A REVOLUÇÃO DOS NÚMEROS: UMA CRÔNICA MATEMÁTICA
Conta-se que há muito tempo atrás, quando a matemática não havia sido descoberta pelos humanos, os números tentaram organizar-se de forma sequencial. Não havia regras, todos usavam argumentos que consideravam relevantes na tentativa de serem considerados os maiores. O zero acreditava que por ser mais gordo, possuía maior valor. O um, dizia ser o maior por ser magro e isso demonstrar maior autocontrole. O seis achava-se mais valoroso que o nove por ter a cabeça maior e, o sete, dizia ser o mais importante por ser o número da perfeição.
A confusão estava armada!
Depois de muito pensar, o cinco sugeriu:
_"Vamos escrever cada um de nossos nomes em um papel, daí misturamos e então pegamos um por vez. Os primeiros números que saírem, serão o menores. "
Todos aceitaram a proposta, e logo fizeram o primeiro sorteio que se tem notícia.
E aconteceu que, de acordo com o sorteio feito, os números seguiram a seguinte ordem de valor: 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9. O zero ficou muito revoltado dizendo que isso era “gordofia” e que o sorteio havia sido armado. O nove, por sua vez, ficava cheio de si, achando-se o maioral dentre todos.
_ “Eu sou o limite!”, pensava.
Depois de algum tempo, os números perceberam que a forma como se organizaram não era suficiente para contar a quantidade de coisas existentes no mundo. Observaram que na floresta não havia somente nove árvores, que não existiam somente nove coqueiros, nove pássaros, nove espécies de animais.
Começaram a culpar o nove por não dar conta de contabilizar tudo que existe.
Ele não era o limite!
Na tentativa de encontrar uma solução para o problema, os números reuniram-se novamente. Como não havia acordo entre eles, logo a conversa virou uma confusão danada.
Nesse momento, um dos números – não me lembro qual – retirou-se. Ele não entendia o motivo de todos serem tão egoístas. Angustiado, buscava encontrar um resultado que resolvesse o problema daquela confusa equação.
_ “Eureka!” \o/
Correndo, voltou para junto de seus companheiros e gritou:
_ Parem de brigar! Todos somos irmãos, filhos de uma mesma matemática! Não existe entre nós quem seja o maior. Nosso valor real está na união de nossos valores e não em nosso valor individual!
Sozinhos, não conseguimos contar tudo que existe!
Por isso, devemos nos unir para formarmos números maiores.
Constrangidos e convencidos, os números começaram unir seus valores individuais. O zero uniu-se ao um e formaram o 10, o nove uniu-se ao zero e formaram o 90, o oito se uniu a outros dois oitos e formaram o 888.
No fim das contas, após diferentes – e inúmeras - combinações entre si, perceberam que quando trabalhavam juntos, a união de seus valores individuais resultava em um valor que vai além do que se pode contar.
A isto, chamaram de Infinito!