Andorinha fez verão
Era uma vez uma andorinha
Que só queria viver (a sua verdade)
E ter livre escolha
Mas disseram-lhe
Que andorinha não faz verão
E que para tal
Ela precisaria de um "galo"
Ao seu lado
Para sentir-se plena e "protegida"
Mas como a andorinha
Não nasceu para ser "galinha"
Seguiu sua causa
Abraçando sua solidão
Em meio a muito sonho
E muito "chão"
Mas durante o caminho
Apaixonou-se por Calafate
Solitário pássaro
Que seguia em seu voo inigualável
Uma liberdade inquestionável
A cada encontro
Por céus de várias cores
Faziam o verão acontecer
Sem jaulas e presas
E nem gaiolas da certeza
Livres como vento
Andorinha e seu companheiro viviam
Seus mundos difusos
Não foram fronteiras
Para o verdadeiro sentimento
Andorinha deixando suas taças
Fez das asas seu (re)nascimento
Calafate com sua destreza
Entoava seu canto firme a cada voo
Proferindo fortaleza
Andorinha e Calafate
Deslumbramento mútuo em suas liberdades
Descobriram o êxtase do amor em toda a sua superioridade
Sem abandonar as suas verdades