Cadê você Inspiração?

Hoje

Procurei-te, e não a encontrei,

Porque partiste oh amada Inspiração?!

Não deixaste sequer um recado,

Sinto-me desamparado,

O que será de mim?

Embora triste demais

Atirei-me feito uma flecha, em meio à noite escura,

E de você fui atrás.

Pensei:

Devo estar sonhando,

Ela só pode estar brincando comigo,

Somos mais que amigos, porquanto sem ela eu não

Vivo.

Pois bem, brinquemos de esconder.

Quem sabe no alvorecer

Eu a encontre.

Brinquei, sonhei. Procurei, voei...

Até atingir os céus.

Nas estrelas você não estava, tampouco, escondida na lua,

E o radar do meu coração não te avistou,

Que tristeza...

Então, peguei carona num cometa e para terra retornei,

No entanto, não me cansei,

Segui viagem e, tornei a te procurar.

Foi então que me lembrei, das vezes que contigo brinquei,

A beira do rio, tão doce e de águas cristalinas,

Lugar de tantos poemas,

Tantas rimas.

Quantas vezes abri-me pra você...

Ó doce Inspiração, onde está você?

No instante da quarta vigília da noite, o sono me alcançou,

Prostrei-me, adormeci.

Dormi, sonhei...

Acordei com a alvorada e, por mim, alguém chamava.

Era você! Tão majestosa e singela,

Pegou-me pelas mãos e,

Levantou-me.

Tão logo a indaguei: porque me abandonou?

Ela, a Inspiração, tão singela, assim falou:

“Quando o vi desesperado a me procurar, senti o teu coração

Poetizar; não resisti... precisei voltar”.

Assim é a vida do poeta, por vezes

Sonhador.

Caminha regando de emoção

Os jardins românticos da poesia e da inspiração.

Sei

Que esse enlace matrimonial não é eterno,

Contudo, enquanto perdurar; assim será:

Inspiração e poeta: amor que não cessa.

Dilo Ormund
Enviado por Dilo Ormund em 04/11/2016
Código do texto: T5812993
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