Crônicas do Trono Abandonado - Capitulo 1

Capitulo 1: Portão da Floresta - Irmãos de Luta

- Por que fui sair de casa?

A paisagem era exageradamente verde. Arbustos, do tamanho de um anão, arvores gigantescas que fariam qualquer um se perguntar sobre o mito dos Entes. Riscando o verde apenas o marrom dos troncos das arvores e de um inocente cervo. A bela criatura se continha a mordiscar a ervas que se espalhavam ao redor do floresta. As orelhas se eriçaram, uma previsão do seu futuro terrível. O som afiado, como o som arrepiante de uma rajada de vento passando pelas fendas da porta. Num instante depois o animal estava no chão, imóvel, com uma flecha atravessando o seu pescoço.

- Peguei um! - Anunciou o jovem arqueiro

Se aproximando do animal, sua arma ainda em mãos. A respiração ofegante do caçador se misturava aos últimos suspiros ofegantes da presa. Não havia resistência do animal, no seu olhar apenas a confusão e a aceitação do seu destino. Agora ajoelhado, arco no chão, mão de encontro com a criatura, num movimento de pena e gentileza. Com uma estocada rápida de sua faca na garganta do animal o caçador acabou com o sofrimento da presa, que fechando seus olhos descansou pra sempre.

- O que você conseguiu Quilian? - Questionou o companheiro aparecendo da mata com um sorriso contente

- Um cervo...

- Esse demorou um bocado, mas valeu a pena. Esse é dos grandes.

- Comida demais pra carregarmos. Vamos armar acampamento aqui perto, assim podemos comer parte agora e levar o resto. Deve ser o bastante até chegarmos lá.

- É um bom plano- disse o jovem jogando sua bolsa no chão.

- Não aqui, Ricardo! Mais atrás tem uma boa clareira - Quilian impacientemente vociferou.

- Tá, tá bom - Ricardo arrastou sua bolsa até o lugar mencionado

Ricardo, utilizava uma armadura completa, placas de aço cobriam seu peito, ombros e pernas. Na sua mão carregava uma pesada lança, a arma de um soldado, na sua cintura uma espada, seu cabo dourado incrustado com uma gema azul que poderia se passar por uma safira. Na costas o escudo azul com a águia dourada, símbolo da ordem do Sentinelas. Quilian em contraste vestia uma armadura de couro, e por cima um casaco encapuzado de pano verde. À longas distancias seria muito fácil perdê-lo na floresta, suas armas não eram impressionantes, seu longo arco era feito de teixo e livre de adornos, nas suas costas sua espada, comprada de um desertor da guarda élfica, e sinceramente não era testada em um luta a anos.

O caçador arrastou a presa abatida, seu peso era tanto que o melhor que podia fazer puxar a carcaça pelas patas traseiras, deixando uma marca marrom pelo caminho. Ricardo estava ocupado formando uma fogueira, um pilha de folhas secas dentro de um quadrado perfeito de galhos encontrados no local.

- Se tivesse esperado um pouco eu ia te ajudar com isso - disso Ricardo enquanto se companheiro deixava o animal abatido ao lado da sua futura fogueira.

- Não precisava, eu dei conta- disse Quilian com desgosto, sentando-se em volta da pilha de galhos

O arqueiro era um homem de 21 anos, de cabelos compridos quase alcançando seu ombros. Era maior que a maioria das pessoas e esbelto seu companheiro tinha 23 e era mais alto e mais forte, com cabelo comportado e curto em um típico corte militar.

- Olha eu entendo o stresse...- Ricardo começou como se pedisse perdão. - Nós estamos andando a dias nessa floresta, mas fica calmo já estamos chegando.

- Eu sei...- Quilian respondeu abandonando seu tom hostil - Só penso que talvez devesse ter ficado onde eu estava.

-Olha...- Lançando um olhar de pena ao seu companheiro - Aquilo não foi sua culpa, e já se passaram anos. Você tem de superar isso

-Eu sei, eu sei...- respondeu levemente irritado

- Obrigado por ter vindo- disse Ricardo sorrindo

-Alguém precisava tomar conta de você- Quilian lançou um sorriso maldoso

Gargalhando Ricardo, gerou uma fagulha utilizando duas pedras, acendendo a fogueira em um preciso movimento. O resto da noite os companheiros conversaram sobre suas aventuras juntos, assaram a carne que podiam comer, salgaram o resto guardando do em suas bolsas. Esta noite dormiram cedo, precisariam de toda as suas forças amanhã, pois chegariam ao Portão da Floresta.

O sol se ergue e junto com ele os dois aventureiros. Esta manhã era estranhamente normal.

Ricardo suspirou pro alto- Depois de todos esses dias, achei que hoje fosse ser mais emocionante.

-Melhor assim.

-Lembra daqueles bandidos? Aquele foi um dia emocionante.- Ricardo comentou, cutucando Quilian com o ombro.

-Lembro dos quatros que tivemos que lidar.

-Aquela foi uma boa luta.- Um sorriso persistiu no rosto de Ricardo

-Acho que não teremos problemas hoje.

Quilian estava levemente aliviado, mas ao final de trilha todo o alivio desapareceu do seu olhar.

A pequena trilha de terra terminava numa torre de pedra. Com mais de quinze metros de altura a estrutura guardava a entrada do reino. Na torre era visível 3 janelas, e no topo uma varando, muito útil para arqueiros atacarem invasores. A entrada, composta de duas portas de aço negro, era o único meio de passar pela muralha de pedra que parecia ser infinitos para os dois lados.

- Abram o portão comitiva dos Sentinelas!- Gritou Ricardo sem resposta da torre de pedra

O silencio era aterrorizante. Guardas não são do tipo silencioso, a menos que estivessem sido mandados agir assim. Quilian se afastou da torre tentando espiar através das janelas. Ninguém. Ninguém estava lá.

- Por que viemos por essa floresta mesmo? É o caminho mais deserto é óbvio que não tem ninguém neste portão!- Ricardo gritou nervoso

- Lembre que ninguém tem noticia do Reino Aureum em meio ano. Eles podem estar rebelando contra a Aliança

- Ou sendo atacado por monstros...

- Ainda aposto meu dinheiro em rebeldes.- disse Quilian observando o portão. O metal era grosso, cru, áspero e intransponível - Não parece ter fechadura, apenas uma barra na porta. Me ajude com isso.- e apontou pra lança de Ricardo

Introduzindo a lança na fresta do portão, ambos empurraram a lança pra baixo removendo o pesado pedaço de madeira que trava o portão. Os dois abriram o portão cada um empurrando uma das suas pesadas portas.

Então todo o calor sumiu de seus corpos, além do portão havia somente uma escuridão espessa e viscosa. A luz de fora iluminando apenas um metro a sua frente.

Passando pelo portal o frio era cortante, o cheiro de doença pairando pelo ar. No meio da profundeza da escuridão um par de luzes se acenderam, laranjas, más, seguidas de um terrível rosnado. Mais luzes surgiram da escuridão o som parecia fazer as paredes tremerem de medo, ou talvez fosse o medo que os fazia tremer.

Quilian em um movimento lento e continuo alcançou sua espada, ao seu lado Ricardo já estava preparado, sua lança apoiada no escudo, a posição perfeita de um soldado. Lentamente sacando a sua lamina como se um som mais agudo fosse provocar a escuridão à engoli-lo. O cabo de sua arma o incomodava, tivera usado está lamina centenas de vezes, mas depois de tanto tempo já parecia estranho empunha-la.

Primeiro houve silencio então, o barulho de um latido, um trovão negro e uma luz prateada. Isso é a única coisa que Quilian viu ao arrancar fora o mandibular do primeiro lobo que o atacara. A vitória foi curta outro dos monstros já o encarava esperando o momento. Ricardo enfrentava dois dos animais tendo já derrubado um.

O lobo rapidamente atacou levando o jovem a desviar. A segunda investida do animal foi mais lenta, a punição foi a lamina atravessada no crânio do animal. Ao olhar em volta para ajudar seu companheiro a única visão que encontrou foi as presas de uma das feras, que num poderoso salto o derrubou, deixando desarmado no chão com o animal em cima. O animal era enorme, suas patas impediam qualquer movimento, virando sua cabeça o lobo deu o bote para o pescoço, sendo interceptado por uma lança atravessando pela parte por trás da cabeça.

Ricardo acabara de salvar sua vida, matando a fera. Quilian se levantou ainda ofegante, juntando suas forças- Monstros.

(EM CONSTRUÇÃO)

DropnRoll
Enviado por DropnRoll em 12/12/2015
Reeditado em 31/01/2016
Código do texto: T5478037
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