OS SONHOS

OS SONHOS

Num País como o nosso onde existe uma taxa de analfabetismo, onde numa cidade com o Lisboa e Setúbal e Almada onde a cultura predomina, no entanto, as tertúlias e os encontros de Poesia, eram muitos e vários.

Nas tertúlias eram nos cafés que faziam, ai onde tudo que era de cultura por exemplo cinema, teatro, música, belas artes, Literatura, recitais de Poesia, o Tomás, que era apaixonado pela Poesia, vivia do seu trabalho e não do que mais gostava, que era o seu talento como Poeta, mas certa altura, em Lisboa na rua da Liberdade num, café onde se faziam tertúlias ou na Biblioteca municipal de Lisboa, no Palácio das Galveias, ou nos outros sítios de Lisboa,

Portanto, fazia-se muitos eventuais, dava –se prémios a quem realmente era muito bom, e muitos dos concorrentes ficavam para trás. Entretanto, a literatura no caso de Tomás, vivia com muito desgosto, por viver duma arte que não gostava. Assim se vivia em Lisboa numa vida muito difícil e não era nada fácil dedicar-se apenas só a literatura, porque neste País só na base do lucro é que se podia viver. Mas neste contexto politico e cultural e filosófico,

O Tomás, lá ia para as suas tertúlias e lá concorria a prémios de poesia, lançava os seus livros de poesia, mas vendia aos seus amigos e conhecidos e o resto eram as livrarias do País que os vendia, e outra parte ia para as Bibliotecas de vários sítios.

No entanto, o Tomás se encontrou com o Fernando e trocaram ideias sobre muitas coisas entre elas a literatura.

Num caso destes num País muito pouco desenvolvido que é muito difícil de se viver do que se gosta,

Entretanto, numa cidade de cidade de Lisboa, o Tomás compreendeu muito bem, que numa cidade como Lisboa, que há muitos eventos culturais, do que em qualquer cidade do País, que numa vida de sonhos isso só aparece nos sonhos, porque na realidade não é bem assim,

então um amigo ouviu o seu poeta a falar como se isto fosse verdade. E fez lhe ver que há escritores que não vivem da Literatura, que muitos deles têm que se ocupar doutras ocupações, porque num País pouco desenvolvido intelectualmente e culturalmente, onde o analfabetismo é o maior em todo o País Capitalista Europeu, onde a maior percentagem dos portugueses não sabem ler e outra maior parte não lêem e nem se interessam pela Cultura, isto é um analfabetismo completo, como é que podem viver os escritores intelectuais neste País? Como? Se durante os quarenta e oito anos viveu-se no obscurantismo e ainda agora se vive. Ela fez ver isto ao Tomás.

E o Tomás como uma pessoa inteligente concordou logo, mas também lhe fez ver outras coisas a ela. Por exemplo fez-lhe ver que quando governou o País, Salazar e a seguir Marcelo, o País queria que a maior parte dum povo fosse ignorante e portanto como Salazar foi um ditador, um tirano, o governo fez sempre o que o tirano quis e ainda mais assim o povo não tinha a liberdade de se instruir educar, cultivar-se e ainda mais não podia alfabetizar-se, nem andar nos ensinos, porque não tinha liberdade para isso, quanto mais para cultivar-se, isto no tempo de Salazar e de Caetano. O Povo na maior das vezes, desde criança era logo explorado e não tinha hipótese de estudar, primeiro, porque os estudos eram muito caros, segundo porque os seus pais não tinham posses para pôr seus filhos a estudar, era essa liberdade que não tinham, porque viviam como escravos e debaixo duma exploração que o Salazar e o Caetano defendiam, é por isso que só uma minoria é que era culta e que podia entrar nas escolas, nos liceus, nos colégios, nas casas de ensino particulares e nas Faculdades-Universades-Ensino Superior e a maior parte nem dinheiro tinham para comer, quanto mais para estudarem, portanto nesse tempo muito poucas pessoas sabiam ler. A maior parte era incultas e analfabetas e estúpidas na nascença, mas sim por condição. Foi por isso que o nosso País foi o mais atrasado do Mundo e atrasou-se culturalmente, intelectualmente à custa de Salazar e Caetano. Foi essa a causa que Tomás fez ver à sua mulher, porque existiu analfabetismo, por causa dum regime opressor, tirano, e ditador que favorece a Burguesia e o Capitalismo.

Logo sua Mulher viu isso e concordou.

Discutiram sobre diversos problemas, dos custos dum livro, do preço duma editora, da tiragem, se tinha muita venda ou não.

Então Tomás, foi logo pronto para ela e beijou-a.

Como dois namorados foram um casal feliz, entenderam-se muito bem. Embora tenham alguns problemas um com outro, mas coisas sem importância.

Conversaram animadamente que durou para as tantas. Ele já com a intenção de ser um adido cultural.

E foi assim que ambos chegaram a um acordo final, num diálogo perseverante, inteligente e capaz de produzir interesse.

Tomás como um escritor, é um intelectual e tem umas mãos de cera, como um sábio usa óculos de pena, mas tem uns olhos inteligentes como azeitonas da cor do carvão que cristaliza o seu pensamento de fogo como asas de vento.

Tomás sonhou em ser um escritor e foi, mas só em sonhos, escreve o autor ironicamente. O Tomás ouve de outra Quinta uma sineta a tocar para chamar o pessoal, tlim dlão, e ai vê Tomás que deve ser horas ou do pequeno-almoço, ou de almoço, ou do jantar, e o tempo vai passando tão depressa, quando Tomás está recriando personagens para os seus contos. Tomás se levanta às oito e meia da manhã, veste-se, lava a cara, penteia-se, lava os dentes, toma o pequeno-almoço, senta-se numa cadeira e escreve os seus contos e os seus poemas. O Tomás não desvia poemas dos outros. Mas o seu jardim ri de contente e de alegria.

O seu coração é tão doce como amargo. Ele continua a sonhar. E sabe convencer a gente duma maneira com os seus sonhos. Porque os escritores vivem mais dos sonhos do que as realidades Ele acredita nos Sonhos e os Sonhos só são ilusões da vida. E como diz o Poeta. “ Que o Sonho é uma constante da vida”.

Ele continua a sonhar. E quem é que não sonha? Se sonhar faz parte da vida. O sonho do Tomás são largos amargos ilusões da vida, como sonho doce dourado, mas não realizado e desfeito. Se alguém só vive dos sonhos nunca encontrará a realidade, não é verdade? Porque não sonhar? sonhar, se do azar o Mundo vive. Um certo dia, o sujeito viveu dos Sonhos, e o que aconteceu? Só desilusões, e sabem porquê? Porque ele pô-se a pensar toda a vida na morte da bezerra e o que aconteceu foi o mais inesperado dia, vejam lá, Ele sonhava em casar com a sua mãe e sonhava mais … que até quando acordou viu isso era uma bobagem, e sabem porquê? Porque ele sonhou que estava a casar com a sua mãe e foram muitos felizes e tiveram um filho, mas afinal quando acordou viu que não era verdade, que isso não tinha acontecido, o que encontrou foi que sua mãe está casada com seu pai, mas isto, ainda não era nada, Sonhou que estava a fazer relações sexuais e amor com sua mãe e sabem mais ainda acordou com a cama toda molhada, mas o pior é que os Sonhos não se transformam na realidade e ele teve que mentir à sua mãe, dizendo que estava a sonhar com uma mulher que ele gostava que fosse sua esposa.

Mas o bonito é que quem vive dos Sonhos sai o tiro pela culatra.

Ora esse sujeito, toda a vida viveu frustrado, porque só sonhava com coisas impossíveis.

Agora meus amigos, não acham que isto é uma anedota e se é anedota tem que ser cômica, ora no caso deste sujeito, ele sonhou com coisa ridículas e portanto ridiculizou-se. Com esta história quero simbolizar muitos sonhos, e dos sonhos é que vive o homem, ora o sujeito ficou aqui nesta anedota ridicularizando que até fez rir esta anedota, com isto

o Tomás quis dar exemplo que nem todos os Sonhos podem ser realizados e concretizados.

Laura como uma intelectual inteligente, tem umas mãos de luvas e inteligência de vidro, como um cigarro pensativo, ela é a própria a criar um estilo de vida. A Laura tem cabelos de prata e olhos azuis. Veste-se de cambraia fina e de saias de xadrez e de sapatos altos, bonita, jeitosa e elegante e transa com o seu corpo. Usa meias de platina. É muito calma, é interessante. Veste-se bem e tem bom gosto, é muito compreensiva.

Tomás é sóbrio. Laura é mulher que não se encontra no mercado, “ tão linda que o Mundo que espanta”. “É mais branca que a neve pura”, “ é formosa e chove nela graça tanta, que dá graça à formosura”. É muito bela, é belíssima e sexual e sensual e ainda mais é sexy.

É forte. É superior a todas as coisas. Laura é uma mulher que todo o homem sonha, que gostava de ter e que é muito desejada pelos homens.

Tomás é culto, inteligente, intelectual, esperto, calmo, sossegado, sadio, escritor, poeta, contista, sagaz, fugaz, perspicaz, interessante, másculo, forte, superior a todas as coisas, vivo. Tomás tem mãos de cera, olhos inteligentes da cor das azeitonas como o carvão. Usa óculos de pena, os seus cabelos de carvão acastanhado que cristaliza o seu pensamento de fogo, como asas de vento. Veste-se de camisa de vidro, camisola da cor do céu, gravata de sangue e alvo. Casaco de Raposa, tem calças como as cores do céu e outras de carvão, calça-se meias de rubi e sapatos de abade.

É também muito compreensivo e generoso. Robusto. Capaz de conversar com toda a gente. É fascinante.

Por dentro ninguém o conheceu, só por fora. É uma pessoa de fazer feliz toda a gente.

Tomás sonha muito alto. Sonha alto de mais e quer ir mais longe. Ele pensa que consegue realizar o sonho. Nunca se sabe. Às vezes …

Tomás é uma pessoa realizada, alcançou mais do que a nossa vista. Consagrou-se como escritor. Ele ama a arte de escrever e sonha com ela.

Quando um artista alcança mais do que a nossa vista. Isso já ultrapassar o Sonho. E se sonhar é forma da vida e de viver, porque sem se sonhar não se pode viver.

Ora Tomás pensa … Ser um grande … que já é, mas que vai ser ainda …

E Laura? (Laura é mais realista como escritora, contenta-se com o que é). Mas o Tomás é muito …

e quer subir mais … e porquê…? Laura como uma pessoa mais inteligente do que o marido, não tem ambições pessoais. Laura diz ao marido, para não sonhar tão alto. Avisa-o para ele não cair na desilusão e decepcionar-se. Porque ela é mais realista e vê as coisas doutra maneira. Diz ela: Que ser escritor famoso como ele, já é muito bom, para que quer ser mais ainda?! Ela conversa com ele como amiga e sua mulher. Mas Tomás ouve atentamente a sua esposa e continua a sonhar ainda mais alto. Ela recomenda-lhe calma para depois não dar trambolhões, isto é para se amiga dele.

No entanto ele não desiste de sonhar. É um Sonhador. Ele sonha muito, muito que até encontrou o paraíso a um País como ele queria e desejava e mais ainda que até encontrou o sonho realizado e a sua casa a abraçar-lhe de contente e de alegria.

Mas Laura procura ajudar a resolver a situação do seu marido, como um pai procura ajudar o seu filho. Mas Tomás pensativo, começa a colaborar com ela, como um aluno que colabora com o professor numa manhã de seda quando o sol se ri de contente e com uma amarga ironia, a lua sorri, mas ironizando a sentira, a lua diz assim: que dia tão triste! Isto até parece um paraíso, não é verdade?! E nessa alegria ócio, os cães, as galinhas, os coelhos, as vacas, os bois e os vitelos, falam para os campos verdes com, alegria, dizendo: Que Sol tão doiradoiro.

------ Ó campos, sabes o que eu penso? ------ Perguntou o cão, como um sol que fala.

----- Respondeu-lhe os campos ---- nós campos sabemos que tu pensas, que és um escravo dos Patrões, como a chuva fala.

E num repente, diz-lhe também as galinhas ---- Tu não dás ovos como nós damos, não é verdade?

E os campos respondem: ----- Claro que não, mas o que é que vocês querem?

---- Nada! ---- Respondem as galinhas.

----- Então calai-vos! --- Respondem os campos.

Mas aparecem os coelhos que também querem falar.

------ Vocês já viram que vocês nos dão cenouras, couves, para nós roermos! ---- Respondem os coelhos uníssono, como um livro a falar. E não é que as vacas também querem ter o direito de falar.

------ Nós damos leite, para fazer natas, para as crianças e os adultos tomarem, do nosso leite se faz manteiga e queijo e vocês campos, o que dão? ----- Respondem as vacas e perguntam, como um relógio fala para a mão.

----- Responde peremptoriamente os campos. ----- Nós damos leite, mas se não formos nós, vocês não eram nada, nem leite dava, e vocês não podiam trabalhar!

E porque razão os bois querem dizer alguma coisa.

----- Ouvem lá, campos, não são só vocês, que ajudam a viver a Vaca, e nós também, dou a cria, e sendo assim faço que a minha mulher dê leite! --- Respondem os bois aflitos, como uma porta fala para a janela.

E os vitelos?

----- Nós vitelos queremos dar a nossa opinião para os campos! ----- Respondem os vitelos! ---- Queremos dizer que nós damos carne para as pessoas comerem, e ainda mais as nossas mães também contribuem, assim como todo o Mundo deve contribuir!

----- Estais com razão, vitelos, damos o nosso acordo! --- Respondem os campos.

E continuando o conto, Tomás vira-se para a Laura e dá-lhe um grande beijo, assim como as abelhas beijam as flores, como as flores beijam a terra.

E a Laura toda entusiasmada leva-o para a cama, despe-o e fazem amor, como se a vida fosse um mar de rosas. Tomás engoliu um copo, mas foi num trago e sua mulher viu, os automóveis, os aviões, os bondes, as pessoas e as flores a passearem tranquilamente, num só dia que lhe dão alegria nesta montanha da realidade. E a doce vida é tão amarga como fel, dizia o Tomás. A vida é um Sonho cor-de-rosa, senão um mar cor-de-rosas e ainda mais a vida é um sonho dourado, onde não há miséria e fome! ---- Diz o Tomás.

--- Quem desviar a verdade ao Tomás? --- Perguntou o autor.

Mas o Tomás pensa desta maneira, que a vida é um inferno para toda a gente em geral, mesmo para os ricos e os pobres.

É preciso sonhar para se viver e sonhar cada vez mais num Mundo do Sonho, da ficção e da ilusão, imaginário, do artista e intelectual como novelas e romances encantados. (1).

Laura …. Vê o Mundo … doutra forma como uma …, e portanto ela é, como pensa na… Procura, encontra a … para descobrir a… dentro dum … Melhor.

Laura, Tomás, os cães, as galinhas, os coelhos, as vacas, os bois, os vitelos dão um abraço ao sonho da vida.

Mas a Laura e o Tomás, e os cães e as galinhas e os coelhos e as vacas e os bois e os vitelos, cantam uma canção de amor e Paz.

Tomás vive alegre num Mundo triste, diz o autor. Mas a Laura mata de saudades como dá vida à realidade.

---- Diz o Tomás, Invocando as Ninfas ---- Tu, Ninfas que me dás tanta inspiração de ser um escritor.

Quem conhece a verdade, vivendo no sonho ou só do Sonho.

Às oito e meia, o conto é aborrecido às nove, já menos aborrecido, ás nove e meia, agradável, as 10 h, interessante, ás 10.30 h apaixonante, ás 11 h, interessantíssimo 11.30, emocionante e vice-versa.

Mas na realidade isto é só tudo um sonho, porque na realidade o Tomás não existe, não é formado em curso nenhum e quando o autor acordou no seu sonho, descobriu, que não era nada, daquilo que só se passou tudo um sonho e mais nada, esse Tomás é o autor Fernando Rodrigo Martins, que na realidade, nem se quer casado e tem filhos, é um pobre homem que vive dos sonhos e sonhou ser escritor e quando acordou, viu que não era a personagem do seu conto, nem que era casado com a segunda personagem do seu conto, o autor é uma pessoa qualquer e não é importante.

Tomás e a Laura só existem neste conto, não existem na Realidade, e como o conto se Chama Sonhos, aí está a imagem do autor.

DE FERNANDO RODRIGO MARTINS

PSEUDÔNIMO DE LUÍS COSTA

DE SEU NOME COMPLETO Antônio Luís de Meireles Campos Costa

LAMEGO, 17 DE Janeiro de 1974

TÓLU
Enviado por TÓLU em 22/12/2015
Reeditado em 10/07/2016
Código do texto: T5487851
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