A Lua e o Mar
Conta certa lenda que ao despertar do dia,sonoro e belo canto ouvia-se ao longe . Era nostálgico e triste o cantar. Nesse instante, luz brilhante cortava o céu em direção ao mar.
O sibilo era mais que um trino. Era um cantar.
Por sobres as bagas, nas mornas areias viam-se minúsculas pedras a brilhar.
Na quietude desse instante,pequena brisa a soprar.
Quem por ali passasse,jurava sentir leve roçar.
Quando o luar se deitava pela praia, linda sombra se avistava a flutuar.
Tal imagem exalava doce perfume pelo ar.
Diz-se,no entanto, que somente pela madrugada, o sonoro trino estacava até o clarear.
Eram vistos vultos muito jovens a se amar.
Abraçados, em doce enlevo,avançavam em direção às brumas e por lá eram vistos a desaparecer.
Atônitos, pescadores cruzavam no rosto tenso, o sinal da cruz.
Marujos experientes juravam que haviam náufragos a resgatar.
Porém os corpos, como os encontrar?
Noite adentro o silêncio a reinar.
Diz a lenda,que nas noites densas, onde o nevoeiro era intenso, o mar agitava-se muito,mas muito mais.Nesta hora,imensa cauda se avistava levando consigo belo gajo ao fundo do mar.
Outros tantos diziam,no entanto que era a Lua que beijava o mar.
Depois de a tudo escutar, estou aqui a meditar:
..."os tais Amantes seriam o marujo e a sereia ,ou a Lua e o mar?
E os tais marujos não teriam medo de naquelas águas navegar?"