A MENINA E A BALA DE CARAMELO
A menina subia o morro de pedra, uniforme de alças largas, de cor azul marinho, blusa branca, desses brancos lavados com sabão de soda por mulheres do passado; rumo à escola, lugar de sonho e riqueza. No meio do morro, o sol brilhante reluziu num ponto cor de caramelo. Na pedra, ao meio dia, o brilho marrom reluzia. A menina nunca vira coisa tão bonita. Catou e provou o marrom derretido e iluminado. - Tão doce! Foi a primeira bala de caramelo que a menina apreciou. A mais saborosa de sua vida! Lá na escola guardou o segredo que tinha sabor de caramelo e pecado! Confessou ao padre no domingo, pagou a penitência de rezar três Ave-Marias, se livrou do pecado e guardou o sabor pela vida inteira.
(Oneida Resende)