O Corvo (Introdução)

O Corvo

Badtown, um lugar conhecido pelos mafiosos, corrupções e altos índices de violência entre outras tantas coisas ruins, mas não foi sempre assim, quando nasci, meus pais brincavam que fui quem trouxe a paz, alguns dias antes do meu nascimento todos que cuidavam do mundo do crime haviam desaparecido sem nenhum motivo e o mais incrível, sem deixar rastros, muitos diziam que os criminosos mudaram de cidade, país ou então uma sociedade secreta de segurança criada pelo governo, (minha mãe tinha certeza disso) ela levou essa possibilidade a mídia. Mas atualmente, mais uma vez essa violência estava crescendo e de forma maior. Desde então decidi escrever de como me tornei isso que sou hoje. Me chamam de salvadora da cidade, o Corvo Vigilante ou até mesmo assassina. Posso morrer a qualquer momento, antes de acabar com o mal que a atormenta.

Se estiver correta foi em 2006, alguns dias antes da virada do ano, quando ainda fazia kendo junto com minha mãe Relena Carter, ela que ensinava a mim e a outros adolescentes, também era uma grande jornalista, meu pai foi despedido de seu emprego. Foi em um final de tarde quando eu estava fechando o dojô, achei um corvo na porta do qual parecia estar com sua asa quebrada e algo muito chamativo, seu olho esquerdo tinha uma coloração vermelha, não sabia exatamente o que fazer, então mostrei aos meus pais e eles não gostaram da ideia, ficaram incomodados com o corvo, mas já havia entendido minha mãe acredita que corvos trazem má sorte e havia outro motivo. Aquele corvo estava no funeral do meu avô e ele guardava o túmulo sempre que ela ia ao cemitério, meu pai me alertou de que não deveria colocá-lo em casa. Mesmo ouvindo isso disse a ele:

- Cuidarei mesmo assim! –Balançando a cabeça e colocando a mão em minha face respondeu:

- Ok, mas cuide dele escondido de sua mãe, ela não vai gostar de ver isso, já pensou em um nome?

- Não, tem alguma sugestão?

-Que tal Acalântis?

- A deusa dos pássaros?

- Sim!

-E como o senhor sabe que é fêmea?

- A um tempo atrás ela botou ovos, mas não conseguiu chocar, alguns garotos derrubam o ninho dela.

-Quem fez isso?

-Elisa Carter, você não vai fazer isso de novo! –Disse meu pai alterando seu tom de voz. Ele deve ter lembrado da última que vi alguns garotos maltratando um cachorro na rua, não havia pensado duas vezes antes de pegar uma katana e ameaça-los de furar cada um deles.

- Mas pai, eles não têm o direito de fazer isso!

- E nem você o de bater neles - Já ciente do que ele iria dizer e sabia quem fez isso, os irmãos Seth, John e Wallace, sempre foram brigões, treinávamos juntos, mas eram péssimos atletas e péssimas pessoas, talvez só entraram lá por que foram obrigados, atualmente não tenho nenhum rastro deles. Eles estudavam na mesma escola que a minha, certa vez cheguei a brigar com os três, tenho que agradecer ao zelador que apareceu na hora, tinha quase certeza que perderia, não sabia lutar direito ainda. Mas no dojô era diferente, sabia que poderia enfrentar os três. Desde então pergunto a ele:

- E se eu lutar contra eles em um treino, lá não posso machuca-los tanto. –Rindo ele disse:

-Ok, só me prometa que eles não irão sair de lá sangrando. –Estava tudo decidido, eu precisava fazer aquilo.

Foi em uma terça-feira, começamos o treino peguei outra espada para treinar, a Relâmpago Cinza, era feita totalmente de fibra de carbono me passava muito bem a sensação de manusear uma espada de verdade, nomeada de relâmpago pelo fato de que quando tinha cinco anos de idade era uma criança muito agitada não ficava quieta por um instante, a cinza vinha do meu longo cabelo, estranhamente nasci com essa cor de cabelo, e nunca foi encontrada uma resposta do porquê de tal cor.

Eu tinha mais de um motivo para dar uma surra naqueles garotos, tão mal-educados odiava quando vinham ao treino, era impressionante como não sabiam o que estavam fazendo. Mas finalmente chegou a hora, quando se acha que nada pode dar errado alguma coisa sempre acontece. Alguns minutos antes da luta vi algo diferente na Relâmpago, estava diferente mais pesadas e na sua escrita uma forte luz era emitida, piscava nas mais variadas cores, que mudava a cada segundo, somente eu via essa luz, acharam que eu estava louca, mas aquele feixe brilhava cada vez mais intensamente, até que me cegou por alguns instantes, acordei deitada no chão, tinha desmaiado. Pedi para minha mãe me retirar do treino. Treinávamos no porão de casa, até acharmos algum lugar diferente. Sai do porão até a rua de casa para respirar um pouco, minha cabeça latejava e o meu olho ardia, me sentei em baixo da árvore onde tinha o ninho de Acalântis e parecia que sua asa já havia se recuperado, voou até meu ombro e se espantou com algo. Notei que na esquina havia uma pessoa, e em sua volta algo negro o cobria, com o barulho que o corvo fez, ele começou a me encarar Acalântis não parava e parecia que ela queria me proteger de algo até que voou para cima do indivíduo, espantando-o, Fiquei sem reação, minha mãe me chamou para o jantar, o tempo havia passado tão rápido.

Na hora do jantar minha mãe perguntou o que havia acontecido, contei a ela, que, soltando uma risada breve, disse:

- Nossa...isso já aconteceu uma vez comigo tinha a sua idade e isso que você viu em volta desse sujeito pode ter sido uma aura, seu avô dizia que todo ser humano tem uma aura.

- E o que exatamente elas significam?

- São como um campo de força, que envolve todo ser humano que muda conforme seu estado físico e espiritual, cientificamente isso não passa radiação eletromagnética que se estende a partir de micro-ondas e ”blá blá blá”...

-Só isso?

-Não, nessas coisas sempre existe um lado místico, digamos que exista um sistema de auras são divididos em sete níveis cada um tem seu significado e cada cor também tem seu significado, conseguindo identificar uma aura talvez consiga evitar doenças antes de chegar aos sintomas físicos. Mas eu nunca acreditei em tal tipo de coisa.

Foi aí que notei algo de muito errado, ela nunca acreditou em coisas místicas, em um instante a expressão de seu rosto mudou, não tinha, era um rosto vazio e a cozinha tomou outra forma um lugar escuro sem saída. Em um piscar de olhos voltou ao normal. Fixando ao seu rosto um de seus olhos havia ficado vermelho. Me aproximei dela estendendo minha mão e aconteceu algo muito estranho, o tempo estava lento até que tudo foi parando. A cozinha mais uma vez tomou a forma de uma sala escura, minha mãe sumiu em um piscar de olhos. Olhei para meus pés e vi uma carta dourada havia um desenho de cinco coroas nela, um pouco distante vi uma figura alta, parecia a mesma que estava na rua, estava coberto por uma aura negra, seu olho esquerdo era vermelho cor de sangue, não me lembro muito bem, mas ele disse com uma voz grave e distorcida:

- Reis irão tomar a cidade, o Corvo e o Lobo deverão acabar com isso.

Eu tentava falar, mas não conseguia, com a escuridão daquela sala ele desapareceu. Na sala três corvos estavam pairando onde estava a carta dourada que apareceram três espadas, uma era a Relâmpago, a outras era um par de rapieiras punho de arame, cada corvo pousou em uma, percebi que um deles era a Acalântis. Com um vulto passando em minha frente eu desmaiei. Acordei com minha mãe me dando alguns remédios caseiros no canto do meu quarto estava a Relâmpago mais uma vez brilhando só que com uma menor intensidade. Ouvi minha mãe dizendo:

-Bom dia bela adormecida, você me deixou muito preocupada mocinha.

-Como assim mãe, eu desmaiei?

-Exato, enquanto treinava, você ficou em coma durante 2 dias.

-E não me levaram a nenhum médico?

-Não, sabia que não iria precisar.

- A senhora sempre faz isso, por que confia tanto nesses remédios caseiros.

- Já aconteceu o mesmo comigo e seu avô fez o mesmo, não reclame e nem fale muito, você deve ficar sem se mexer por algum tempo por causa do efeito.

Dizendo isso deixou o quarto acho que estava indo trabalhar. Como não podia fazer nada fiquei pensando no que acabou de acontecer, onde eu estava, aquilo foi verdade ou mentira, mesmo que quisesse que fosse mentira tudo pareceu tão real. Mas isso tudo foi apenas o começo.

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Um Escritor Qualquer
Enviado por Um Escritor Qualquer em 26/10/2015
Reeditado em 29/08/2016
Código do texto: T5427292
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