Um encontro sobre a felicidade
No encontro havia uns cinco. Cada um de uma parte. Cada um com uma posição distinta. A conversa era para definir a felicidade. Eu era apenas um espectador. O primeiro deles tinha a alma jovem e festeira. Disse que a felicidade tinha qualquer coisa ligada a beber e ser feliz. Eu não prestei muita atenção devido à falta de afinidade com o ponto de vista. Outro membro do grupo se pôs a falar das diferenças conceituais entre alegria e felicidade. Disse preferir a primeira à segunda por se tratar de um atributo duradouro, não efêmero. Um apaixonado se mostrou apaixonado e destinou a felicidade por esse caminho apaixonado. A conversa ia por um viés relativamente comum. Até que eu me peguei admirando um artefato mais do que curioso nas mãos de uma garota que se mantinha atenta, aguardando a sua vez. Era uma espécie de chicote com belíssimos ornamentos que eu pensei serem feitos em alguma tribo indígena. Sua base era trabalhada com figuras em alto relevo de animais como ursos e águias em pleno ataque. O trançado trazia inscrições que não consegui definir a que parte do mundo pertencia. Finalmente a dona do objeto estendeu as mãos e o expôs para os demais. Em seguida ela disse que sua definição de felicidade estava naquela peça. Para ela e para o seu povo é com aquilo que se açoita o céu; a fim de rearranjar as estrelas e modificar o futuro.