Era uma vez "Canudos"
É possível ainda afirmar que a Terra é uma descrição detalhada.
E possivelmente ainda não acabada.
No entanto, ela consegue mostrar todas as características de um lugar.
A sua paisagem.
A sua natureza.
O seu relevo.
O seu clima.
E o seu período de secas.
É justamente em meio a tudo isto que surge a figura do homem.
Um ser "inteligente".
O homem é o habitante do lugar.
O homem tem uma relação com o meio.
O homem tem uma grande relação com todas as características do lugar.
Em tempos de grandes secas.
O homem não foge da terra.
Ele não tem medo.
A seca não o apavora.
No entanto, cresce o tormento.
Emolduram-se cenários tremendos.
Alimentam-se a esperança de uma resistência impossível.
É justamente nesta relação com o meio agreste que surge a figura de Antônio.
Um grande líder.
Um curandeiro.
Um profeta.
Um grande conhecedor.
Um “messias” do sertão.
Surge a luta.
Pela manutenção da terra.
Luta pela manutenção do lugar.
Pelo direito de trabalhar.
Luta pelo direito de viver no lugar.
Esta é a luta descrita pelo próprio líder.
Neste cenário cria-se um retrato real.
Pessoas que são testemunhas da fome.
Da peste.
Testemunhas da violência.
Da insanidade de uma guerra.
Testemunhas vivas de um absurdo.
De um massacre que começou por um motivo tolo.
Um massacre violento.
Todos estavam errados.
Não houve vencedor.
Todos perderam.
Ainda contam suas vitimas.
O lado mais fraco resistiu até o fim com seus derradeiros defensores...