Grandes esperanças.

Eu já disse certa vez que sai da minha pequena cidade.

Sai em busca de um sonho.

Vivia situações difíceis.

Eu precisava dar um rumo à minha vida.

Eu precisava dar um sentido à vida.

Imagine sair de uma cidade pequena para uma cidade grande.

É claro, o meio de transporte mais viável era o trem.

Exatamente foi isso mesmo o que aconteceu.

Estava decidido, eu viria de trem para São Paulo.

Tomei o trem dás cinco horas.

A previsão de chegada a "cidade grande" era por volta dás seis horas da manhã do dia seguinte.

Ou seja, considerando as diversas paradas o tempo gasto seria de mais de doze horas.

Pensa, doze horas dentro de um vagão de trem de segunda classe.

Se bem que, tinha a primeira classe e as cabines com um custo além das minhas possibilidades.

Bem, esta diferença de "acomodações" na viagem não mudava o tempo gasto.

Há quem diga que essas acomodações de primeira classe eram bem mais aconchegantes, mais limpos, bancos individuais com travesseiro, lençóis e cobertores e tinha até um restaurante que servia café, almoço e jantar.

Era um luxo para quem podia pagar os altos custos da viagem.

Não era o meu caso.

Eu estava saindo da minha pequena cidade em situações adversas e não tinha as mínimas condições de dispor destes luxos.

A situação não permitia.

Mas, vamos a viagem.

Depois de inúmeras cidades e uma enorme distância já percorrida o trem estava chegando a Jundiaí.

Naquela época uma grande referencia era a cidade de Jundiaí pela sua proximidade com São Paulo.

O trem estava atrasado.

Ele chegou em Jundiaí por volta dás cinco e meia da manhã.

Estava uma manhã cheia de neblina.

Mal podia se definir os traços da estação onde o trem estava parado.

Fazia um frio intenso.

Naquela época realmente fazia muito frio por aqui.

Depois de meia hora parado o trem iniciara o ultimo percurso.

Mais uma vez o apito do trem anunciava a partida!

Agora já era possível avistar as cidades da Grande São Paulo.

Depois de um certo tempo chegamos a Estação da Luz...