VAI SER SEMPRE ASSIM...
Num desses acasos , num ocaso de outono, num descaso da vida, reesbarraram-se num caso.
Eu nem sei se essa palavra existe..."reesbarrar", mas na ficção dos "causos", tudo pode. E podia mesmo!
Perceberam que queimavam.Aquela fogueira de corpos sem álibi, que em segundos se percebe que vai virar vício...
Mas vício mata! Consome os corpos e fere o espírito.
Leva a consciência, entorpece o livre arbítrio...
Mas...era maior que eles!
Ensaiaram muito...mas aos poucos acenderam as faíscas.
Há faísca mais eficiente que amor?
Quando perceberam, já era tarde...incendiaram, arderam, cremaram...e gemeram de dor, com as bocas amordaçadas em seus corpos.
Eram uma só chama....de desejos amotinados no tempo, satisfeitos num encontro de labaredas...
Agora eram pó...e um só!
Pó misturado... no qual um existia no outro.
Esvaeceram no vento...mas jamais no tempo.
Parece que é um vento que queima.
Deve ser o frio.
Finda-se mais um ciclo.
E o passado ainda grita aos ouvidos do tempo...
-Vai ser sempre assim...