma de suas raparigas das antigas decepcionadas pelo fato de ele ter casado! Era isso... na certa era feitiço!
Embora o negrão fosse católico, na entoca mantinha o costume de seus antigos ancestrais Mandinkas, que no Brasil ficaram conhecidos como negros mandingueiros, negros de origem muçulmana que embora monoteístas, praticavam ainda alguns rituais fetichistas que ao tempo do Brasil colônia, misturou-se ainda mais com o candomblé dos outros grupos étnicos africanos, com a pajelança indígena, de com o catolicismo português, gerando uma religião tipicamente brasileira a qual conhecia bem. A Umbanda sagrada, cujo alguns aprendizados, herdara de seus avós paternos cujo o, pé na senzala, ainda estavam bem vivos em seu sangue.
Em segredo, resolveu apelar para o campo do misticismo e resolveu consultar uma mãe de santo conhecida da cidade que segundo o povo dizia, fazia milagres no campo do amor. Diziam que ela recebia um preto-velho que tudo resolvia. Desde negócios emperrados até buceta fechada para balanço... O que era seu caso.
No dia reservado para a resolução de seu problema, levou o material pedido pela mãe de santo e ouviu dela que o “trava buceta” pela qual sua esposa estava passando era fruto de muita inveja do casal... “Uma resposta genérica na verdade, pensou...” Más, já tava lá mesmo com tudo na mão: Vela vermelha em forma de rola e buceta, maçãs, uvas, ervas de vários tipos, perfumes e tudo o mais que era preciso para quebrar a macumba de “trava buceta” feita para acabar o casamento do casal por pura inveja!
E pegue cantoria, fumaça de cachimbo, orações tão rápidas que eram inaudíveis, incensos, etc... De tal forma que em pouco tempo o negrão tava meio zonzo com aquele fuzuê todo. Finalizado o ritual, o negrão tava curioso sobre uma coisa: Se a macumba, o catimbó fora feito para acabar com seu casamento, porque tinha sido feito um “trava buceta” e não um “amolece rola”, para pegar nele? A resposta, vinda de um velho preto velho das encruzilhadas não poderia ser mais verdadeira: _ Mô fio, amolecer rola de nêgo, de gente nossa, né fácil não... e riu de forma discreta... O negrão ficou orgulhoso em saber que sua rola preta, delícia de sua branquela, não baixava nem a base de feitiço!
Foi para casa esperançoso de encontrar mudanças no comportamento de sua amada. Para sua surpresa, entrou em casa e encotrou todo escuro. Chamou por sua esposa e nada... Procurou pela casa inteira, e finalmente a achou com uma langerie preta, composta por uma calçinha fio dental socada no rego gostoso, mostrando toda aquela delícia, um sutiã meia taça, também negro, deixando a mostra um pouco do pico do seio rosado, coberto apenas por um fino babydoll que deixava aparecer através de suas transparências, o que o esperava. Percebeu ainda que no quarto estavam espalhadas pétalas de rosas vermelhas, havia ainda um balde de gelo com um champagne, algumas velas perfumadas espalhadas pela casa... Quando sua mulher olhou para ele, nada perguntou, foi logo se achegando, abrindo a braguilha do negrão que a esta altura parecia que tinha uma barra de aço dentro de suas calças pronta a pular para fora!
Amigos, o que seguiu-se a partir daqui foi um rala e rola, um bota aqui, bota ali, chupa aqui, chupa acolá... Uma noite de orgia das arábias... E melhor, com a única mulher que o negrão sempre amou! “ Menino...” Pensou o negrão, “Acho que baixou uma pomba gira, gira boceta nela, valha-me Deus!” E agora? Me lasquei, minha rola num vai agüentar... A noite passou, a esposa amada voltou a ser o que era e a felicidade voltou a casa e as calças do negrão...
E assim, entrou pela perna de um pinto, saiu pela perna de um pato e, é este o fato!