Cheiro de café.

Muitas são as coisas do meu tempo de criança que ainda guardo na lembrança.

E eu lembro muito bem.

Eu era ainda um menino.

Deveria ter uns dez anos de idade.

Morava um pouco distante do centro da pequena cidade.

Como outrora havia dito, ainda não tinha gás encanado em minha casa.

Era comum logo cedo escutar meu pai rachando lenha.

Era como se fosse um despertador o som do machado batendo sobre o tronco de lenha.

Lenha era o combustivel para abastecer os fogões.

Quando o tronco de lenha estava seco logo era rachado e levado para o fogão.

Aceso e já em brasa, agora era a hora de ferver água em um grande bule.

O coador feito de uma flanela branca com uma argola de arame grosso.

Era colocado várias colheres de um café moido na hora.

Ainda dá para sentir o aroma...

Meu pai era especialista em fazer doces.

Era comum meu pai servir "tapioca" ou "biju" no café da manhã.

Eu ouvia minha mãe me chamando.

Hora de levantar tomar o café e ir para escola.

Momentos mágicos que ficaram gravados.

Pronto, mãe, já lavei o rosto, tomei o café, posso ir para a escola?

E foi assim por vários anos...

Minha infância querida com cheiro de café que os anos não trazem jamais!

Benedito José Rodrigues
Enviado por Benedito José Rodrigues em 05/12/2015
Reeditado em 05/12/2015
Código do texto: T5470588
Classificação de conteúdo: seguro