O Necromante - Introdução

Este texto faz parte do livro que venho trabalhando.

É a introdução de toda a trama, foi feito no intuito de despertar a curiosidade no leitor.

Por favor comentem, bem ou mal, opiniões são sempre bem vindas.

Obs: desculpe os erros que passaram despercebidos..

Boa leitura!

X. X. X. X. X

Tudo que consigo ver são tijolos de pedra, tanto no chão quanto nas paredes e no teto. Não sei se são cinza ou foi a escuridão que os tingiu dessa cor. Venho seguindo um vulto, ou o barulho de seus passos, por um longo período. Perdi a noção de quanto tempo estamos correndo através destes corredores úmidos e estreitos. Não podemos iluminar o caminho, já que 'Devoradores de luz' estão por todo lado. O maldito Necromante foi sagaz em manda-los aqui. Sem iluminação é impossível se localizar no labirinto.

O grupo seguia em fila, estavam presos um ao outro por uma corda, na ponta o líder. Apesar das adversidades, ele movia-se rapidamente como se visse claramente aonde estava. Para nossa sorte ele conhecia cada tijolo desses túneis pelo nome.

Não consigo precisar quantos somos agora. Ocasionalmente escuto barulho de combate a frente, no entanto nunca sei se foi um aliado ou um inimigo que caiu. Desde que entramos nesse caminho não tenho certeza de nada. Por mais de uma vez me peguei desesperado para sair desta escuridão devoradora, no entanto minha própria voz me lembra, "Oque está em jogo aqui é muito mais importante para você, que para eles."

A fila parou abruptamente quando ouviram o comando do líder. Alguns só entenderam a ordem quando se chocaram com o corpo imóvel a frente. Produzindo um som terrivelmente alto para o silêncio do local. Um rugido distante confirmou oque todos temiam. Eles ouviram. Os guerreiros sacaram suas espadas e escudos, enquanto os urros dos inimigos se multiplicavam por todos os lados. Avancei e com dificuldade, consegui distinguir a silhueta do líder tateando a parede. Suas mãos iam e vinham em cada fileira de tijolos. Alguém o apressou, quando um rugido atravessou o corredor, seguido de passos acelerados. A tensão tomou conta do grupo. Era impossível prever o lado que os inimigos vinham, ou mesmo se vinham dos dois lados. O clérigo sacou seu cajado, um guerreiro murmurava uma técnica. O líder pediu ajuda. Ele empurrava a parede, parecia algo desesperado de se fazer. O som dos passos ia aumentando rapidamente, os gritos e urros das criaturas deixavam claro, agora que viam dos dois lados. Com a ajuda de dois homens a parede cedeu. Os demais entenderam e ajudaram a empurrar. Abriu-se uma passagem ainda mais escura. Com um puxão na corda o líder guiou todos para dentro.

"Oque está em jogo aqui é muito mais importante para você, que para eles." Mais uma vez minha voz me deteve. Por um momento não tive certeza que ainda estava com o grupo, já que além de não ver, agora também não ouvia nada. Nem urros, nem passos. Até que travas se fecharam a minhas costas e, depois de um sussurro, uma pequena luz verde se fez em meio ao breu. Ela rodeava o líder.

- Esta área é segura. A sala é selada por magia e somente minha família conhece seu segredo. - O líder falava com a voz resoluta. Seu nome era Gardiel Rolegar. - Estamos próximos do nosso objetivo, por outro lado, não podemos enfrenta-lo assim. - Olhou um por um antes de concluir. - Temos que descansar!

Algumas vozes se levantaram contra, mas logo até os mais orgulhosos foram obrigados a admitir que seria impossível lutar contra um inimigo tão poderoso nas condições atuais. Todos estavam cansados demais e alguns ainda precisavam de atendimento. Para o meu contentamento, um a um todos cederam.

A partir de agora nada pode dar errado, falta pouco para que tudo se acabe. Jamais me senti assim antes.

Depois de vagar por tantos anos, acompanhar milhares de vidas do início ao fim, vivenciar tantos momentos alheios. Desde o simples despertar de cada manhã até grandes conquistas. Me vejo agora ansiando por um momento meu. É quase inacreditável imaginar que algo acontecerá comigo. Ainda mais por ser tudo que eu sempre almejei. O fim da minha existência.

Não consigo me lembrar a última vez que me senti tão empolgado como agora.

O grupo de guerreiros foi relaxando aos poucos. Se desarmaram e tomaram lugar na área recém descoberta. Cada um no seu canto, formando seus próprios grupos. O clérigo cuidava dos necessitados, enquanto todos conversavam sobre os últimos acontecimentos. Sobre as dificuldades que passaram, as derrotas e as vitórias que lhes trouxeram até aqui.

Oque talvez, nem eles saibam é que houve fatos precisos que desencadearam uma série de acontecimentos, por vezes inesperados, que somados à ajuda do acaso e um pouco de sorte. Causaram toda essa situação atual. Sem isso o Necromante jamais seria desafiado. E mesmo com alguns infortúnios, no final tudo conspirou ao meu favor. Até agora.

Marlon A A Souza
Enviado por Marlon A A Souza em 15/11/2016
Reeditado em 21/01/2017
Código do texto: T5824220
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