Powerful Red Parte I: O Homem sem esperanças
Meu nome é Caio, e bem ninguém me conhece por este nome, todos sabem quem eu sou, mas por outra alcunha, eu sou Powerful Red um super-herói ou pelo menos era para ser um... Sabe quando nada que você faz da certo? Isso seria um resumo da minha vida, de toda ela... Eu posso fazer inúmeras coisas como voar e correr na velocidade do som, posso ver através de qualquer coisa quando quero, tenho uma força descomunal, tenho uma audição apurada, posso escutar as pobres pessoas do outro lado do mundo, e nunca sangrei, nunca senti dor, e nunca fui amado... Porem já amei, e nuca da certo para mim, afinal como se relacionar com um homem como eu? Um deus, não que eu seja, mas é assim que as pessoas me enxergam, na minha opinião sou apenas um homem de pouca sorte. Eu nasci com esses dons, mas nunca me contaram de onde eu vim, tudo que sei é que era um pobre garoto adotado por uma família bem de vida no Rio de Janeiro, e que desde criança eu já manifestava meus poderes, tentei esconde-los, não foi possível, uma vez levantei um ônibus para salvar um velhinha, ninguém percebeu quem eu era, apareci tão rápido quanto sumi, e foi depois disso que tive a grande ideia de criar um uniforme assim como os heróis das hq's, me vesti com uma capa vermelha, uma camisa azul, uma calça vermelha e o par de coturnos do meu pai que era policial, e claro uma mascara vermelha que cobria apenas os olhos, e usei o capuz que vinha em minha capa também. No inicio eu só era incrivelmente forte, podia correr na velocidade do som e era invulnerável com o passar dos meses passei a voar, depois eu pude ver através das coisas, e com o passar dos anos eu o grande Powerful Red passei a ouvir vozes, achei que estava louco, mas não estava, eram pessoas de todo mundo falando, gritando, chorando, eu então me isolei na lua (esqueci de mencionar antes, eu não preciso de respirar, na verdade nem sei como eu estou vivo). Dez meses depois voltei a terra aprendi a me concentrar em poucas pessoas, e então as vozes só vinham quando eu queria, ou me descuidava.
Em abril de dois mil e quinze, eu estava sentado no himalaia (não mencionei, mas não sinto frio ou calor, estou sempre em uma temperatura agradável eu acho, afinal não sei o que é frio e calor), enquanto eu estava sentado no monte, resolvi escutar as vozes, mal podia identificar o que diziam afinal eram muitas, mas logo eu consegui separar todas em minha mente, e escutei tantas coisas ruins, tantos problemas, será que esse mundo está condenado? mas não ele não estava, as pessoas estavam condenadas, nós humanos, na verdade não sei se posso dizer que sou um deles, mas digo então os humanos se gabam de serem animais racionais, mas isso é uma verdadeira piada, afinal que animal racional faz algo como genocídios? Corrupção? Violência? são tantas questões que penso, por que estou sentado aqui? eu devia estar resolvendo esses problemas, sou forte, talvez possa impor o mundo minhas regras... Porem não vou fazer isso, pois não é o certo, se eu fizer algo assim, serei como eles, eu estou acima deles, não como um deus, apenas como um parente distante, que pode aparecer ou não quando precisarem, mas como posso salvar um vida? sabendo que varias outras se perdem, por isso me isolo, sou um covarde, ou alguém que não sabe o que deve fazer...
Dias depois fui convocado para uma reunião da ONU, conversamos sobre paz mundial, sobre fome e as drogas que destroem nosso mundo, mas eles não queriam me ouvir na verdade só queriam que o único super-herói do mundo estivesse obedecendo aos homenzinhos, então eu fui embora eles sabem que não podiam me parar, já tentaram antes e não deu certo. Agora eu estava no monte Aoraki, e escutava as pessoas por essa imensidão, e assim fiquei por algumas horas, ali parado talvez tenham sido dias não sei, afinal não sinto fome nem sede, então mal percebi as horas passarem, eu estava o tempo todo de olhos fechados. Quando parei de escutar as vozes, eu fiquei perdido em meus pensamentos, de onde eu vim, quem sou eu? Isso não importa... Eu só queria que minha vida fosse simples, queria ser amado, não só amar, queria poder abraçar sem esmagar as pessoas, queria não ter poderes, queria meus pais vivos! Quero tanta coisa que nunca vou ter. Me lembro do meu primeiro abraço apertado, foi em minha mãe e meu pai ao mesmo tempo, eu tinha doze anos, não foi minha intenção mas os deixei em coma por um ano, depois eles morreram por causas naturais, eu nunca mais abracei ninguém, nunca beijei uma garota ou um garoto, nunca andei de mãos dadas, pois quando tentei quebrei os dedos da minha pobre mãe, mas sabe o que eu achava estranho? Causei inúmeros problemas para meus pais, mas eles sempre me amaram, queria ser como eles... Mas não sou por isso continuo aqui vigiando o mundo, esperando a humanidade se matar, e tudo renovar-se, é isso que faço e sou Powerful Red.