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Abriu as comportas do tempo. Repassou as páginas do álbum de família e penetrou  na história de seus antepassados. Nesta viagem ao fantástico mundo desconhecido, viu vales e cidades que não existem. Alma e poesia gravadas na bandeira do  poeta: ‘Paisagem espiritualizada, musgo aveludado  na base da colina e nas raízes das orquídeas. Não teve desgosto algum. Encolheu as pernas. Dobrou-se na barriga da mãe como se fosse  ‘o  Mozart da poesia’. Tinha vinte  anos, mas não agora.
—Pode um homem   voltar ao ventre de sua mãe e nascer de novo?

— No mundo espiritual pode. No ficcional também. Basta olhar para dentro de si mesmo. Tornar-se lua em quarto crescente, e quando  estiver totalmente voltada para o Sol, o coração estará cheio de luz. O mistério faz  parte da viagem ao invisível, onde acontece o  encontro da ficção com a realidade, do natural com o sobrenatural.

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Adalbertto Lima  - Estrada sem fim...
Imagem: Internet